quinta-feira, 29 de abril de 2010

The Sonds of Silence - Tradução

Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar contigo novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a auréola de uma lamparina de rua
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas, talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam
E ninguém ousou
Perturbar o som do silêncio

"Tolos," digo eu, "vocês não sabem
O silêncio como um câncer que cresce
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar
"Tomem meus braços que eu posso lhes estender"
Mas minhas palavras, como silenciosas gotas de chuva caíram
E ecoaram
No poço do silêncio

E as pessoas curvaram-se e rezaram
Ao Deus de néon que elas criaram
E um sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estavam se formando
E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações"
E sussurraram no som do silêncio

(Parênteses)
(Essa música ficou mais famosa após a cena do funeral do Comediante, em Watchmen, o filme.)

(Eu havia ouvido antes em um daqueles e-mails essencialmente culturais.)

(Um salve para a Adri, pelo e-mail que já faz quase um ano.)

(Um salve para o Andrezinho, o maior fã de Watchmen do planeta!)

(Um salve para Henrique, que também é um grande fã.)

(Sim, vale a pena baixar pra ouvir. Foi até música tema para a turma da qual eu fui paraninfo em 2009.)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 23

O Vale dos Cyclopes


O dinheiro do aluguel começou a ficar escasso. E recebemos a visita de Zago Verandus. Ele, ciente de nosso problema, propôs que conhecêssemos o Vale dos Cyclopes.
- Finalmente vamos conhecê-los, Bierum! - Exclamou Andrezinho.
- Certo, Andrezinho. Mas parece perigoso. Zago, você já anda sozinho por lá?
- Sim, Bierum. Com minhas magias de cura, não é difícil. Mas se formos nós três, Andrezinho segurará os punhos dos Cyclopes com seu escudo enquanto eu e você preparamos os feitiços mais fortes.

- E quanto a mim? - Quis saber Malu.
- Meninas brincam de boneca! - Respondeu Zago.
- Então não estamso interessados. - Devolvi mostrando irritação.
- Hehehe... calma, Bierum, estou apenas brincando! Mas quer mesmo que a sua flor corra riscos?
- Você mesmo disse que não haveria perigo se fôssemos nós três, porque não quatro? - desafiava Andrezinho, mantendo um tom de lógica impecável.
- É... então... está bem. Vamos os quatro. Mas espadas não são boas contra Cyclopes.

- Você não conhece a espada de Andrezinho. - Respondi. - Ele a ganhou de um admirador que conseguiu uma bênção nela e depois repassou, como que por um chamado divino a Andrezinho.
- Logo no que é descrente? - Ironizou Zago.
- E eu não acredito nem em destino. - Andrezinho disse e ergueu a espada - Mas acho que esta espada está nas mãos em que deveriam estar...
- E eu concordo. - Encerrei.

Partimos então os quatro para as Planícies do Sofrimento. A caminhada não demorou nem ao menos uma hora tibiana. No caminho, Zago nos advertia:
- Não partam ao sul. Existem criaturas ainda mais fortes que os Cyclopes, as quais ainda não me atrevo a lutar.
- Não se preocupe. Não iremos. - Tranquilizei-o.

No vale, Andrezinho foi na frente, conforme o combinado. Sentimos o chão tremer com uma rápida aproximação do primeiro Cyclope. Um gigante careca, barrigudo e com apenas um olho em sua face, era essa figura que tínhamos como adversário. Ele parou diante de Andrezinho e olhou para baixo. Começou a rir.
- Hahahaha... eu esmaga! Esmaga num pé! Humano.
Seu riso cessou quando a espada de Andrezinho perfurou sua perna de um lado a outro. Seu punho cerrou e desceu rapidamente, porém bateu no chão com muita dor: Andrezinho esquivara, e sua mão congelava com o ataque de Zago.
- Ajude-o, Bierum. Ele precisa de calor humano! Hahaha!

Desferi uma onda de fogo que o queimou nos quatro membros. O Cyclope começou a berrar de dor, deitou-se no chão e, então, Malu deu-lhe o golpe final. Sangue jorrou pelo gramado das planícies.
- Preocupa-me agora - eu disse - o que teria ele berrado e porque teria berrado...
- Isso é fácil! Ele...
Um estrondo interrompeu Zago. Andrezinho, diante da barbaridade que se aproximava, gritou:
- ...buscou ajudaaa!!!
E cinco cyclopes marchavam aceleradamente em nossa direção.
- Andrezinho irá se chamar "Picadinho" se não ajudarmos. Os cyclopes nos matarão um a um.
- Bierum,... - chamou Malu - ...use aquela magia que você me contou que usou no Acampamento das Amazonas.
- Preciso de concentração...
- Repita as minhas palavras, Bierum. - pediu Zago - "Eu invoco a mortal Tarântula!"
- Eu invoco a mortal Tarântula!"

E quando dissemos isso, duas Tarântulas apareceram. E ficaram estáticas diante de nós. Andrezinho aparava socos dos Cyclopes, e corria em volta deles evitando ser cercado.
- Tarântula, o Cyclopes são o inimigo! Morte! Veneno! Vitória!
Eu fiquei abismado com as ordens de Zago. Mas as repeti para a tarântula que me correspondia.

