segunda-feira, 31 de maio de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 28

A lenda do barão louco

A tumba que Milla havia mencionado se localizava a poucos degraus abaixo de onde estávamos. Desci na frente. Milla vinha atrás. Bryan em seguida. Encontramos seis sarcófagos em torno de uma sala retangular. Um sétimo sarcófago ficava na parede ao sul. Era dourado.
- Como cita a lenda - dizia Milla - este deve ser o sarcófago da primeira rainha das Amazonas!

Milla foi até a frente do sarcófago. Bryan e eu ficamos à sua direita e esquerda, respectivamente. Milla abriu a tumba, mas só encontrou um corpo mumificado. Tateou a tumba, atrás de algum mecanismo ou botão. Estranhamente, as tochas do lugar se acenderam. E as tumbas à nossa volta se abriram. Delas, mulheres zumbi se ergueram e iniciaram uma marcha em nossa direção.

- São mortos-vivos, Bryan... - eu disse - ...então o elemento que você deve usar é...
- O fogo! - respondeu ele num grito. E desferiu uma onda de fogo em três dos mortos que vinham em nossa direção.
Fiz o mesmo. Apesar da dor que deveriam ter sentido, não haviam se detido. E nossa concentração se limitou ainda mais após um grito de Milla. Ao olhar para trás, vi a múmia segurando-lhe pelos braços, sem que ela pudesse tocar no cajado.

Fui na direção dos dois, mas quase trombei com Bryan. Ele desferiu outra onda de fogo, assim que passei. seis mortos-vivos deitados no chão, mas fazendo força para reerguerem-se. Ao chegar perto de Milla em sua luta, abracei-lhe pelas costas e, juntando as mãos, fiz uma onda de fogo. A múmia recuou.

Agora que estávamos todos livres para a luta contra a múmia ela simplesmente adentrou uma das paredes da tumba por uma abertura que se fechou instantaneamente. Da sepultura onde ela estava, moedas de ouro caíam. Abrimos as mochilas. Começamos a carregá-las. Pouco depois, vi que os corpos dos mortos, vivos estavam se levantando.
- É hora de irmos. Não podemos ficar eternamente lutando. - Aconselhei.
E subimos de volta as escadas. Estávamos de volta nas cavernas subterrâneas do Acampamento das Amazonas.

Valkírias correram em nossa direção. Dessa vez, Bryan atacava com seu cajado de fogo. Milla e eu também reagimos, atrás dele. Milla abriu o mapa, mas estava escuro. Bryan conseguiu luz em um outro cajado. com uma pedra roxa na ponta.
- De onde tirou isso? - perguntei.
- Encontrei no meio das moedas, achei que seria útil. - Ele respondeu.
- Acertou. - Eu disse.

Milla leu o mapa e foi na frente. No caminho, algumas Amazonas, Valkírias e Bruxas. Passando disso, estávamos sobre a grama dos acampamentos. Adagas voavam em nossa direção, mas aparávamos com nossos escudos. Diferentes dos anões, elas não saíram de sua civilização atrás dos invasores. Estávamos livres para retornar.

- Sabe esta casa velha? - Perguntou Milla, quando estávamos passando pela velha casa abandonada que servia como ponte entre os campos das Amazonas e os de Venore. - Diziam as lendas que um velho barão morava aqui e enlouqueceu com a solidão.
- Mas isso há muito tempo? - Perguntei.
- Sim... mas seu fantasma aparece para levar as riquezas dos viajantes. Mantendo assim seu status de barão...
- ...e de ladrão... - eu disse. Bryan ria.

A noite chegou cedo. Precisamente, quando passávamos pela porta do porão da velha casa. Foi aí que vimos um mago com a barba negra, um monóculo e um manto branco. A escuridão não nos deixava enxergá-lo nitidamente. Temi que pudesse ser um ladrão.
- Para trás, vocês dois. - Eu disse a Milla e Bryan.

- Eeeeei! - gritei ao mago.
Não houve resposta. Nos aproximamos. Tentei parecer simpático:
- Amigo, andar sozinho à noite pode ser perigoso!
Porém, a resposta foi dada com ares de indignação:
- Louco, meu jovem? Você acredita que eu possa ter me tornado louco?
E com isso, ele levantou um machado grande. Disse as palavras mágicas de invocação para um Orc guerreiro. E jogaram-se os dois em nossa direção, com os machados reluzindo a lua.

- Eu não deixarei que eles os machuquem! - Eu disse, tentando tranquilizar meus dois companheiros. Mas eles não recuaram. - Fujam!
- Não vamos deixar! - Disse Milla.
- Ninguém vai ferir meus mestres! - Disse Bryan.
- Recuem!

Era tarde para fazê-los mudar de ideia. Apontei meu cajado para o Orc Guerreiro. Milla e Bryan fizeram o mesmo. Transformamos a criatura em cinzas, com fogo e raio dos cajados.
- O professor será o próximo! - Exclamei.
Mas ele já havia descido as escadas da casa abandonada.

[Mi] - Não acredito que estivemos pessoalmente na frente do Barão Louco!
[Bry] - E ele tentou nos matar!
[B.W.] - É assim que são feitas as lendas, meus queridos companheiros.

Voltamos a Venore sem maiores problemas. Me despedi da dupla e recebi a feliz notícia de que ficariam por algum tempo em Venore. Após tamanha aventura, certamente precisei descansar. Você também pode estar precisando.

Oh, sim... em casa, outra carta de Alys. Ela me contava uma história muito curiosa. Durma agora. Eu lerei a carta no nosso próximo encontro.

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