segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 12

Regresso a Venore

Hienas, hienas e mais hienas! Eu estava farto do deserto de Ankraman. Minha caminhada ainda era apressada. Sem Milla, era mais difícil. E Grazi havia me chamado. O que teria acontecido?

No caminho, um viajante passou por mim. Vestia uma roupa negra e segurava uma lança. Perguntei a ele se faltava muito para chegar a Port Hope (de lá, eu usaria o porto para ir até Venore). Ele me aconselhou a ir pela montanha do norte, após a subida, o acesso seria muito rápido. Após isso, ele se afastou, e ouvi apenas um pequeno estalo no meu escudo. Tentei pensar que não seria nada. Preocupar-me nessa hora só traria mais problemas.

A montanha ao norte não ficava longe de onde eu estava... Percebi pequenas barracas (meia dúzia delas) perto do pé da montanha. A sede me fez ter a curiosidade de me aproximar. Na verdade, a tontura do calor escaldante me dava tonturas. Felizmente, graças a Milla, a barba havia se aposentado. Apenas os cabelos longos ainda me faziam passar calor. Parei diante de uma delas, e um rapaz usando turbante pôs a cabeça para fora.

- Água por favor... eu estou fraco. - pedi.
- Abra a mochila e eu deixo você vivo.

Eu não estava tão fraco a ponto de não fazê-lo experimentar o poder do Cajado da Morte. De outras tendas, mais jovens se aproximavam, segurando Schimitarras, espadas com lâmina larga. Derrubei amis alguns com o cajado e finalmente alcancei o pé da montanha.

Faz parte da vida tibiana levar uma corda pra onde quer que você vá. É como sapatos. Em um mundo tão perigoso, uma corda faz a diferença entre o preso e o livre. Então subi o primeiro piso da montanha e um escorpião cinza veio correndo em minha direção, mas o matei com meu Cajado da Morte.

Vi uma passagem entre as pedras que levaria a um terceiro piso. Usei minha corda, e eu estava sobre um imenso deserto acima da montanha. Reaparei inúmeros indícios de vida extinta naquele planalto, esqueletos de criaturas que nunca havia visto vivas antes. Por quê? Seria o deserto o responsável por tamanha desgraça? A areia daquele local cheirava à morte.

Eu tinha sede demais para voltar por onde havia ido, e finalmente o sol me forneceu um pouco de sombra. Um ronco forte rasgou o ar da montanha... o que estava por vir era o mais acreditável. Ferozmente se aproximava uma fera titânica verde, em minha direção. Mal pude acreditar em meus olhos: um Dragão!

Uma linha vermelha de fogo se estendeu em minha direção, mas consegui esquivar. Joguei uma onda de fogo contra o monstro, mas ele nem ao menos se sentiu ameaçado. O cajado da morte pareceu ter feito algum efeito, mas seu dano nem ao menos o atordoava. Meu escudo estava ficando quente, após segurar vários ataques.

Foi do buraco em que eu estava voltando, quase petrificado pelo medo, que Grazi apareceu. Ela segurava um escudo com uam das mãos e uma pedra na outra. Leu a inscrição na pedra e dela saiu um raio branco, que tocou o dragão com violência. Nosso inimigo recuou para dentro da caverna onde saiu. Grazi ajudou-me a levantar.
- Bierum, se me dá licença, eu já volto.

De fora da caverna, ouvi os berros da criatura agonizante. Clarões brancos iluminavam as paredes da caverna. E logo ela voltou com um bastão na mão.
- Pegue isso!
Segure um bastão com a forma de um dragão vermelho.
- Usando o sangue daquele Dragão e uma pedra encantada, consegui isso, mas é pura perda de tempo usar fogo contra eles. Isso é o que chamam de Cajado de Draconia! É chamado assim, pois em Dracônia foi feito o primeiro ritual. É um tanto raro, mas não o quero.
Agradeci. Após isso, ela me deu água e preparou uma fogueira.
- É melhor voltarmos amanhã, Bierum. Acamparemos aqui.

Reparei que ela me olhava estranhamente. Perguntei o motivo.
- Não havia o visto mais sem sua barba.
- Oh, sim... cortesia de minha amiga Milla, que terminou o primeiro ciclo da peregrinação.
- Verdade? Que bom!
- Como me encontrou?
- Aprendi com um mago solitário de Thais a conversar com o vento. Logo, o vento me contou onde você estava.
- E como você dominou o gelo? Magos não podem fazer esse tipo de magia a menos...
- ...que se domine as runas da magia, como eu estou fazendo.
- Mas o que você andou fazendo enquanto eu ajudava Milla na peregrinação?
- Aprendendo, Bierum. E repassarei todo o aprendido a você. Agora descanse.

Deitamos cada um em sua tapeçaria.
- Não creio que o que você tem para contar-me seja isso, minha amiga...
- Sua irmã mandou-me uma mensagem, Bierum. Há uma guerreira que deve ser hospedada em seu alojamento. Achei que você precisaria de ajuda para voltar rapidamente.
- De fato... talvez sem você, eu jamais voltasse.
- Você vencerá o próximo dragão. É apenas uma questão de treinamento. Agora vamos dormir. Eu falarei sobre isso no caminho de Port Hope.

Ao fim de um tumultuado dia, paramos para repor nossas forças. Faça o mesmo, meu amigo. Ainda temos muito a conversar.

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