Ferozmente as Tarântulas se aproximaram dos Cyclopes que estavam quase cercando Andrezinho.
- Ela atacará aquela que você atacar! - Ensinou Zago.
Malu pulou e acertou as costas de um dos gigantes. Este se virou a ela e resmungou:
- Mato aranha, mato fêmea, mato humano!
Meu cajado refletiu a dourada luz do Sol tibiano e desparou um raio de energia cósmica que encobriu o braço que acertaria Malu. Ela, voltou seus olhos ao adversário, que foi paralizado por uma picada de Tarântula, tal como Zago me disse que seria. Outros dois dos brutos gigantes da planície já haviam deitado mortos, restavam dois... mais um caía, perante os ataques de Andrezinho.

O último morreu dolorozamente: meu cajado o chocara, o bastão de Zago o congelou, as aranhas o picaram e as espadas de Andrezinho e Malu encerraram sua vida.
- Então foi esse o golpe, meu querido Bierum!? - desenganou-se Malu. - Foi assim que você conseguiu dominar o raio? Com um cajado?
- Sim! - Respondi! - Foi um desses que comprei para Grazi no seu casamento. Mas o vendedor me fez uma oferta pelo segundo... e aqui estamos.

O chão começou a tremer novamente.
- Esta marcha... são mais deles! - Avisou Zago.
- Mas conseguiremos com mais deles? - perguntei.
- Não dessa forma! Adentremos aquela casa de Cyclope! - Disse Zago.

O Sol da tarde estava apenas começando a esquentar. O tremor nos avisava do que estava por vir. Mas isso, meu amigo, contarei-lhe em nosso próximo encontro. Descansemos.

sábado, 24 de abril de 2010

Comentários pelas ruas do Rio

(Após a chuvarada)

- Depois de tanta chuva, Eduardo Paes(preço módico) anunciou a construção da Hidrelétrica da Lagoa Rodrigo de Freitas.

- No Rio não se fala mais direita e esquerda. Agora é bombordo e estibordo!

- Se a Maratona do Rio fosse em Abril, o Cesar Cielo ia humilhar!

- Depois do airbag, os coletes salva vidas são os opcionais mais importantes nos carros do Rio.

- O melhor serviço de entrega no Rio é do Submarino.

- Ninguém passa fome no Rio, Bolinho de Chuva é o que não falta.

- Vamos assistir a chuva lá em casa hoje?

- Quem acha que a água do mundo está acabando não mora no Rio.

- Meu passeio ciclístico de hoje fiz de pedalinho.

- Agora sim, os governantes melhoraram a vida do carioca, todos têm residência com vista para o mar.

- O Lula(cachaceiro vagaba) está lançando o BALSA-familia pra ajudar Rio e São Paulo.

- Lula e Cabral(o Chorôrô) cumpriram o prometido: água e esgôto na casa de todo mundo.

- A Marta Suplício(Messalina perda total) recomendou aos cariocas: relaxa e bóia!!!

- Teve gente que se salvou da enchente porque estava transando com uma boneca inflável.

(Parênteses)

(Mais uma que eu devo pra Adrieli, a minha irmã de coração)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Burrocracia II - a missão"

Lembrei de um dia em que eu estava fazendo o cadastro no blogspot e encontrei a seguinte pergunta: "sexo"...



... e me perguntei: "Quem diabos marcaria a terceira opção?"

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Questione-se

Se existe algum recado que eu deixaria para esta e para as próximas gerações, seria este: Questionem-se.

Se você está estressado, desanimado ou desmotivado, é hora de rever alguns conceitos.

Se você ainda não se perguntou "Por que causa estou lutando?", "Eu sou digno desta luta?" e "O que dirão no dia do meu velório?" - Questione-se.

Não porque a opinião alheia nos importe. Longe disso. Mas quem de nós não quer viver cercado de pessoas queridas? As pessoas só são queridas para nós se por elas entregamos nossa sincera personalidade, portanto, nosso maior bem.

Procure rir um pouco das coisas. Procure sorrir para as pessoas, mesmo que por telefone. Amanhã pode ser muito tarde. Amanhã pode ser que você não possa ter a chance de mudar o pensamento de uma única pessoa que você queria que pensasse coisas belas a seu respeito.

Questione-se. E renove as questões, alterando ou não as perguntas.

Quando você se questionar e mudar em nome dessas pessoas, verá que o maior beneficiado é você mesmo.

Caso este seja nosso último encontro, saiba que foi uma honra fazer parte de sua vida, mesmo em um breve momento.

Se esse é só mais um encontro, então espero ver você sorrindo no próximo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Homenagem ao Bier no SF3

Pra quem não jogou muito Street Fighter III, isso pode ser chocante.

Mas depois de todos esses anos jogando Street Fighter (desde 1991), finalmente a CAPCOM reconheceu este humilde fã.

Ah, vcs não estão acreditando? Então imagens falam mais que mil palavras...

[Clique na imagem para...ah, vc sabe!]

Tudo bem que é no cenário de Munich, na Alemanha. Mas tá valendo!

