segunda-feira, 3 de maio de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 24

A grande fuga!

Dentro da pequena caverna, que nos serviu de esconderijo, Zago tirou algumas garrafas da mochila e começou a misturar. Um líquido vermelho escuro multiplicou-se dentro da garrafa.
- Beba isso, Andrezinho. - Ordenou Zago.
Depois, o drúida misturou mais duas garrafas, até que um líquido roxo se formou na garrafa.
- Este é pra você, Bierum.
E eu o bebi. Zago preparou mais duas poções para Malu e outra para ele.

- Sinto como se tivesse acordado recentemente. Estou recuperado! - Comemorou Andrezinho.
- Sinto o mesmo. - Concordei.
- Eu também. - Disse Malu.
- Eu lhes disse que curaria o grupo todo. Mas a próxima luta poderá ser mais séria! Por isso o grupo está recuperado.
- O que aconteceu com as aranhas que nos ajudaram? - Perguntou Malu.

No instante seguinte, uma delas voou contra a parede que fazia o fundo da caverna. Trêmulo, perguntei:
- Estava falando daquela ali?
E no instante seguinte, olhava-nos outro Cyclope, furioso.
- Meus irmão! - ele começou a gritar! - ...
Mas antes de que continuasse sua invocação, Zago congelou sua boca. Andrezinho e Malu, em seguida, cortaram-lhe as pernas. E eu desferi o chicote de raio. O gigante tombou.

- Bierum... não use raios! Eles são mais fracos para o fogo!
- Então eu tenho um plano! - Respondi animado e comecei os ritos de invocação...
- O que você pretende?

Eu sorria triunfante, enquanto os três arregalavam os olhos visando o meu novo Demônio do Fogo.

[Z.V.]- Péssimo plano!
[M] - Me pareceu brilhante!
[Z.V.] - Esse bicho vai nos atacar junto aos Cyclopes e vamos virar batatas de um mesmo assado!
[M] - Ele é feio e burro, por acaso?
[Z.V.] Você está falando do Demônio ou do Bierum?
[M] - Ora!...
[And.] - Melhor ouvirmos o plano de Bierum antes de tomar partido!
[B.W.] - Obrigado, Andrezinho.

[B.W.] - Como bem alguns de vocês sabem, Demônios do Fogo não são muito rápidos nem inteligentes, mas isso é inversamente proporcional a seu poder de fogo...
[Z.V.] - Tem razão. Continue.
[B.W.] - Se há alguma inteligência nos Cyclopes, eles deverão se apavorar com a presença do Demônio, e partirão preferivelmente para cima dele...
[And.] - Faz sentido.
[B.W.] - Por isso, ordenarei a ele que enfrente os Cyclopes e fuja. Quando os Cyclopes rumarem a buscá-lo, atacaremos pelas costas e sairemos vitoriosos.
[Z.V.] - Tudo bem... mas se falharmos, aquele que sobreviver acenderá a vela para os que ficarem para trás.
[B.W.] - Não acontecerá! Vamos.

Meu Demônio do Fogo fez o que eu disse. Mas nossos adversários dessa vez era nada menos do que catorze Cyclopes. Ele correu para o lado oeste, mas os Cyclopes o cercaram. Saíamos da caverna enquanto isso, tomando o rumo leste. No seu último alento, o Demônio explodiu alguns metros à sua volta, diferente do que eu havia calculado.

Os onze Cyclopes restantes marcharam em nossa direção.
- Esmaga humanos! Pisa! - Berravam.
E em nosso caminho, mas Cyclopes se aproximaram. Mais seis. Zago, como estava à frente, fez uma parede de veneno entre nós e eles. Rumamos, assim, ao Sul.

Durante nossa descida, mais Cyclopes saíam de suas casas e partiam na marcha em nossa direção. O chão da planície dançava a dança da morte. Correndo, passamos por um cemitério. Os Cyclopes estavam pequenos dentro de nossos olhos... mas à frente uma mancha grande e verde cobriu-nos o horizonte.

- Aranha Gigante! - Gritou Zago. - Eu vou segurá-la, corram para aquela capela! Rápido.
O medo tomou conta de minhas pernas, mas elas me obedeciam. As escadas da capela pareciam apenas um degrau diante da minha velocidade. Ao topo, apenas um monge me olhava. Malu subiu as escadas também.
- Onde está Andrezinho? - perguntei a ela.
- Ele... está vindo! Eu não sei...

Andrezinho subiu as escadas tossindo. Sua pele estava esbranquiçada. Finalmente Zago também subiu.

[Z.V.]- É melhor viver para uma nova batalha do que morrer na primeira.
[And.]- Eu prefiro...
A voz de andrezinho silenciara.
[B.W.]- Fale comigo, Andrezinho! Olhe pra mim!
[And.]- É só uma dorzinha...
[Z.V.]- Ele aspirou o veneno da Aranha Gigante. Afastem-se.

Assim o fizemos.
[Z.V.]- Eu desfaço o veneno! - Gritou Zago.
E Andrezinho ganhou de volta sua cor original, mas pareceu estar dormindo.
[Z.V.] Dentro de alguns minutos ele estará bem.

O monge estava andando de um lado para outro no templo. Malu resolveu falar com ele:
- Você pode nos ajudar?
- Não, minha filha! Ninguém pode nos ajudar! - respondeu desesperadamente o monge. - É o fim dos tempos! Os mortos voltarão à vida! E a natureza matará seu câncer: o pecaminoso humano!
- Ah, é apenas um charlatão, Malu. Esqueça-o. - Disse o recém-acordado Andrezinho.
- Para falar desse jeito, percebo que a magia de Zago fez você voltar ao normal. - Eu disse recuperando a tranquilidade.

Olhamos, os quatro (pois o monge estava impassível daquela situação) a Aranha Gigante aos pés da escada. Nos olhava de modo triunfante.
[Z.V.]- Nojenta! Espere o resultado do meu treinamento e transformarei você em adubo!
[B.W.]- Acalme-se. Pensaremos em algo antes de amanhã...

Repentinamente, as pernas da Aranha Gigante começaram a queimar. A criatura começou a olhar para os lados e expressar dor abrindo a boca em demasia. Depois, uma caveira de fumaça saiu de seu corpo e suas pernas encolheram... sangue verde irrigou o gramado em frente ao templo.

Subiu as escadas, então, um homem com cabelos dourados carregando um cajado roxo em uma das mãos e um livro antigo na outra. Ele usava um chapéu e um casaco negros como a noite sem estrelas. Aproximou-se de nós quatro e tomou fôlego para dizer-nos algo.

Mas esse foi um episódio muito longo, meu companheiro. Peço que me deixe descansar para contar-lhe o restante.

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