domingo, 26 de março de 2017

O fim da Era PS2 – ou “porque não vendi meu PS2”

Vocês, que lêem o meu blog a fim de falar de videogames, devem se lembrar do meu texto "Os videogames do Bier". No post eu confesso que o PS2 mudou a minha vida com muitos "phoenix down" em jogos 2D, de Sonic  a Street Fighter 3.

Eu gastei o PS2 em meia-lua-pra-frente-e-soco.

O PS3 fazia sua fama nas prateleiras das lojas e  camelôs, quando meu PS2 queimou.

A resposta parece óbvia, seria comprar o PS3, como uma porção de amigos meus insistiam. Mas eu o comprei? 

Não.
Não que fosse ruim o PS3. Mesmo que a diferença fosse brutal. Eu simplesmente não queria admitir que tantos jogos meus iriam simplesmente mofar no esquecimento.

Não minha coleção de KOFs!
Não meus Street Fighters!!
Não meu CAPCOM vs SNK2!!!

Sim, eu comprei outro PS2!


Em março de 2000, a Sony estava expandindo nosso universo. Nossos polígonos estavam menos quadrados, nossos carros estavam menos absurdos e nossos cross-overs com a Marvel estavam menos deprimentes.

O Japão saiu na frente. Os americanos enlataram para a gente os PS2. E os piratas iniciaram uma quantidade obscena de jogos legendados em português, mandando um grande dedo do meio para a gramática.

Anos mais tarde, a RockStar faria um GTA mais cheio de gírias bem ao gosto do público BR HUEHUE.

Deuses, eu preciso parar de escrever essas coisas. Esse tipo de comportamento faz com que eu me sinta cada vez mais burro.



Onde eu estava mesmo? Ah, sim, o PS2 havia feito grandes avanços: jogos sobre O Senhor dos Anéis que deixariam o véio Tolkien orgulhoso, um game que compilava toda a trilogia Matrix, o GTA 3, San Andreas e Vice City, e Dragon Ball. Muitos Dragon Balls.

Claro, como todo o videogame, a tosqueira no PS2 também veio à tona. O PS2 também reinou absurdo em jogos que não serivam nem pra peso de papel. Também não foi nenhum absurdo como seu antecessor, o PSone, que tinha uma tosquice atrás da outra.

Falar sobre isso usando o Nintendo 64 também é uma piada de mal gosto. Não consigo fazer um post sobre 10 melhore sjogos do N64. Por que será, né?
O PS2, nos 16 longos anos que viveu, nos contemplou com uma quantidade absurda de Mods de GTA. Tinha GTA Rio de janeiro, GTA Hulk esmaga San Andreas, GTA Dragon Ball, GTA Link (ou Zelda). Guitar Hero também veio à luz, mas com ele a destruição de valores musicais: GH Brasil, GH Anime, GH especial Guns 'n Roses.

Chun Li vs Tiranossauro chifrudo que cospe fogo.



E muitas outras atrocidades vieram à luz, umas mais oficiais que outras, como Resident Evil Dead Aim, CAPCOM Fighting Evolution e Sonic Unleashed... uma dor de barriga maior que a outra.
Aliás, Capcom Fighting Evolution foi a maior prova de que a Capcom usa o Ctrl+c e Ctrl+v com uma só mão, enquanto mostra um grande dedo do meio para seu público com a outra.




Mas vamos falar de coisa boa? (E não to falando da tekpix!)
Moer adversários na parede. É como um poema.



O PS2 viverá eternamente em meu coração, não só pelos grandes jogos que ele trouxe de volta a vida (KOF Orochi Saga / Street Fighter Alpha Anthology / Sonic Collection), como também por títulos únicos que as outras gerações dificilmente irão superar (Dragon Ball Budouki Tenkachi 3, Soul Calibur 3, Black, Need For Speed Underground 1 e 2, Burnnout 3), etc.



Claro, hoje a própria Sony se superou com aquilo que um dia chamamos de "perfeição". Ainda no ano 2000, repórteres eram enviados aos Estados Unidos e voltavam com depoimentos que hoje nos fazem rir muito:
"Eu joguei Gran Turismo no PS2, o sol era tão real, que precisei proteger meus olhos durante uma curva!"
"Eu nocauteei um lutador no novo tekken 4, e ele estava desmaiado, mas respirando!"
"O realismo encontrado no PS2 é tão próximo à nossa realidade, que você terá dúvidas se está jogando ou vivendo GTA 3."

E olhávamos com desdém para nossos PSOnes, lembrando que esse também nos fez muito feliz, mas sua era havia acabado.
O PLay2 foi além, ele nos mostrava que o céu era o limite. Especialmente depois que os piratas quebravam o código-fonte de alguns jogos.






E no fatídico 30 de abril de 2016, o último server de PS2 é desativado. Referia-se ao Final Fantasy XI.
Não que fosse grande coisa jogar Final Fantasy on line, como a Square gostaria que acreditássemos, ainda assim...




Um elefante zumbi. Divertidíssimo!



...nos divertimos um pouco com o chatíssimo Resident Evil Outbreak on line, não? E corremos algumas pistas com o querido Burnout 3... não tem coisa mais desestressante do que jogar um adversário contra um caminhão e fotografá-lo enquanto seu veículo se estraçalha em frangalhos metálicos e câmera lenta.





Aiai, foi embora, mas foi em paz!
Tudo que posso fazer por ele agora é retirar um pouco de pó e jogar um pouco de Soul Calibur ou um desses relançamentos de Street Fighter... ou KOF 2002 Unlimited Match...
É como um irmão mais novo que foi embora porque alcançou a maioridade.
Meu PS2 não está morto. Só estou um pouco distante dele.



Afinal, chegamos a 2015. Não precisamos mais fazer um esforço sobrenatural para jogarmos com amigos. As partidas on line estão em alta.
Claro, nada se compara a jogar na companhia dos amigos, mas a rotina não ajuda, o pouco tempo que temos é deprimente, e, claro, não temos mais tão pouca coisa pra fazer a ponto de dedicarmos um dia inteiro a atravessar cidades para ver um amigo, se a conexão WiFi está marcando 95%, certo?


Também é desnecessário dizer que ficou a saudade. Das reuniões do Otakuara, dos campeonatos entre meus amigos, dos meus amigos de Uberaba e, é claro, dos progressos alcançados (sim, Gabriel e Mark, estou falando de vocês).

Odin Sphere - o jogo mais bonito já criado. (PS2 rocks!)
Melhor eu ver se alguém quer jogar algo comigo na rede, hoje.
Se eu pensar no PS2 mais tempo, acho que eu choro.

Porque não vendi meu PS2?
Ora bolas, porque eu ainda o jogo. Claro, quando o PS4 deixa.
Sem contar uma coleção de jogos que ainda não fiz o final.
Oh, PS2... saudade eu tenho dos teus tempos  áureos!


Descanse em paz, grande guerreiro.

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