Obrigado, CAPCOM!

(Parênteses)
(Yeah! Eu sou foda!)

(Hoje é meu aniversário, então acho que eu posso fazer isso!)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Definições

Porque nunca é tarde para ampliar nosso conhecimento!



Se gatos não são ninjas, são caratecas!

(Parênteses)
(Embora essa imagem seja Old e de domínio público, eu a roubei do blog do Neco! Um salve pra ele!)

(Amanhã este blogueiro sopra velinhas. Tem guaraná e rapadura. Podem chegar!)

(Por motivos de ocupação e vadiagem, pode ser que amanhã não tenha postagem.)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 22

A droga tibiana

Toda a ideia de que a natureza no mundo tibiano é bondosa. Mas o homem sempre pôde usar a natureza para o mal. E assim o faz. A droga tibiana, como todas as que você deve ter ouvido falar, passa a impressão de poder ilimitado ao usuário, em troca o deixa vulnerável, em estado semelhante ao zumbi.

Os dias se passavam em nossas vidas calmas. Andrezinho e eu decidimos conhecer o Vale dos Ciclopes de Venore, conhecido também como Planícies do Sofrimento. Porém, antes mesmo de nossa chegada, Malu mandou-me uma mensagem telepática:

"Meu Querido Bierum... há um mago no Acampamento das Amazonas. Tratou-me com hostilidade, e agora estou me escondendo dele. Eu não acredito que haja esperança para mim."

"Estou indo." - respondi. E gritei para Andrezinho:
- Malu está em perigo. Ela entrou no Acampamento das Amazonas e estão tentando matá-la.
Prontamente, Andrezinho embainhou a espada e respondeu:
- Vamos já pra lá!


O acampamento fica longe da Planície, mas a adrenalina nos fez alcançar rapidamente o destino. As amazonas preparavam adagas voadoras contra seus novos visitantes (nós) outras preparavam uma armadilha para quem estava na cúpula de sua rainha. Preocupados com Malu, Andrezinho e eu atacamos todas elas. As feiticeiras de lá (bruxas) também investiram seus ataques, mas sentiram o frio do pavor ao encontrarem a espada de Andrezinho em punho.

- Estará ela no calabouço? - perguntei, descendo a escada.
- Eu vou até o depósito das Amazonas. - disse Andrezinho.


No calabouço, nada encontrei. Andrezinho não dava notícias. Fui até a sala do trono. Lá, quatro Valkírias, as amazonas treinadas para guerras, me atacaram. De trás de uma escultura de uma amazona, Malu apareceu. E me ajudou com nossas anfitriãs. Quando as quatro estavam mortas, Malu me abraçou.
- Tens poderes novos, Bierum?
- Na verdade... - e fui interrompido por um grito. Voz masculina. Tudo repentino e estranho. - Vamos, minha querida! - exclamei. E começamos a correr pelos corredores do subsolo daquela sub-civilização. Entrei o mais rápido que pude no depósito, onde Andrezinho disse que estaria. E estava.

- Aquele miserável escapou por entre meus dedos!
- Acalme-se, meu amigo... o importante é que ele se foi.


Estávamos ajudando Malu a sair do Acampamento das Amazonas, quando outro grito, semelhante ao primeiro se ouviu na ponte norte dali.
- Vamos investigar. - propus.
- Certo. - disse Andrezinho empunhando a espada. Malu fez o mesmo.


Ao atravessarmos a ponte, reconheci o mago que há poucos dias havia me atacado: era Meio-Morto, estava seriamente machucado.
- Meu amigo Bierum!!! - ele exclamou desesperadamente.
Malu e Andrezinho, misteriosamente não desceram as escadas da ponte norte. Mas mantive meus olhos nele. Mantive o ar sério:
- Meio-Morto? O que você faz aqui?

- Ah, Bierum, eu estava somente investigando o que essas Amazonas estavam tramando contra Venore...

- Ah, você veio em nome de Venore?
- Sim, sim... mas quero sua ajuda! Uma Amazona em especial me descobriu e me atacou.
- E como era essa Amazona?
- Uma com os cabelos negros e com uma armadura violeta. Você me ajuda a eliminá-la.
- Você ao menos tentou falar com ela?
- Na verdade, quando ela se aproximou rapidamente, eu a ataquei.
Minha paciência estava por um fio.
- Eu não posso acreditar em você! Onde você viu uma Amazona assim antes?
- Er... bem...


Malu então desceu a escada. Andrezinho também.
- É essa! - gritou Meio-Morto - É essa e aquele cavaleiro tentou me matar agora a pouco!
- É ele! - disse Malu trêmula. - Mas vocês se conhecem?
Ele esticou o cajado e disparou um raio de fogo. Andrezinho se colocou na frente de Malu e recebeu o dano, quase por completo.

- Ajude-me com eles! Ajude-me com eles!
- Pare! - Gritei, mas ele preparou um segundo ataque, que Andrezinho evitou com o escudo.

