sábado, 8 de março de 2014

Cigarros ao odio.

Novamente me pego neste quarto;
Tem cheiro de lixo;
Como meu amor por ela;
Tem cheiro de ferrugem;
Como as lembranças dela.

Logo escuto o som de batidas na porta;
Eu tenho as chaves;
Não preciso abrir;
Mas ela está lá.

Tem uma barata ali;
Pequena;
Imunda;
Odiosa;
É como o sentimento;
Que me surge antes de dormir;
O sentimento que me leva a você.

Toc-Toc;
Acendo um cigarro;
Como eu odeio cigarros;
Mas eles me recordam de você;
Toc-Toc

Devo abrir?
Me levanto;
A cama, velha e suja, range;
Abro a porta, mal pintada de um vermelho escarlate;
Ela entra.

Passam as horas.

Ela se foi;
Como uma tempestade no mar, que ninguém nunca viu;
O que me restou?
Meus cigarros, minhas paranoias;
Meu odio por ela.

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Gabriel Borges A. Vargas.



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