sábado, 7 de junho de 2014

Paper thin.

NOTA: O TEXTO A SEGUIR É DE CONTEÚDO ADULTO. SE VOCÊ É MENOR DE 18 ANOS, SÓ PODERÁ LER ATÉ A TARJA "Mais informações". 

"Aquele que se torna besta, escapa da dor de ser um homem."- Dr. Johnson.



Chovia naquele dia. O som terrível que cada gota fazia quando se espatifava no chão. Eu esperava a jovem garota de papel me dar as informações necessárias para continuar o plano do velho, mas as vezes eu me canso. As vezes sinto saudades daquela garota que morreu a tanto tempo. As vezes eu queria ter continuado a ser aquele zé mané de sempre. 
Essa mascara muitas vezes sufoca, eu consigo respirar, porém quando começo a pensar muito sobre a vida, parece que ela me enforca. Vou tira-lá por alguns segundos e...
-Senhor?
Merda.

-Boa noite pequena. - Ela tem quase a minha idade - Tem os planos com você?
-Sim está tudo aqui - Ela me entrega aqueles pergaminhos e por um segundo toco naquelas mãos suaves, mesmo de luvas posso sentir a inocência daquela garota - Foi difícil de conseguir eu e Na...
- Hmm... não está tudo aqui - Às vezes dói ficar articulando tanto a voz, tenho que parecer o velho, se não o plano sai pela culatra - Onde esta o mapa da entrada ao lado norte?
-Eu acho...acho que perdi... - Ela tremia de medo, não sei se fico contente por mexer no psicológico dela, ou se me entristeço por ter de ser tão duro com alguém tão novo - Me perdoe, eu vou atrás...

A pele dela era branca como papel, os olhos inocentes, me dá pena dela, saber que ela vai ter que passar por algo tão pesado...
- Tudo bem. Não precisa ir, hehe!
- O que você disse? - Por um segundo deixei a minha voz voltar ao normal e foi nesse segundo que a pressão de tudo caiu. Toda essa guerra, todas as mortes, tudo que passei até agora, sumiu.
- Hmmm, não disse nada... - Agora tem que conseguir ajeitar, não podia ter deixado essa abertura, mas como ela mexeu tanto comigo?
- Você disse sim... quem é você afinal? - Bang, pergunta errada. Posso matá-la, pronto ninguém precisa saber, mas não vou conseguir, aqueles olhos cor de mel me olhando, eles conseguiram perfurar a máscara e entraram na alma deste monstro e eu nem lembrava que tinha alma. - Como posso estar trabalhando para alguém que não conheço? Deixe-me ver quem está por trás desta máscara...

Com os dedos delicados ela toca na máscara, eu podia ter saltado para trás, mas eu estava paralisado, alguma coisa me deixou em estado de choque, essa é uma das primeiras interações com uma mulher que tenho depois de tanto tempo. Claro que ela não era mulher, mas sim uma criança, 14 anos e eu mal tinha feito 18. Mas tinha algo nela que me hipnotizava. Talvez ela me lembrasse da outra, não sei.


Ela tira a mascara de meu rosto, eu fiquei parado sem conseguir fazer nada, ela retira a máscara totalmente e então ela vê meu rosto, seus olhos se abrem e eu posso ver o medo naquelas pupilas amareladas. Aos poucos ela vai passando aquela mão de veludo sobre minhas cicatrizes faciais, talvez fascinada, mas o silencio ficou predominante por alguns segundos, até eu quebrar, colocando a minha mão delicadamente sobre as dela e falando: 
- Vou ter que te matar agora? - Nã-não está com medo?
- Pode matar, pelo menos esse sofrimento vai acabar.... - Poxa, ela não era tão inocente assim. Ela ainda tira uma kunai do bolso e a coloca na minha mão, ela estava me provocando. - Eu pesquisei sobre você, estamos a 2 anos juntos nessas missões...e de nós 3 por algum motivo você confia mais em mim...
- Do que está falando? - Ela segurava a minha mão, que estava a kunai, contra a garganta dela, tremia, provavelmente era o medo, eu estava com o sharingan preparado para faze-la dormir, caso algo acontecesse de errado.
- Você não acha que eu não noto você me olhando, a cada canto que vou, me devorando com esse olho vermelho... - Bem realmente eu fiz isso, não posso negar, ela era bonita e querendo ou não, ainda sinto "tesão" - Eu te segui por um bom tempo e vi que você não era o Madara, pode ter enganado os outros 2 mas não me enganou... não eu...