E assim, não vendo outra saída, apontei meu cajado para ele e dei-lhe um ataque de raio. ele virou-se para mim e disse com decepção:
- Bierum... vai me trair assim?
- Cale a boca! - gritei enfurecido - Essa que você chama de Amazona jamais lhe faria mal algum! Você a atacou por pura ignorância!
- Não! Espere! Eu não sabia de nada!
- Ele estava escondendo algo, Bierum, eu estou certa disso! - disse Malu.
- Me perdoe! Eu não farei isso de novo!
- O que você estava fazendo quando foi descoberto?


Meio-morto entregou-me um pacote e disse:
- Você vai entender quando abrir isso. Abra sozinho.
- Onde vai? - quis saber Andrezinho.
- Pra Carlin. Ou qualquer lugar longe de assassinos como vocês!
Andrezinho deu um passo a frente, mas eu o interrompi.
- Deixe-o, Andrezinho. Ele já teve sua lição.


Aproveitando que nosso quase-adversário havia partido, abri o pacote.
- Não há nada que seja tão secreto que deva ser mantido segredo entre nós...
Na palma da minha mão, três comprimidos. Pequenas letras haviam neles.
- O que são? - Malu perguntou.
- Drogas. - eu respondi.


Regressamos a nossos aposentos. Lá, pude constar os efeitos da droga tibiana: faz com que o usuário durma e, durante o sono, saia a caça, como no sonambulismo e, quando acordado, conste com mais poderes do que tinha antes. Porém, o risco de ser morto nessa prática. Além do mais, não seria justo usar drogas quando se pode ficar forte honestamente.

No outro dia, mais aventuras nos esperavam. Mas isso, meu amigo, contarei-lhe na próxima noite.

sábado, 17 de abril de 2010

Motivação...

Se minha professora de Geografia tivesse mais conhecimento extraclasse, eu jamais teria notas tão baixas na disciplina dela...


[Você sabe o que fazer]

Gamers e otakus do mundo todo concordarão comigo!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

É de derreter qualquer coração!

Estes dias, recebi (mais) um e-mail de uma querida ex-aluna minha que obviamente não lê este blog...

Passo pra vocês esta tocante mensagem. Nos colchetes, comentários deste blogueiro de plantão, que não serão nada simpáticos.

Repassem por favor, só quem é pai sabe a dor.... [Pai analfabeto! Reticências é só com 3 pontos!]

Trata-se de uma pessoa da Sinergia. Por favor, não deixe de passar!!! [Vcs conhecem alguém de lá? Essa pessoa tem nome?]

Se você apagar isto sinceramente você não tem coração... [E quem inventou essa po##a não tinha o que fazer!]

Oi [oi!] , eu tenho 29 anos. Deus me abençoou com uma menina. [Parabéns!]

Minha filha é chamada Raquel e ela tem 10 Meses de idade. [Desde 1999?]

A alguns dias os doutores encontraram nela um câncer cerebral . [Usar muito o microondas e dá nisso! E é "Há alguns dias..."]

Há só um caminho para salva-lá... Operação.Infelizmente, eu e meu marido não temos bastante dinheiro para cobrir isto. [Ok, preparem os lenços, começa a choradeira!]

AOL e ZDNET nos ajudarão. [Hahahaha! Claro! Eles devem estar precisando pacas de patrocínio!]

Pedimos a você que repasse esse email a todas as Pessoas que puder e AOL limpará este e-mail e contará as pessoas recebidas. [Nossa, que poder tem a AOL. O meu e-mail é do hotmail, ainda assim, a AOL apaga. Fuckin hackers!]

Cada pessoa que abrir este correio e passar adiante três pessoas pelo menos, nós receberemos 32 centavos.. [32 é divisível por 3? Por 4, contando o otário que recebeu? E que po##a é essa de reticências com 2 pontos, agora?]

Por favor nos ajude. Sinceramente Abraços [Se eu comentar quantos erros tem aqui, vcs parariam de ler, devido ao cansaço! O melhor virá agora:]

Wanessa da Silva Pinto [... PARA! PARA A PO##A da FITAAA!]

[Mas não era um PAI, no início dessa M3#d4 de e-mail???]

[Espera! Agora que eu vi! Wanessa da Silva PINTO. É pai, tá explicado!]


Petrobrás/Projeto Sinergia/Coordenadora de Curso Telefone: (21) 3876-3235 (21) 3876-3235 Rota: 816
Chave: XL41
e-mail: wanessasp@petrobras.com.br

[Isso aqui foi pra lá de suspeito! Ou esse tal de Wanessa Pinto (supondo que ele exista) é muito otário, ou é algum ex-namorado dele tentando tornar sua vida mais atormentada...]

**ABRAM O RELATORIO MANULA Q ESTÁ EM ANEXO**
[Uma série de fotos de uma menininha com a boca aberta. Qualquer um que tenha filhos sabe o que é isso.]

[Manula?]



ATT, [Nem imagino o que significa ATT.]


WERONIKA MELO
[Ah? Weronika Melo parece nickname de garotinha de 10 anos no Orkut! Será que ela é a namorada do Wanessa Pinto?]


Ah, sinceramente, gente! Em pleno século XXI, precisamos parar com essa tonelada de lixo virtual que vem por aí.

