segunda-feira, 20 de junho de 2011

As Crônicas Tibianas - Cap. 55

A resposta nas areias

"Teriam caído?" - Era a dúvida que torturava meus pensamentos. Triste seria a verdade. A ansiedade em encontrar meus amigos desaparecidos parecia pressionar meu peito, mais que o veneno que antes habitara meus pulmões. Preocupados, andamos (Sam Scott, Andrezinho e eu) até a caverna de onde saiu a criatura.




- Wivern! - Disse Andrezinho.
- O quê? - Perguntei espantado.
- Wivern... é uma sub-raça dos Dragões. Seu sangue é venenoso. - Andrezinho continuou - É certo que aqueles ovos são deles. Valem uma fortuna no mercado tibiano.
- Como é que você sabe? - Questionou Sam Scott.
- Livros. - Me intrometi.
- Sim. - Andrezinho abriu a mochila e se ajoelhou pegando um dos ovos recentemente encontrados. - Agora que são órfãos, podem vir conosco.
- Renderão umas boas moedas, não é? - Perguntou Sam pegando um dos ovos.

Continuei fazendo todo o perímetro da montanha, atrás dos amigos, mas nada concluí. Combinamos de ficar sempre à vista uns dos outros. E, quando não encontramos nada, decidimos nos separar. Como a caverna dos ovos de Wivern parecia mais perigosa, eu decidi continuar a peregrinação sozinho, enquanto Sam e Andrezinho continuavam subindo a montanha.

Perguntei ao vento o paradeiro de Grazi, Milla e Bryan. Ele não respondeu. Continuei andando ao Sul. Com sorte, eles também teriam partido ao encontro do Gênio do Deserto, que tudo sabe sobre vida e morte. Essa caminhada demorou mais um dia. Acampei no Deserto, quantdo o Sol da tarde estava muito forte. Aproveitei a noite para caminhar mais rápido, já que o calor era bem menor. Na manhã seguinte, o Sol começou forte, e iluminou um estranho buraco no meio do deserto. "Deve ser aqui..." - pensei - "...a morada do Gênio".

Avisei Sam Scott que estava descendo e que havia encontrado a entrada para a caverna. Ele consentiu e disse que estava a caminho. Preparei minha corda e desci. O subsolo arenoso era abafado e muito escuro. Acendi a palma de minha mão. "Nada vai me parar." Os corredores eram estreitos. O calor era insuportável. Mas continuei em frente.

Quando a luz estava se apagando, bebi uma garrafa de água e fiz a magia da luz novamente. Os túneis dali começaram a ficar mais arredondados à medida em que eu ia mergulhando na escuridão. Comecei a sentir que não estava mais sozinho, visto um vulto, após uma pequena curva na passagem. Acelerei o passo e fiz barulho. Se aquilo fosse humano, voltaria para conferir o que eu era. Mas não voltou. Continuei caminhando rapidamente, como minha primeira tentativa de contato não havia sido correspondida, empunhei o cajado com firmeza.

Finalmente a passagem alargou um pouco, mas a luz de minha mão, novamente estava escassa. Temendo a criatura que escapara, acendi a palma novamente. A luz atravessou o espaço onde eu me encontrava. Era um  espaço maior, com uma parede de pelo menos três metros de altura, forrava de ovos trepidantes. No centro,  havia aranhas do tamanho de homens, uma espécie que eu já havia enfrentado antes. Mas o pior ainda estava por vir, porque a aranha-mãe era uma Aranha Gigante.

Os filhotes saltaram em minha direção, em defesa da mãe. Percebi que elas requerem espaço devido às pernas, por isso me cercariam, tão logo pudessem. Recuei até o túnel de onde eu saíra. Virei-me novamente de frente para elas e desferi uma Onda de Fogo. Duas queimaram por completo. As outras recuaram. Então a Aranha Gigante saiu do ninho e saltou em minha direção. Alguns dos ovos na parede caíram, com o impacto do salto sobre o piso onde eu me encontrava.

Como as Aranhas Gigantes condizem com seu nome, achei que não haveria problema em voltar ao túnel de onde eu entrara no ninho, mas a passagem foi fechada por uma fila de aranhas menores, que pareciam estar ali para assistir minha morte. As aranhas que fechavam o caminho não me atacavam, mas a Aranha Gigante estava afiando as presas. "Eu vi Andrezinho fazer isso. Eu sei que posso vencer" - pensei, e de minha mochila tirei um frasco de poção mágica. Bebi-a o mais rápido que pude e senti-me como um lutador subindo na arena.

Eu estava sozinho. A luta estava prestes a começar. Por agora, descansemos. O sangue estava prestes a esquentar as paredes daquele túnel...

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