segunda-feira, 9 de agosto de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 37

Um inesperado oponente

Na manhã que seguia nossa aventura, Cyclopes cercavam nosso acampamento, mas não haviam se dado conta de nossa presença. A quantidade desses oponentes gigantescos era formidável. Tivemos de esperar uma boa brecha de tempo para um combate ao qual fôssemos páreo.

Resolvemos contornar o monte rochoso onde acampáramos a fim de encontrar outra saída. E descobrimos que a rocha que habitamos era um pequeno coliseu de sacrifício drúidico antigo, no qual jogavam os subjulgados aos escorpiões. Isso sabíamos Andrezinho e eu, e comentamos isso em particular. Não queríamos o pânico do resto do grupo.

"Isso pode dar azar" - foi minha última telepatia a Andrezinho, que me devolveu apenas "Sorte e azar não passam de crenças."

Três Cyclopes nos encontraram. Mas esse foi seu último achado. Grazi e eu os cegamos com fogo, Andrezinho e Malú bloquearam suas investidas, Bryan e Milla tinham cajados com fogo e Biertrus atirou-lhes dardos mortíferos.

Alguns Cyclopes acordavam e partiam para um combate que já havia perdido a emoção. Mesmo que tentassem nos cercar, Biertrus já os enfraquecia de longe e éramos quatro magos e dois cavaleiros. Seguimos ao Sul e avistamos o templo.

Subimos as escadas do templo e lá estava o monge. Corria de um lado ao outro. Nós seis o cercamos.
- Bom dia, monge! - Falei em tom alto.
- Não, não... a humanidade está perdida! Esse é um péssimo dia. Nunca mais haverá dias bons! - foi sua resposta.
- Viemos ajudá-lo! - Disse Malu.
- Ninguém pode ajudar! O fim dos dias está próximo!
- Venha com a gente até a civilização. - Tentou Grazi.
- Não existem mais civilizações! As barbaridades do mundo e seus pecados tornaram a ordem como apenas uma ilusão.

Milla e Bryan apenas se olharam. Andrezinho apontou o dedo para o altar do Templo e disse:
- Encontrei uma explicação!
- Do que está falando? - Perguntei.
- Aquele livro foi a única companhia dele... por isso ele virou um lunático.

(Se me permite fazer uma observação, quando Andrezinho disse "Aquele livro", referiu-se à Tiblia, o livro da criação e destruição do mundo para os Tibianos. E não só os tibianos, mas pessoas de todo o nosso mundo contemplam essa obra, sabe-se lá por quem escrita. O que doía em mim e provavelmente em Andrezinho é que é um livro que pode ser usado para o benefício do portador sacrificando aqueles que crêem. E desses charlatões é que Andrezinho tinha ódio. Além disso, Andrezinho acreditava que os deuses eram inúteis.)

Tomei uma decisão:
- Então nós...
- ...o deixaremos. - respondeu uma oitava voz. Nossos olhares voltaram para o novo visitante do templo. E exclamei quando o reconheci:
- Sagal! O que você faz aqui?
- Eu consultei o vento inúmeras vezes e finalmente encontrei minha esposa. E meus amigos.
Foi aí que me dei conta do atropelo que estava cometendo, e apresentei Bryan e Milla a Sagal.

Grazi protestou que não havíamos encontrado ainda um Dragão, ao qual ela deveria treinar. Mas Sagal argumentou que precisava do auxílio dela na luta contra os Dragões do Lar dos Dragões. Eu disse que a decisão cabia a ela, mas o grupo sobreviveria a perda, não sem sofrimento.

Damos um sétimo do dinheiro conquistado a Grazi. Sagal ainda nos advertiu de que o período de procriação das Aranhas Gigantes estava perto, e elas geralmente usavam as Planícies do Sofrimento para isso.  O monge começou a dizer que os mortos levantariam das sepulturas e que aqueles que morreram, porém prudentemente preferimos não dar-lhe atenção.

Deixamos o templo mais uma vez com o monge. Grazi e Sagal haviam saído antes de nós. Começamos a rumar ao norte. Com poucos passos, reparamos ao longe dois guerreiros-esqueletos seguindo nosso grupo.  Andrezinho disse a Biertrus para poupar dardos e desceu até lá. Eu o segui e vencemos com muita facilidade os adversários.

Nossa vitória, no entanto, não teve tempo para ser comemorada. Andrezinho e eu voltávamos ao grupo, quando o céu acima de nós escureceu repentinamente. Ao longe, vi Bryan segurando Milla pela capa. E Malu parecia apavorada.

- Cuidado, Bierum! - Gritou Andrezinho. - Estamos sendo atacados... - E finalmente não o ouvi. Senti uma forte dor no peito e me senti empurrado para longe. Abri meus olhos sobre os pés de Biertrus, que gritou:
- Ataque de Aranha Gigante!

E o que aconteceu depois disso, meu amigo, contarei-lhe assim que descansarmos. Foi uma das batalhas mais incríveis que meus olhos já viram.

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