Quantas vezes vou ter que dizer que NENHUM serviço de internet dá dinheiro por e-mail enviado?

Viram que função social tem este blog?


(Parênteses)
(Mesmo com a mudança que fiz em 16/04, a agenda do blog tá bem cheia. Espero ter recuperado a net até as postagens ainda não terem acabado.)


Um salve para...

...todo o pessoal que tá me ajudando com a mudança pra outra cidade!

...minha aluna que eu não vou identificar.

...meus fieis leitores e torcedores pela minha nova carreira.

...meus amigos virtuais, tibianos e reais.

Pensando bem...

Devagar se chega tarde.
De onde menos se espera é que não sai nada mesmo.
Apressado de verdade nem come!
Pra bom entendedor meia palavra ba.
Pau que nasce torto vira lenha.

Pensando bem...
Quem tem boca cala e trabalha.
Antes tarde, do que mais tarde.
A ordem dos fatores altera o produto final.
Nem tudo que camelô vende é couro.
Quem cedo madruga, fica com sono.
E com essa dieta sem gordura, fritura e açúcar,
garanto que em duas semanas você perderá 14 dias!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 21

O Casamento de Grazi

Ao anoitecer, estávamos chegando à casa de Sagal, em Carlin. Nosso anfitrião nos recebeu muito bem. Como eu estava cansado da batalha que tive contra as Amazonas, e meu Demônio de estimação havia se esfumaçado, fui para a cama e peguei no sono sem grandes problemas.

Na manhã seguinte, a mesa era farta! Sagal sentou-se na ponta da mesa, Zago estava a sua esquerda, e Grazi servia a comida enquanto Sagal reservava a cadeira de sua direita. A minha direita estava Malu. Andrezinho estava ao lado dela. Grazi sentou-se. Comemos. Eu comi muito. Andrezinho elogiou a comida. Grazi sorriu.

Sagal apresentou-nos seu amigo João Músico, o Bardo. Ele cantou e tocou instrumentos estranhos, melodias agradáveis, mas as letras me pareceram muito melindrosas. Limitei-me a ouvi-lo sem opinar. Nosso anfitrião ainda nos permitiu dormir um pouco, para que não viajássemos abaixo do Sol tibiano.

O Sol baixou um pouco, e nos dividimos em três grupos. No primeiro, Andrezinho, Malu e eu. No Segundo, João e Sagal. E no terceiro, Zago e Grazi.

Thais é uma cidade tranquila, geralmente. A Cathedral é mesmo muito bonita. Seu pátio possui duas fontes de pedra que jorram água potável. Dentro dela, Lynda nos aguardava. Permanecemos de pé até a chegada do segundo grupo. Lynda avistou Sagal e o chamou para o altar. Depois, uma garota em uma toga negra com detalhes violetas chegou. E ficou em um canto do templo.

Grazi chegou, acompanhada de Zago. Os dois sorriam. Lynda então, pediu a Grazi que esperasse do outo lado do altar. João Músico começou a cantar. Andrezinho susurrou "Oh, não... não de novo!" E eu contive o riso.

Finalmente, Lynda chamou o casal para a mesa, no centro do altar. Sagal vestia um fraque com detalhes em laranja. Grazi estava muito bonita. Seu vestido era branco, armado com detalhes amarelos.

Lynda pôs nas mãos dos dois uma aliança em cada. Nela estava encravada a inscrição "Grazi e Sagal, de hoje para sempre". Sagal colocava a aliança no dedo de Grazi. Quando isso aconteceu, Lynda o perguntou:
- Sagal Orius. Diga, diante de todos deste templo: quem é a dona do seu coração?
- Grazi Lamounier. - ele disse. Então Grazi colocou o anel no dedo de Sagal. Foi quando Lynda perguntou:
- Grazi Lamounier. Diga diante de todos deste templo: quem é o dono do seu coração?
- Sagal Orius. - respondeu Grazi, contente.

Nessa hora, Malu segurou minha mão com força. Grazi e Sagal tiveram seu beijo, diante das estátuas do templo. Sob nossos aplausos. João cantava e, lentamente, foram saindo do templo os novo noivos.

Zago se encarregou de acompanhá-los até Carlin. João e a moça ficaram em Thais. Andrezinho Malú e eu voltamos à Venore. A noite era muito bonita. Sob as estrelas, andávamos na estrada principal. Acendi a palma da mão para iluminar o caminho. As estrelas pareciam tentar dizer algo. Mas o céu tibiano sempre será um mistério.

Ao entardecer da noite, chegamos aos quartos. Àquela altura, precisávamos dormir. Assim como nós, agora, meu amigo. Mas não se preocupe. Estamos longe do que você poderá chamar de final feliz.

sábado, 10 de abril de 2010

About the new Banner...

O post de hoje é uma pequena homenagem ao grande amigo Neco, que montou o novo painel do blog!

Pra quem não tá sacando alguma imagem, tá aqui o glossário!

1 - Animes e Mangás: o primeiro Mangá do qual eu falei neste blog foi Bleach, então nada mais justo que uma imagem dele.

