segunda-feira, 24 de outubro de 2011

As Crônicas Tibianas - Cap. 61

Nossa viagem até Carlin durou mais tempo do que esperávamos. Assim que pusemos os pés em Carlin, o Sol se pôs e as casas já estavam exibindo suas iluminações internas pelas frestas das janelas. Ocupávamos a rua em seis: Andrezinho, Biertrus, Bryan, Milla, Scott e eu. "Finalmente em Carlin" - pensei. E logo tomei a palavra:

[B.W.] - Guerreiros, é hora de decidirmos o que fazer.
[Mi] - Quais são seus planos, mestre?
[B.W.] - Preciso ressuscitar minha amiga...
[And.] - Precisamos!
[S.S.] - Eu também irei.
[Mi] - Eu tenho uns assuntos pendentes com Bryan. Além disso, preciso passar em casa.
[Bry] - Mas não deixe de nos contar seus próximos planos assim que encontrar com sua amiga. Estou certo de que você vai conseguir, mago Bierum.
[Btr] - E eu vou deixá-los. Vou aproveitar pra caçar alguma coisa. E volto a Venore assim que amanhecer.
[B.W.] - Certo. Agradeço a todos vocês por terem me ajudado. Prometo retribuir. E agora, precisamos ir.


A noite começou a vingar, as pessoas que saíam para caçar à noite estavam no depósito central de Carlin, uma área segura por leis, mas as ruas ainda eram assustadoras. Lembrei-me brevemente da primeira vez que pisei em Carlin.

No depósito central, um cavaleiro me parecia muito familiar, mas eu temia que pudesse ser tarde demais para Grazi, achei melhor não arriscar nenhum encontro. Além disso, minha memória poderia estar pregando-me uma peça. Seguimos o caminho.

Adentramos o templo de Carlin. Ele ficava numa das ruas principais da cidade e havia um monge para nos auxiliar. Dirigi-me ao altar. Ante aquela grande mesa, contemplei as imagens dos deuses, que me lembravam do Oráculo, a entidade que nos permite sair de Rookgard. Assombrava-me ainda a ideia de que Grazi pudesse ter tomado decisões como as de Malu. E eu precisava me certificar de que estava errado.

Acendi uma vela do templo e comecei a pensar em Grazi, ainda temeroso. A fumaça da chama da vela começou a esbranquiçar enquanto eu fechava levemente meus olhos. Senti os vultos de Sam e de Andrezinho ainda me fitando, e senti-me então confiante para continuar me concentrando.

A fumaça branca começou a ganhar formato... e uma lágrima se formou em minha face. Quando ela tocou o solo, Grazi havia se originado diante de mim. Então eu a abracei.
 - Grazi... - eu dizia com a voz cansada. Meu corpo estava suado e sujo, meus cabelos estavam longos e desarrumados e minha barba parecia ter crescido. Eu sentia a necessidade de descansar, mas não sem antes ouvi-la. - ...graças aos deuses!
- Ai, Bierum... deixe os deuses fora disso. Obrigada por virem me salvar.
- Eu tive medo de que você...
- Trouxemos os seu escudo! - Disse Andrezinho, alcançando-lhe o escudo que encontramos na montanha em Darashia.
- Obrigada. E onde está Sagal?
- Creio que ele nem ao menos teve tempo de saber do ocorrido... - Respondeu Andrezinho.
- Então vamos até a minha casa.

Chegamos à casa de Sagal e Grazi. Não era muito longe do templo. Entramos na casa, exceto Sam Scott, que não era convidado de Sagal, e, por etiqueta, nos aguardou na porta de entrada. Mas, estranhamente, as coisas de Grazi não estavam nos lugares onde ela havia deixado. Estava tudo encaixotado. 
"Isso não pode estar acontecendo." - pensei. Observei Andrezinho, ele estava chocado com a visão que tínhamos: eram muitas caixas. O que não estava encaixotado, estava espalhado pela casa, como coisas habituais de Sagal.

Grazi adentrou o quarto. E gritou palavras mágicas ao vento, que não respondeu.
- Ele me deixou! - gritou ela.
- Calma, Grazi! - entrei no quarto tentando manter-me calmo também - É possível que tenha acontecido algo alheio à vontade dele...
- Não! Isso está errado! Por que as coisas dele estão pela casa toda, então? - E, nisso, Grazi começou a andar em direção à saída. - Não dormiremos aqui! Não temos mais esse direito! - e saiu com lágrimas nos olhos.

Começamos a caminhar em silêncio.
- Vai ao depósito central para mim, Andrezinho? Preciso de um pacote de entregas. Me faria essa gentileza? - pedi, aguardando a oportunidade de ficar sozinho com Grazi.
- Tudo bem. Sam, vem comigo? - Foi a resposta de Andrezinho, entendendo minha pretensão.
- Claro. - Disse Sam, gentilmente.

Sozinhos sob a luz da cidade, Grazi me via virando-me para ela, quando nossos amigos se afastaram.
- Grazi, talvez você esteja exagerando...

Uma surpresa aguardava-me ainda naquela noite. Mas isso, meu bom amigo, eu contarei-lhe assim que você descansar.

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