domingo, 24 de abril de 2016

Mundo

As pessoas andam.
Para onde?
Elas continuam.
Por que?
Avançam.
Para que?

O Mundo gira,
a rapidez me causa náuseas.
O mundo gira,
seu suor me faz vomitar.

Ele de alguma forma continua.
E fede a navio negreiro.
Fede cada vez mais.

As pessoas passam,
mais escravos no navio.
Números são fáceis de esquecer...

Seus rostos, debeis.
A falta de consciência me assusta.
Me enoja.
Apenas seguem.
Acorrentados em suas próprias realidades.

Me pergunto qual escolheria
se não olhasse através delas,
As vezes, encontro outro olhar em desespero
Mais um cúmplice que olha por cima de seus limites.

Não dura.
Nunca dura.
Logo a consciência se dissipa.
A dor é muito intensa.
A pior dor é sempre a da alma.

E assim tudo logo continua...





2 comentários:

  1. Tu me lembras do clássico do Castro Alves, Navio Negreiro.

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  2. A menção ao navio negreiro, foi tanto ao poema quanto ao próprio navio, a forma como boa parte das pessoas são exploradas por esse sistema me lembra do navio, o mundo virou um grande navio negreiro.

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