2 - Cosplay: também já falei de eventos e até postei um videozinho. Na imagem, Andrezinho está vestido de Robert Garcia e eu de Kyo Kusanagi 2003.

3 - Crônicas tibianas: o primeiro livro que publicarei em vida, aqui neste blog. Na imagem, alguns dos personagens queridos e importantes para mim nesta saga imaginável, possível e... tibiana!

4 - Games: o Neco que ajeitou essa! Ficou incrível! Uma vez por ano, pelo menos eu pretendo contar como fica o mundialito de Capcom vs SNK 2. E tem mais postagens sobre games, umas já passadinhas, outras vindo aí...

5 - Onde vc encontra tudo isso?

6 - Ah, vcs já sacaram...

Muitíssimo obrigado, Neco. Eu te entreguei ração de pinto e vc fez deste Banner uma Fênix!
E por favor, meus queridos leitores fãs de RPGs e nerdices afins: vão até o Blog do Neco! Garanto que vcs não vão se arrepender.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cumplicidade (1ª parte)

- O quê??? O que você está me dizendo?
- Está certo. Eu vou repetir. Se eu matasse o Fernando, você esconderia a arma?
- Cara, que conversa é essa?
- Olha só... eu não tenho irmãos. Eu tenho você como amigo... melhor amigo. Não posso ter esse tipo de assunto com meus pais.
- Olha, cara... para com isso. Eu sei que você odeia o cara tanto quanto eu, mas...
- Isso! Você sabe do que eu to falando! Não acha que é hora de parar de apanhar só porque ele implica? De sair da escola sem ter medo? De ir jogar bola com os outros, sair pelas ruas...
- Parou, parou! Eu entendi a sua ideia, mas para de pensar nisso! A vida é assim mesmo. Você acha que ele é feliz nos infernizando? Cara, eu sei o que ele merece, mas não podemos.

A cabeça de Eduardo baixa.
- Ta achando que eu to aguentando isso?
- Cara, a gente tá no shopping... uma porção de gente pode nos ouvir.
Eduardo contém as lágrimas.
- Ta bom, cara... esquece. Ia ser loucura, mesmo.
Roger coloca as mãos nos ombros de Eduardo.
- Matar não é a saída. Nós fomos condenados a isso... então vamos aguentar heroicamente isso.
- É coisa de herói passar por isso? As garotas não olham pra nós... e nossos colegas, quando não estão no chão com a gente, estão rindo de nós!
- Essa não é a saída! Nós vamos provar pra todo o mundo que nós somos os melhores... mas sem isso.
- Cara... eu tava só te testando.
- Como é que é?
- Eu só queria saber até aonde você iria comigo, defendendo a minha causa.
- Não acredito!
- Pois é. Mas fica frio. Você passou.
- Peraí... jura que tava encenando?
- Por mais que eu odeie o Fernando... onde eu ia parar depois que ele fosse morto? Eu ia me ferrar, cara! Pra cada ação, uma consequência.

Roger suspira aliviado. Ele sentiu o coração voltar ao velho ritmo.
- Mas nessa... - despedia-se Eduardo.
- Já?
- É. Tenho mais uns troços pra fazer.
- Também já vou.
Apertaram as mãos e saíram de perto um do outro. Moravam em bairros não muito próximos. Cada qual seguiu seu rumo.

Tarde da noite, Roger ainda não tem sono. Ele se revolta. resolve deitar no sofá. Liga o televisor. Ele está cansado. De repente, seus olhos se abrem mais. Ele ouve o noticiário. A âncora anuncia o encontro de um corpo de um jovem estudante. Ele foi encontrado num beco, com um tiro no pescoço.

Na casa de Eduardo, o telefone toca. Eduardo mesmo atende, como se estivesse dormindo ao lado do aparelho.
- Eduardo? - falou a voz, do outro lado da linha.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Intervalo comercial...

Toda a Segunda...

"Meu Querido Bierum... há um mago no Acampamento das Amazonas. Tratou-me com hostilidade, e agora estou me escondendo dele. Eu não acredito que haja esperança para mim."

...tem crônicas tibianas...

"Estou indo." - respondi. E gritei para Andrezinho:
- Malu está em perigo. Ela entrou no Acampamento das Amazonas e estão tentando matá-la.

...você já sabe onde!

Prontamente, Andrezinho embainhou a espada e respondeu:
- Vamos já pra lá!


Crônicas Tibianas! Toda a segunda, só aqui! No Blog do Bier!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 20

Meio Morto

Um dia antes do casamento de Grazi, nos separamos. Malu e Andrezinho haviam ido até o Mercado de Venore, para que Andrezinho comprasse o presente. Eu resolvi ler o Livro da Magia, perguntando-me se estava apto a alguma magia ou encantamento novo. Passei na loja de poções e pedi a um dos magos de lá que ampliasse minha força. Ele escreveu em meu livro as palavras mágicas que eu deveria pronunciar em um campo de batalha.

Passei pelo apartamento e as portas de meus companheiros ainda estavam fechadas. Resolvi então ir até o Acampamento das Amazonas. A magia que aprendi as assustaria? O que aconteceria quando eu pronunciasse as palavras mágicas?

