segunda-feira, 9 de julho de 2018

A primeira vez que a SNK foi vendida

O ano é 2000. No fliperama, alguns de nós debatíamos o futuro da SNK, já que o rumor dizia que a SNK havia agendado o fechamento de portas. Entre esses jovens, este que vos narra.

Eu estava aborrecido com a notícia. Logo a SNK? Ela, que me divertiu tanto com a série The King of Fighters? Claro, eu adorava as outras séries, mas KOF estava acima de tudo.

Enquanto revesávamos rounds no KOF 98, Cid e Warg conversavam comigo sobre as possibilidades. Havia alguns contras a esse rumor: CAPCOM vs SNK por exemplo. O jogo marcava uma realidade onde lutadores dos dois universos se conheceram, como se fosse um único universo. Ryu, Ken, Chun Li e companhia trocavam golpes com Kyo, Iori, Mai e outros, com direito a aberturas especiais, referenciando supostas amizades e inimizades entre lutadores das duas franquias.

CAPCOM vs SNK era um sonho se tornando realidade. Certamente envolvia questões como direitos autorais, o que implica em lucros, verdinhas, tutu, faz-me-rir, cifras e cifrões. Logo agora, a SNK estaria falida? A CAPCOM ficou com uma fatia muito maior desses lucros?

Nessas épocas, o Orkut estava em alta. Me lembro de mergulhar as possibilidades nas comunidades. Inclusive levantando a possibilidade de a CAPCOM também estar mal das pernas. O resultado disso foi engraçado. 

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Causos da Raíra - Causos de Infância


Oi Pessoas! Oi humanoides!
Hoje trago uma proposta diferente, esse causos não virá temperado com o humor comum. Por que entre outras coisas não é comum, digo isso me referindo ao tipo de causos que costumo compartilhar com vocês. Também espero que assim como não é comum escrever sobre isso, espero que esses causos não sejam comuns um dia, assim como todos os outros, que se tornem mitos como tantos outros crimes se tornaram.



Eu tinha 5 anos, lembro pouco desse episodio. Estava ensaiando para a minha primeira quadrilha junina. Estava animada, apesar de sempre ter sido introvertida, nessa época era mais aberta, a professora dividiu os pares, e me colocou junto com um garoto que era duas vezes o meu tamanho quase.

Nós seguimos as instruções da professora, quando dançava comigo ele apertou muito forte minha mão, ela doeu,  eu falei " você está me machucando, para". Não acho que a professora veio em nossa direção ou algo assim, acredito que ele tenha parado. Se fez, logo começou de novo porque lembro de falar " se você fizer isso de novo quando a gente se apresentar, vou deixar você sozinho no salão", isso me lembro claramente.

Chegou o dia da apresentação, minha família estava presente assim como a dele, não me lembro se disse ou não a professora o que tinha acontecido no ensaio, começamos a dançar, e ele de novo apertou muito forte a minha mão, larguei ele no meio da apresentação, com raiva, e fui a mesa da minha família. 
"Você não pode deixar a apresentação na metade, volta lá"- disse a minha mãe, eu contei a historia e ela logo me deixou quieta, não insistiu mais, não me lembro dela ter feito algo além disso.




Dessa vez eu possuía 7 anos, estava na casa de uma prima durante as ferias, ela ainda estava em aula e tinha uma festinha na escola, logo fui convidada a ir. 
Mas existia um pequeno problema, eu não tinha nenhuma roupa de sair, não tínhamos pensado nessa possibilidade ao fazer a mala. Minha tia logo sugeriu que eu usasse uma das saias de minha prima, que tinha 5 anos, ela tinha uma saia que era grande demais nela, e coube em mim, apesar de ficar muito curta.

Na festa brinquei bastante, lembro de brincar muito com um menino, eu estava simpatizando com ele, até que ele me chamou de vadia. Acho que ele tentou me agarrar, ou agarrou minha saia,  não lembro bem, mas lembro dele ter falado que eu era vadia porque estava usando uma saia muito curta.

Também lembro de voltar para a casa da minha prima chorando de raiva, e muitas outras coisas que são tão difíceis de se explicar ou de se entender para uma menina de 7 anos. 
Sei que a minha tia não viu maldade alguma ao me emprestar aquela saia, porque ela me via exatamente o que eu era, uma criança.



Então voltaram as aulas, e fui a escola.
Um garoto novo entrou na nossa turma, lembro que ele era gordo, usava o cabelo tipo tigelinha de um loiro acobreado, fui receptiva assim como todos da turma apesar de nessa idade já estar um pouco mais retraída.
Num dia fiquei até mais tarde na sala de aula depois do toque para o recreio, não lembro exatamente o porque, ele também ficou.

"Me dê um beijo"- ele falou, e não estava pedindo, eu ia sair, ele me segurou o braço com força, ele estava na frente da porta. Dei um chute com toda a força que tinha no saco dele.
Ele me largou e se encolheu no chão se contorcendo de dor, lembro de falar "se você contar a professora ou a diretora o que aconteceu, espalho que você chora como uma menininha". 
Eu falei porque acreditava que seria punida, não sei porque pensei isso, mas queria que hoje fosse diferente.



Esses causos não foram vividos por mim na adolescência, ou agora na fase adulta. Se passaram na minha infância. Foram crianças que agiram dessa forma, e crianças não costumam fazer muito além do que aprendem com os pais e com a sociedade. então creio que merecem uma reflexão. Acredito que todos podemos ser melhores exemplos do que os que esses meninos receberam.