segunda-feira, 24 de maio de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 27

Um agradável reencontro

Algumas horas após nossa saída de Venore, as Planícies do Sofrimento estavam banhadas com o sangue de ferozes Cyclopes. Impressionava-me o fato de seres fortes e estúpidos viverem em comunidade.

Grazi e eu havíamos encontrado uma caverna com alguns dragões, e cautelosamente os vencemos. O que nos fez fugir foi um Dragão maior, de escamas avermelhadas, no entanto àquela altura dos acontecimentos já havíamos reunido ouro suficiente nos primeiros Cyclopes... e carregados de bastante ouro (suficiente para mais alguns meses na hospedagem), que seria mais tarde dividido por nós dois.

Caminhamos ao norte, rumamos a Venore. Lá, fomos fazer a divisão do ouro e colocamos no banco a quantia necessária para nossas moradias.
- Sagal ficará orgulhoso. Três Dragões derrotados. Numa próxima oportunidade, irei caçar com ele. - Comemorava Grazi.
- Olha quanta sorte tivemos! - eu dizia - Com esse ouro, poderei me preocupar com outras necessidades. Inclusive em ampliar meu poder.

Grazi e eu nos despedimos. Ela voltava a Carlin, pela estrada principal. Em casa, encontrei um pergaminho ao pé da porta de meus aposentos. Era uma mensagem de Milla:

"Querido professor Bierum,
estarei em Venore o dia todo.
Se você puder me encontrar,
estou no correio de Venore com
novidades.
Um beijo!
Milla Cartezinni

Ps.: Será muito bom lembrarmos
os velhos tempos."

Também julguei muito boa a ideia de lembrar os velhos tempos. Empunhei meu Cajado de Energia Cósmica e saí. Após uma tranquila caminhada, avistei um mago medindo forças com Milla. Isso, em frente ao correio. Fui intervir imediatamente!
- O que pensa que está fazendo? - Ergui o Cajado em direção a ele, mas Milla se posicionou na minha frente.
- Fique calmo, mestre! - dizia ela - Este é meu aluno Bryan.

Baixei a guarda, envergonhando-me. Ele sorriu e se aproximou, tentando apertar minha mão. Desajeitado, o cumprimentei.
- Muito prazer, senhor Bierum. Minha mestra falou muito a seu respeito!
- Obrigado, meu jovem. Já conhecia Venore?
- Estou escolhendo uma cidade para viver. Venore me parece uma ótima opção.
- A melhor, meu amigo. A melhor.

Milla contou-me que estudara a magia enquanto esteve fora. Leu todo o livro de lendas que comprou quando saímos juntos. Que havia ampliado sua magia em Ab'Dendriel, uma cidade lotada de Elfos pacíficos, que toleravam humanos. Achei melhor nem ao menos comentar que Andrezinho foi ao encontro de um outro tipo de Elfos, os que rejeitam qualquer tipo de humano.

Parece que o Elfos entendem muito bem de magia: Milla estava procurando o tesouro da falecida rainha das Amazonas.
[B.W.] - Falecida? Engraçado, pensei que eu a conhecia... e estava muito viva quando eu a vi.
[Mi] - As Amazonas têm ainda uma rainha. Mas procuro pelo sarcófago da antiga rainha. Há algumas peças de tesouro valiosas por lá, eu só não tenho certeza disso, porque estava no livro de lendas.

[B.W.] - Parece que você estudou muito, não?
[Mi] - Li aquele livro da cabo a rabo. Mas hoje, Bierum, meu pupilo irá lutar com as Amazonas pela primeira vez. Sabia que elas têm um pequeno acampamento perto de Ab'Dendriel?
[B.W.] - Isso é novidade para mim. Diga-me, quer ajuda com as Amazonas?
[Bry] - Na verdade, acho que não poderemos ir ao sarcófago sem sua ajuda...
[Mi] - Bryan! Fique quieto. Eu poderia ir sozinha. Se ele vai conosco é porque eu quero que ele te proteja!
[B.W.] - Acalme-se. Como os meus dois companheiros de alojamento estão envolvidos em caçadas, parece que tenho bastante tempo.
[Mi]- Então?
[B.W] - Sim, irei com vocês.

Iniciamos uma lenta marcha até o Acampamento das Amazonas. Fomos recebidos, como sempre, à facadas pelas amazonas mais fracas. Milla e eu já éramos acotumados com as investidas, geralmente frustradas, das Amazonas. Bryan aprendeu rápido. Ele usava um escudo forjado pelos Anões, muito útil nesses casos.

No porão do acampamento, as Valkírias nos esperavam. Mostrei aos dois minha invocação da Tarântula. Eles gostaram. A Tarântula me obedecia, nos protegia, matava Valkírias rápida e impiedosamente. Paramos abaixo de uma tocha que iluminava o local, para que Milla abrisse seu mapa. Ali estava a planta do Acampamento, desenhada à mão.
- Como conseguiram um desses?
- É que minha mestra - respondeu Bryan - criou esse mapa partindo de uma cuidadosa leitura sobre as amazonas.
Milla fechou o mapa.
- Por aqui, garotos.

Ao final de um corredor, encontramos duas portas pesadas, fizemos os três muita força, mas nada adiantou. Bryan exclamou:
- Se olharem por este buraco, podem ver todo o tesouro!
De fato, ele tinha razão. Dentro da sala trancada estavam baús recheados de tesouros, armaduras indestrutíveis, pedras preciosas... mas nada ao nosso alcance.

- E se houver uma passagem secreta? - Perguntei.
- Não li nada a esse respeito. - Respondeu Milla, desanimada. - Mas, a tumba da rainha fica para lá! - apontou para o norte.

Iluminei com a palma de minha mão o caminho. Duas Bruxas pavorosas vestindo negro apareceram e correram em nossa direção. Elas tinham cajados vermelhos e pedras vermelhas (as runas) que liam e faziam chamas mortais. Em seu primeiro ataque, mataram minha Tarântula, mas uma delas havia sido envenenada. As duas vieram direto à mim. Os corredores das cavernas do Acampamento eram estreitos, mas pude passar correndo por Milla e Bryan, que juntos deram conta de derrotar as duas. Meu manto ficou chamuscado, mas pude notar que os frutos que plantei eram muito bons: Milla tornou-se uma magnífica maga. E agora tinha um bom discípulo. Os dois faziam Ondas de Fogo juntos. O jovem Bryan, quanto futuro! A jovem Milla, quanto poder!

Vencemos mais algumas guardas, às portas de um alçapão, praticamente no centro do Acampamento.
- Aqui deve ser a tumba... - divagava Milla.

Abaixei-me para verificar as escadas... E o que havia ali dentro eu prometo contar-lhe em nosso próximo encontro. Não se preocupe, meu amigo. O tempo passa mais rápido quando não se está ansioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vai comentar? (Faça login no Google antes.)
Com a palavra, o mais importante membro deste blog: você!