No Acampamento, as Amazonas atiram facas primeiro e perguntam depois. Contive algumas com a onda de fogo. Depois recitei as palavras do livro e distraidamente disse em voz alta a terminação da magia:
"Eu invoco o Demônio do Fogo!"

Eu li muito sobre o tipo de criatura que era demoníaca, mas realmente senti muito medo do que aconteceu: uma nuvem de vapor se formou na minha frente e, de dentro dela, estava o pequeno diabinho. Tinha os olhos verdes e luminosos, mesmo sob a luz do dia. Ficou olhando-me diretamente nos olhos, enquanto eu pasmava.
- Mestre querer que mate? Com calor, oh, sim! Muito calor!
Eu demorei um pouco para compreender que ele quis me dizer que estava às minhas ordens.

Meu silêncio foi quebrado por uma lança que voou contra meu escudo. Foi então que eu disse:
- Mate aqueles que o machucam, meu servo!
E o Demônio pôs fogo em várias tropas de Amazonas, que não suspeitei, mas pareciam planejar algo maior. Resolvi não esperar muito, abri os corpos queimados, encontrei ouro e alguns pães; e voltei a Venore.

Nas escadarias da entrada norte de Venore, um jovem mago viu meu Demônio de estimação e o atacou com um cajado Vórtex . O Demônio ainda tinha em mente o que o ordenei fazer, e acabou contra-atacando.
- Recue, jovem! - Aconselhei. Sua resposta, no entanto, me surpreendeu:
- Eu não tenho medo de você e seu demônio asqueroso!
- Mas ele vai matá-lo!
- Não pense que é a última vez que você vai me ver!
Irritado, resolvi dar-lhe a chance de correr, e o ameacei:
- Posso saber o nome do futuro cadáver?
- Eu sou Meio-Morto! Mas você será morto inteiro!

Vendo que nada a mais restava, deixei o Demônio terminar o serviço. Meio-Morto, um mago fraco que não tinha nada pra fazer a não ser encontrar encrenca. Será que se alguém queria que ele voltasse? E se eu o bani para sempre de Nebula e do mundo tibiano?

Meu Demônio era obediente, mas não poderia entrar em Venore. E ele mesmo sabia disso. Ele dizia "Adeus" enquanto eu subi a escada norte da cidade. Quando toquei o andar suspenso, ele havia virado fumaça.

Resolvi eu mesmo acender a vela. Quem sabe Meio-Morto voltasse para ser meu aluno? Era um jovem aprendiz, tinha o direito de errar pelo menos uma vez. Ele voltou a vida no templo de Venore, onde eu estava para que ele ressuscitasse.
- Obrigado, velho!
- De nada... não sou um assassino, sou um aventureiro. Não gostaria de se unir ao meu grupo?
Meio-Morto deu um sorriso irônico:
- Não me dou bem com grupos, Bierum. Obrigado pela chance. Passe bem.

O sol tocou o topo de Tibia, voltei ao conjunto de quartos. Andrezinho tinha um embrulho nas mãos. Malu estava feliz. Preparamos nossas mochilas e rumamos a Carlin, antes do cair da noite.

Talvez seja melhor descansarmos por agora, meu amigo.

domingo, 4 de abril de 2010

É páscoa!

E neste dia, passamos a palavra ao sagrado representante de Deus na Terra, sua Santidade, o Papa:



Amém, irmãos!

sábado, 3 de abril de 2010

Manual do mal

Há algum tempo eu tenho visitado o Blog do Neco. Dias atrás fiquei meia hora rindo de uma certa postagem dele. E cá pra nós: é longa, mas muito válida.

Vc se acha um cara mau? Então leia isso.

Bom... passa lá pra ler o blog todo. Mas tenho de dar destaque a essa postagem. Entre com tempo e divirta-se.

^^

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Cinza (Parte II)

Que frio! Sinto saudades de minha mãe. Se não fosse pelo meu pai, talvez essa poça desse misto de sangue e pó não fosse de quem é. Eu sinto a fumaça saindo do cano... o calor... eu ainda lembro do quão disparado bateu meu coração minutos antes de puxar o gatilho.

Eram duas da tarde. Depois de muito investigar, de muito examinar, de especular, de poucas noites dormidas... Sempre foi assim: horas e horas na internet, mas aquele momento era um pouco diferente. Desta vez, eu tinha um motivo. Meu pai foi morto por alguém. Nenhuma novidade até aí. Poucas honras feitas a ele. Eu sabia que ele se envolvia com gente barra-pesada, então o velório foi rápido. Nenhuma novidade.

Uma das vantagens do mundo moderno é a velocidade da informação. A polícia deixa muita coisa no plano virtual. Não é necessário ser hacker muito treinado (eu sou) para que se recolham “dicas” sobre qualquer caso. Não preciso dizer que foi o que fiz: usei os dados da rede de investigação da polícia e procurei pelo “Caso Marco”. Fácil demais.

