segunda-feira, 19 de abril de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 22

A droga tibiana

Toda a ideia de que a natureza no mundo tibiano é bondosa. Mas o homem sempre pôde usar a natureza para o mal. E assim o faz. A droga tibiana, como todas as que você deve ter ouvido falar, passa a impressão de poder ilimitado ao usuário, em troca o deixa vulnerável, em estado semelhante ao zumbi.

Os dias se passavam em nossas vidas calmas. Andrezinho e eu decidimos conhecer o Vale dos Ciclopes de Venore, conhecido também como Planícies do Sofrimento. Porém, antes mesmo de nossa chegada, Malu mandou-me uma mensagem telepática:

"Meu Querido Bierum... há um mago no Acampamento das Amazonas. Tratou-me com hostilidade, e agora estou me escondendo dele. Eu não acredito que haja esperança para mim."

"Estou indo." - respondi. E gritei para Andrezinho:
- Malu está em perigo. Ela entrou no Acampamento das Amazonas e estão tentando matá-la.
Prontamente, Andrezinho embainhou a espada e respondeu:
- Vamos já pra lá!


O acampamento fica longe da Planície, mas a adrenalina nos fez alcançar rapidamente o destino. As amazonas preparavam adagas voadoras contra seus novos visitantes (nós) outras preparavam uma armadilha para quem estava na cúpula de sua rainha. Preocupados com Malu, Andrezinho e eu atacamos todas elas. As feiticeiras de lá (bruxas) também investiram seus ataques, mas sentiram o frio do pavor ao encontrarem a espada de Andrezinho em punho.

- Estará ela no calabouço? - perguntei, descendo a escada.
- Eu vou até o depósito das Amazonas. - disse Andrezinho.


No calabouço, nada encontrei. Andrezinho não dava notícias. Fui até a sala do trono. Lá, quatro Valkírias, as amazonas treinadas para guerras, me atacaram. De trás de uma escultura de uma amazona, Malu apareceu. E me ajudou com nossas anfitriãs. Quando as quatro estavam mortas, Malu me abraçou.
- Tens poderes novos, Bierum?
- Na verdade... - e fui interrompido por um grito. Voz masculina. Tudo repentino e estranho. - Vamos, minha querida! - exclamei. E começamos a correr pelos corredores do subsolo daquela sub-civilização. Entrei o mais rápido que pude no depósito, onde Andrezinho disse que estaria. E estava.

- Aquele miserável escapou por entre meus dedos!
- Acalme-se, meu amigo... o importante é que ele se foi.


Estávamos ajudando Malu a sair do Acampamento das Amazonas, quando outro grito, semelhante ao primeiro se ouviu na ponte norte dali.
- Vamos investigar. - propus.
- Certo. - disse Andrezinho empunhando a espada. Malu fez o mesmo.


Ao atravessarmos a ponte, reconheci o mago que há poucos dias havia me atacado: era Meio-Morto, estava seriamente machucado.
- Meu amigo Bierum!!! - ele exclamou desesperadamente.
Malu e Andrezinho, misteriosamente não desceram as escadas da ponte norte. Mas mantive meus olhos nele. Mantive o ar sério:
- Meio-Morto? O que você faz aqui?

- Ah, Bierum, eu estava somente investigando o que essas Amazonas estavam tramando contra Venore...

- Ah, você veio em nome de Venore?
- Sim, sim... mas quero sua ajuda! Uma Amazona em especial me descobriu e me atacou.
- E como era essa Amazona?
- Uma com os cabelos negros e com uma armadura violeta. Você me ajuda a eliminá-la.
- Você ao menos tentou falar com ela?
- Na verdade, quando ela se aproximou rapidamente, eu a ataquei.
Minha paciência estava por um fio.
- Eu não posso acreditar em você! Onde você viu uma Amazona assim antes?
- Er... bem...


Malu então desceu a escada. Andrezinho também.
- É essa! - gritou Meio-Morto - É essa e aquele cavaleiro tentou me matar agora a pouco!
- É ele! - disse Malu trêmula. - Mas vocês se conhecem?
Ele esticou o cajado e disparou um raio de fogo. Andrezinho se colocou na frente de Malu e recebeu o dano, quase por completo.

- Ajude-me com eles! Ajude-me com eles!
- Pare! - Gritei, mas ele preparou um segundo ataque, que Andrezinho evitou com o escudo.

E assim, não vendo outra saída, apontei meu cajado para ele e dei-lhe um ataque de raio. ele virou-se para mim e disse com decepção:
- Bierum... vai me trair assim?
- Cale a boca! - gritei enfurecido - Essa que você chama de Amazona jamais lhe faria mal algum! Você a atacou por pura ignorância!
- Não! Espere! Eu não sabia de nada!
- Ele estava escondendo algo, Bierum, eu estou certa disso! - disse Malu.
- Me perdoe! Eu não farei isso de novo!
- O que você estava fazendo quando foi descoberto?


Meio-morto entregou-me um pacote e disse:
- Você vai entender quando abrir isso. Abra sozinho.
- Onde vai? - quis saber Andrezinho.
- Pra Carlin. Ou qualquer lugar longe de assassinos como vocês!
Andrezinho deu um passo a frente, mas eu o interrompi.
- Deixe-o, Andrezinho. Ele já teve sua lição.


Aproveitando que nosso quase-adversário havia partido, abri o pacote.
- Não há nada que seja tão secreto que deva ser mantido segredo entre nós...
Na palma da minha mão, três comprimidos. Pequenas letras haviam neles.
- O que são? - Malu perguntou.
- Drogas. - eu respondi.


Regressamos a nossos aposentos. Lá, pude constar os efeitos da droga tibiana: faz com que o usuário durma e, durante o sono, saia a caça, como no sonambulismo e, quando acordado, conste com mais poderes do que tinha antes. Porém, o risco de ser morto nessa prática. Além do mais, não seria justo usar drogas quando se pode ficar forte honestamente.

No outro dia, mais aventuras nos esperavam. Mas isso, meu amigo, contarei-lhe na próxima noite.

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