segunda-feira, 15 de março de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 17

Boozer pode esperar

Deve bem lembrar-se, meu amigo, de uma retirada estratégica feita por Andrezinho, Malu e eu, que estávamos sob a mira das bestas dos anões. Essa raça é caracterizada pelas pernas curtas, o que nos deu larga vantagem.

O castelo de Carlin já não fazia mais parte do horizonte, mas sim do destino próximo. Percebemos isso quando passamos embaixo de grandes bandeiras verdes com uma espada estampada sob um grande "C". Carlin! Que cidade bonita!

Paramos de correr. Contemplamos o centro da cidade.
- Outra monarquia inútil. - Comentou Andrezinho.
- Fale baixo, Andrezinho, os guardas podem ouvi-lo. - Adverti.
- Tem algo de mais nisso? - Perguntou Malu.
- É... - sentenciei - ...os guardas cuidam do rei como veneram a um deus.
- Se os deuses não descem à Tibia, são uns inúteis. - Completou Andrezinho. Me fazendo pensar que mais valia a pena encerrar a discussão.

Caminhávamos pela cidade. O mercado de Carlin é muito maior que o de Venore. Porém, nada muito útil a venda nas lojas normais. Apenas comerciantes clandestinos tinham novidades, o que não se pode ser chamado de mercado negro. Gritos de "vendo!" e de "compro!" eram abundantes na calçada comercial de Carlin. Nos dirigíamos ao depósito central da cidade, quando uma briga nos chamou a atenção. Chegamos mais perto para ouvir. Um grito introduziu melhor o que estava acontecendo:

- Sua bruxa! Vai perecer diante da minha espada! Os cavaleiros vão dominar todo o continente tibiano! - Era um cavaleiro todo chamuscado, mal tinha forças para erguer a espada, mas correu em direção a uma maga. - Morra!
Um estrondo de raio o arremessou de volta à origem de seu ataque.
- Você me pagará por ter assaltado meus amigos! - disse a dona da voz que me parecia familiar.
- Espere! Eu devolvo o dinheiro! Pare!
- Já apontei o cajado em sua direção. Mesmo que eu quisesse, não posso mais pará-lo.
E o cavaleiro desabou no chão, vítima de mais um ataque, desta vez de fogo. Muitos pobres foram na direção do corpo. Mas apenas a assassina conseguiu o ouro em questão.

- É isso que você foi fazer em Carlin, Grazi? - perguntei sorrindo.
- Bierum! Que bom que está aqui! Não imagina que alguns dos vizinhos de Sagal foram roubados por esse rato que se diz cavaleiro.
- É você o matou...
- Isso! E agora, só se alguém desejar de coração que ele reviva, para que ele ressucite.
- O que fazia neste local? - Quis saber Andrezinho.
- Eu ia colocar umas cartas no correio... a vocês!
- Oba! Nunca recebi uma carta! Sobre o quê, Grazi? - Foi a pergunta de Malu.
- Bem... leiam vocês mesmos.

Quando abri o envelope que tinha meu nome, encontrei um papel dourado. Ele dizia:
"Aos cuidados de Bierum Wizzard.

Bierum, seus amigos
Sagal Orius, descendente da dinastia de paladinos reais, os Orius
__________________&__________________
Grazi Lamounier, herdeira do clã de magos Lamounier

Com muita honra convidam você para a Inesquecível Cerimônia da Eterna União, que será realizada na Cathedral de Thais após três dias do envio da presente mensagem.
Pedimos de todo o coração que aceite participar dos rituais que nos unirão para sempre.
É permitido que você leve uma companhia de sua escolha.
Que os deuses o guiem para a aceitação.

Ass.: Lynda, a mestra de cerimônias."


Três dias, meu amigo, é tempo demais. Mas você pode aguardar comigo? Oh, sim... a espera é tão longa quanto a jornada. Ainda assim, você está ao meu lado. Continuarei após repousarmos.

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