segunda-feira, 1 de março de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 15

Por uma garrafa

Grazi havia voltado às pressas para Carlin, a pedido de Sagal. Em Venore, restávamos nós três: Andrezinho, Malu e eu.

O calor começou a assombrar Venore, ao ponto de irmos até a única sorveteria da cidade: o Boozer's bar. O lugar é praticamente todo feito em madeira, às vezes você tem a impressão de ter visto um rato... mas é o melhor sorvete num raio de quilômetros tibianos.

Escoramo-nos no balcão do bar, saciando-nos um pouco da refrescância dos sorvetes. Estávamos prontos para seguir viagem, quando resolvi perguntar ao taverneiro, Boozer, o que estava errado, por que somente nós três éramos seus clientes. Ele suspirou e disse:
- É... por mais incrível que este bar possa parecer, e mesmo sendo fenomenal, os negócios não andam tão bem assim.
Andrezinho também pôs-se a perguntar:
- Por que isso tem acontecido?
- Em primeiro lugar, isso é porque abriram um bar novo na cidade, que desequilibrou a concorrência: a Hard Rock Tavern...
- Sim, já estive lá. - completei.
- Pois é! E todo o mundo que beber naquela maldita taverna! Por isso meu estoque de bebida está apodrecendo, e por mais que eu baixe o preço, ninguém quer vir ao meu magnífico bar!
- Acalme-se! - Disse Malu. - O senhor não tem nenhuma estratégia para voltar a chamar clientes?
- Ah, eu tive... - suspirou ele com lamento - Eu tinha um ótimo fornecedor, mas ele morreu quando buscava uma bebida especial para mim. Porém, para obter dessa bebida, ele teve de passar pelos guardas de Kazordoon. Acho que foi de lá que ele não passou.
- A cidade dos anões... - disse Andrezinho - ouvi falar dela nos livros. Ainda não fomos para lá, Bierum!
- Tem razão.

Nos entreolhamos e, sem dizer uma palavra, já tínhamos um plano em mente.
- Ei, Taverneiro, podemos fazer essa busca pra você.
- Oh, sim! Irão morrer os três, isso sim! Vocês nem sabem que o que ele estava procurando era um licor encantado, que seria um ótimo lançamento neste bar e teria me salvado antes de estar completamente na ruína! Agora não há mais solução!
Malu disse, então:
- Acho que o senhor não entendeu! Estamos dizendo que faremos a busca do licor.
- Mas só se vocês levarem estas garrafas consigo. - resmungava Boozer, que parecia irritado. - E depois que passassem por aqueles detestáveis anões!
- Não se preocupe, somos muito fortes. - Tentei acalmá-lo.
- Não posso pagar muito por isso, mas eu encontrarei uma recompensa.

O Sol dava um pouco de trégua no entardecer, partimos com nossas mochilas carregadas com pá, corda e nossos corações carregados de coragem. A viagem até Kazordoon era longa: saímos de Venore seguimos a estrada principal e alcançamos uma ponte, que ligava o continente ao desfiladeiro.

Na ponte, avistamos alguns anões com roupas civis e outros com uniformes militares azuis. Quando coloquei o primeiro pé na ponte, um deles gritou "In Kruzak pridum!", civis ergueram bestas, atirando dardos, e os militares levantaram machados e correram em nossa direção. Dois dos anões investiram seus ataques em mim. Os machados pareciam afiados, senti uma gota de suor em minha testa. Um dardo também partiu em minha direção, mas foi aparado pelo escudo de Malu. Os machados reluziram faíscas na espada de Andrezinho. Com os golpes aparados, foi fácil para mim queimá-los com a onda de fogo.

Passamos pelo desfiladeiro quando anoiteceu. Era estreito, fizemos fila indiana para passar... do outro lado do desfiladeiro, havia um urso faminto, mas antes mesmo que eu o atacasse com meu Cajado Draconia, Andrezinho e Malu já haviam o matado. Fizemos uma fogueira e acampamos em meio aos arbustos. Kazordoon estava perto. Mas não seríamos bem recepcionados pelos anões, ainda mais após ter matado tantos companheiros.

Acalme-se, meu amigo. Um outro dia se aproxima...

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