Quanto tempo faz que não sinto o toque gentil de uma mulher, na verdade, desde que aconteceu aquele acidente comigo, que não me relaciono com ninguém. Algo por dentro de mim dizia para mata-la, outro parte dizia para beija-la, talvez é isso que os adultos chamavam de puberdade e eu, um ninja assassina de 18 anos, to sentindo isso.
- Afinal, quem é você?
- Não interessa...
- Ao menos mereço saber o nome do homem que vai me matar?
- Uchiha Obito...mas ele morreu a muito tempo...
-Não... ele está na minha frente... - Ela se aproxima lentamente, posso sentir a respiração dela, o perfume com um aroma único, algo hipnotizador. Ela toca seus lábios nos meus, ela me beijou. Não sei o que fazer, parece algo tão natural, como se eu soubesse o que fazer. Quando vi, nossas línguas estavam na brincadeira, tão natural como a chuva que caí nessa aldeia.
Depois de alguns segundos o beijo acaba, ela se afasta de mim e com o olhar de arrependimento e retorna a falar, enquanto eu, o cara durão, ficar quieto como uma mocinha no primeiro dia de aula.
- Eu sigo você faz 1 ano já, vi todos os seus pecados e erros, quando as vezes que você se redimiu deles, algo em você mexe comigo...
- Hmm...mas você é apenas uma criança...
- Uma criança com sentimentos... e eu corro atrás deles... - E me olha de novo nos olhos e então cola o corpo dela no meu, como se fosse um abraço, eu acho. Eu coloco meus braços entorno dela e aperto forte, algo dentro de mim, não queria deixar ela escapar dali, não queria que ela fosse embora, eu não devia estar fazendo isso, ela era só uma garota, inocente. O primeiro beijo dela, também foi o meu, provavelmente a primeira demostração de afeto de um homem que ela tenha sentido.
- Garota, por quê? Porque logo do nada isso, sabe geralmente as pessoas se conhecem melhor antes de se agarrarem por aí e... - Ela me silencia com outro beijo e eu respondo. Porque diabos eu não consigo sair desse momento, eu sou um grande ninja, matei milhares, mas cai de primeira quando uma garotinha me agarrou, afinal o que houve comigo?


E isso se repetiu por um longo tempo, eu tentava vir com a razão para que não continuasse, mas ela continuava vindo com os sentimentos. Chegou um ponto que desisti e deixei ela me levar, quando vi, nós dois estavam no chão, eu acariciando o corpo dela e ela se deixando levar pelas caricias indevidas em suas partes íntimas. Quando toquei na sua parte mais intima ela deu um pequeno suspiro, tirei a mão dali lentamente e então, envergonhada, ela me disse:
- Não pare... por favor...
- Mas você não quer não é? - Ela fechou os olhos e se aproximou de meu rosto e me beijou novamente.
- Nascemos para morrer... Obito... vamos aproveitar cada segundo...foi o que o velho sapo me disse...
- Velho Sapo?
- Shh... não importa agora...
- Para uma garota de 14 anos você é muito esperta...
- E para um homem "velho" você é muito inocente...

Continuo a acariciá-la e começo a beijar seu pescoço, eu só estou fazendo o que eu me lembro dos filmes que assistia escondido, mas é difícil, estou nervoso e realmente não quero fazer nada errado, não com ela. Aos poucos vamos nos despindo e eu vou passando meus dedos pela pele suave dela. Eu a mordia nos ombros e pescoço. O que aconteceu depois vocês já sabem, fizemos ali mesmo, naquele chão frio, que acho que foi esquentado pelo nosso calor corporal. Dormimos ali também, a sensação foi estranha, senti nojo, por ter usado uma garotinha, mas me senti vivo, depois de muito tempo. Senti que traí a Rin, mas meu coração não liga, ele teve paz, mesmo que por um breve momento.

Me levanto e me visto, ela continua dormindo, não quero fazer barulho para não acorda-la, coloco a máscara que tanto me sufoca e vou embora dali, ela não vai lembrar do que fizemos, o jutsu que eu fiz não vai deixar, mas eu vou e nunca irei esquecer daquele momento, daquela sensação e da felicidade que pude sentir depois de tudo que passei.
No fim, minha prisão foi não ter ficado deitado ali com ela, uma escolha que talvez vou me arrepender.

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Ficou uma droga, mas foi a primeira que fiz depois de 5 anos...
Fiz para uma garotinha que amo...

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