quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Mike (parte 2 de 3)

Com ajuda de alguns amigos e cobrando alguns empréstimos, consegui escapar da dívida da minha vida. Meu campeão, Mike, também estava na pior: ninguém mais queria patrociná-lo.

Eu sempre achei que Las Vegas era como uma amante. Bonita, sedutora, prazerosa... mas basta um pequeno descuido e ela leva tudo que um dia teve o seu nome. O mundo do Boxe também não deve ser muito diferente. Mike era um cara forte. Um homem armado pensaria duas vezes antes de assaltá-lo, tamanho era seu porte.

No início, bastava um bom gancho de direita e a luta já estava decidida. Outras vezes um soco direto ainda não levava o adversário ao nocaute, mas comprometia-o pelo resto da luta. Muitas dessas, aliás, eram apenas uma questão de tempo. Mike era e sempre foi invencível.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Fantasma da Ópera

Muitas saudades de histórias como essa...



"Nighttime sharpens, heightens each sensation
Darkness turns and wakes imagination
Silently the senses abandon their defenses
Slowly, gently, night unfurls its splendour
Grasp it, sense it, tremulous and tender
Turn your face away
from the garish light of day
turn your thoughts away from cold unfeeling light
and listen to the music of the night".




domingo, 21 de fevereiro de 2016

As Crônicas Tibianas - Cap. 74

O Ritual

A porta, perante nós quarto, finalmente se abrira. A sala era bem iluminada, com tochas e quatro altares, todos voltados ao centro dela.

- Irmãos, parece que finalmente chegamos! Podemos preparar os rituais! - Disse Bierdus, entregando-nos pequenos pergaminhos. - Sejam rápidos! Decorem essas frases e quando as pronunciarem, pronunciem de todo o coração.

Logo, avistei o altar que tinha a figura de um livro de magia encravado em sua base. Bierdus dirigiu-se a um altar com a figura de uma espada. Biertrus, para um altar com a figura de uma besta. E Bierfur, para um altar que tinha a figura de uma maçã.

Bierfur posicionou-se por último, e estávamos todos nós de frente uns para os outros.

A iluminação da sala mudou-se, quando as chamas das tochas se multiplicaram. Era apenas o reflexo na espada reluzente de Bierdus. 

Ele havia retirado a espada de sua mochila. 
Colocou-a em cima do altar, que parecia mais iluminado.
E, corajosamente e em alto e bom som disse:

- Um Cavaleiro deve sempre confiar em sua espada!

Então o altar foi cercado por uma chama azulada, que me deixou surpreso.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Ao acaso.

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Estação da Luz

As noites de São Paulo tem esse quê de especial, era o que ele pensava enquanto caminhava para a plataforma. A noite havia sido boa e, apesar do relógio da estação ainda marcar nove horas, ela já estava acabando. Acordara tarde aquela manhã e fizera uma refeição solitária, depois precisou retomar o trabalho do dia anterior. Ao final da tarde, exausto, resolvera dar uma volta pela cidade. Havia encontrado alguns amigos no bar, sabia que sempre poderia encontrá-los lá, e depois de uma ou duas cervejas resolvera continuar seu passeio.
O trem aproximava-se vagarosamente da plataforma, trazia consigo a brisa morna da primavera. Ele cantarolava uma balada, entrou no trem e escolheu um lugar próximo à janela. Não tinha pressa e pelo visto o maquinista também não.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Strawberry Punch

Atenção: O conto a seguir tem teores de erotismo.
Esteja ciente de sua responsabilidade quando continuar lendo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Monologo do Criador


Beijei os lábios da Monalisa.
Me sentei junto a Cristo na santa ceia.
Semeei o trigo no campo,
soprei a brisa e seu encantos.

Chorei tantos prantos!
fui o culpado de muitos risos,
vi o belo e o feio,
os chamei de amigos.

Colori as penas do cocais,
andei junto dos Tupis
flertei com a flor de lis.
A França também vi,
Da forma mais formosa e sentida,
Frances também fui!
E Italiano, Alemão...
Vi tantas vezes o homem comer o pão
Que o Diabo criou.
O visitei muitas vezes aliais...

Compus poesias,
criticas e tragédias,
romances, terrores,
suspenses e documentários sem uma única palavra.

Conheci os encantos de mulheres mil.
Visitei Portugal, Grécia, Argentina e Brasil.
tive mais amigos do que estrelas,
aliais de quantas já falei!

Também fiz rezas!
E profano fui tantas vezes
Vi o sol nascer com deleite
e se pôr tantas tardes.

Fiz carrasco e padre
pintor e escultor,
filosofo e ator.
Também estreei muitas peças,
onde até a mim fiz!

E por fim te pergunto,
Onde e quando se lembraram de mim?

                                                            Atenciosamente, Pincel. 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Série Mundos Quebrados - O Solitário









Os lábios dela bem desenhados e o olhar doce me mostravam o quanto era feliz.


O seu sorriso, que há tempos havia sumido,  agora reluzia me mostrava o quanto ele era feliz.


E até mesmo o fato de parecer ignorar minha existência. Não por que queria, esse nunca era o motivo, era simples ele apenas não precisava mais de mim, eu havia lhe guiado dado força, mas ele era feliz agora.


E ignorava que apesar de ser grato por vê-lo feliz, eu estava muito longe de ser feliz.
Não me virou as costas, apenas foi embora, não sabia exatamente como me arrisco a dizer que nem ao menos notou sua partida.


Dificilmente notaria, nunca notavam o quanto eu precisava deles, ele não seria o primeiro a enxergar as lágrimas através do sorriso.
Eu não tinha o direito de reclamar, essa era a natureza de minha existência sou um anjo afinal, ninguém quer a companhia de um policial antes do perigo, ninguém bebe água sem ter sede.
Eu era auxílio e não o contrário, era compreensivo  que eles esquececem de mim, que não soubessem o quanto sou solitário e infeliz depois que vão embora.

E mais natural é a minha solidão, depois do amor e dedicação a essas criaturinhas fascinantes que se denominam de humanos.



domingo, 7 de fevereiro de 2016

Asas de Papel













Kali era uma menina com gosto de açúcar e cheiro de chuva. ela tinha o sonho de voar e todos os dias colocava mais uma palavra nas suas asas de papel que havia feito para um dia planar sob as nuvens.
Seus pais e amigos zombavam dela pois todos os após escrever a palavra colocava as asas e corria pelo jardim, durante alguns minutos, um velho que a pouco se mudara para aquela rua ficou intrigado com aquele ritual matutino.


Um dia após o voo de Kali o velho aproximou e perguntou:


" Menina por que todos os dias você coloca asas e voa?"


Com um sorriso enorme Kali respondeu:


"O meu maior sonho é voar, hoje ainda não posso mas tenho minhas asas, todos os dias lhe dou mais uma necessidade, sonhos, e no dia seguinte quando matei a fome da ultima, lhe dou outra.
Acredito que só vou conseguir voar se treinar antes com minhas asas de papel".


Sorriu e voltou a voar.