Mataram o velho... a perícia encontrou em uma lixeira dois celulares. Um era do meu pai. O outro estava destruído, como se uma bala tivesse atravessado apenas uma das paredes dele por explosão interna. No fim das contas, estou certo: ele foi morto por alguém. Os dados apontaram um fato curioso no mortis causa: o projétil que matou meu pai não era uma bala. Era como uma bola de chumbo. Foi ela que atravessou o celular. Mas, dentre os celulares que a polícia encontrou, não era o do meu pai que estava destruído. "Uma armadilha" - pensei.


Como encontrar o desgraçado em uma cidade cada vez maior e mais cinza? Achei que fosse hora de ir pessoalmente ao apartamento do meu pai. Não queria vingar a morte dele, simplesmente. Eu gostaria de matar o homem que matou meu pai. Meu pai morreria pelas minhas mãos. E esse homem tirou isso de mim!

A perícia não sabia, mas meu pai tinha mais de uma arma. Uma em especial, eu conhecia bem o esconderijo. Perito nenhum observaria uma pedra falsa no banheiro, um cofre que raramente era aberto. Mas eu o vi fazendo. E não tive dificuldade nenhuma em reproduzir os movimentos dele para abrir o cofre.

Acessei seus e-mails também. Não entendi muita coisa, mas há uma rede em que meu pai trabalha. Um de seus rivais era Hugo. Se você mora nessa cidade, e sabe por que ela tem essa cor, deve conhecer Hugo. Papai trabalhou para ele, mas se desentenderam. Hugo traficava drogas, era “chefe grande”. Certamente, o meu pobre velho recusou essa parte do trabalho. Não vejo meu pai como herói. Mas ele não era vilão.

Deduzi que era hora de ir à polícia. Como sou jovem, decidi me vestir como nerd. Um estagiário de jornalismo, querendo ver o trabalho da perícia. Um policial me serviu como guia. Depois de ver a sala de “coletas” de provas de crimes, pedi para ir ao banheiro e de lá, chamei o meu “guia” pelo celular. Liguei para a estação de polícia e pedi que o chamassem. Ele foi atender o telefonema. E eu recuperei os celulares. O do meu pai e o outro. O guia voltou e eu consegui sair sem desconfiança de ninguém.

Usei o telefone. Exigiu muito de mim. Tive que usar alguns amigos que entendiam melhor isso de eletrônica. Não preciso dizer que eles são melhores que a polícia. A memória do telefone deu o nome do último número. Era o do meu pai. Mais algumas tarefas como hacker e encontrei o nome do homem que o ligou. Li também as poucas mensagens que ele mandava a uma certa G. No descobri muito a respeito dela. Só a admiração dele por ela. Pensei em sequestrá-la, mas eram poucas informações. Eu poderia matar os dois.

Esse é o tipo de vingança que não deve demorar muito. Por sorte, um dos meus amigos conseguiu um endereço "quente", possível morada do meu alvo e ligou para o meu celular. Apartamento 505. Anotei os dados, carreguei a arma e usei um circular para chegar lá. De bônus, meu amigo descobriu que ele não tem nenhuma arma registrada.

No caminho eu observei a cidade, algum assalto, muitas outras coisas que tornam essa cidade cinza. Uma nuvem escura começou a esconder o céu e colaborou para a falta de cor do cenário. Minha parada ficava a poucas quadras dali. Fui respirando fundo. Matar não é simples. De repente, um homem de chapéu em um casaco marrom me olhava. Ele estava na porta do prédio em que eu entraria. Ele entrou muito rápido no prédio. Suspeitei. Subi as escadas correndo. Ele estava subindo com alguma vantagem. Tirei a arma da cintura. A porta do 505 se fechou. Ouvi a tranca da porta funcionar. O apartamento 505. Coincidência?

Era hora do show! Disparei contra a maçaneta. Funcionou, a porta abriu. Estava escuro. Botei a mão em um interruptor, mas não havia luz. A única coisa que iluminava a sala era um espaço pequeno de uma janela entreaberta, mas o dia não é claro e tenho dificuldade. Finalmente avisto o vulto, abaixado em um canto. Que covarde! Fui andando para frente. Cinco balas. Despejei todas no desgraçado. Uma delas faiscou no casaco.

Senti como se uma abelha tivesse picado o meu peito. É parecido com quebrar uma costela. A dor era muita, acabei deitado no chão da sala. O pó do tapete assentava. Meu sangue começou a pintá-lo. O vulto continuava imóvel. A janela se abriu. Diante dela estava o homem que eu procurava, sem o casaco.

Apontei a arma para ele e puxei o gatilho. Estava sem balas. Meus olhos estão úmidos. Ele pegou o chapéu e deixou o casaco cair no chão. O vulto que vi eram quatro rodas de metal suportando o casaco e o chapéu. Perguntei de onde ele atirou. Ele disse que eu fui o único que atirou.

O calor do meu corpo parece estar acabando. Meu sangue fez uma poça. Frio. Sinto falta de minha mãe. Ele se ajoelhou ao meu lado e disse que eu também não tinha culpa. O verdadeiro culpado ia se ver com ele. Isso não me importa mais. A voz dele está ficando baixa. E está tão escuro...

(26/11/2006 – "Cinza" foi escrito. "Cinza II" foi escrito em agosto de 2008 e concluído no dia 26/03/2009)