segunda-feira, 2 de agosto de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 36

O grande saque

- Sou eu quem lhes deve agradecimentos.- cumprimentei - Mas jamais imaginava que vocês pudessem estar aqui.
- É que eu e o Bryan precisamos juntar muito dinheiro. - Explicou Milla.
- E achamos que daríamos conta, mas os Cyclopes nos emboscaram e estavam se divertindo às nossas custas. - Continuava Bryan - Como você conseguiu chamá-los, senhor Bierum?
- Isso foi por intermédio de um dardo disparado por meu irmão Biertrus.

Malu, Andrezinho, Grazi e Biertrus chegaram. Nos reunimos em torno da fogueira dos Cyclopes, damos comida aos dois novos integrantes do grupo. Milla me pediu para conversarmos a sós. Eu aceitei. Subimos em uma rocha e conversamos.

- Mestre Bierum... você se lembra quando eu disse que Bryan era corajoso?
- Perfeitamente.
- Imagine que estávamos numa luta contra os Globlins do Monte de Carlin, quando, de uma abertura do Monte, saiu um Dragão, e o pobre Bryan atirou-se contra sua labareda para que eu fugisse...
- E você acendeu uma vela para que ele voltasse, não?
- Sim... e estou juntando dinheiro para que ele se case comigo.
- Hum...
- Mas não quero me casar com ele sem a sua aprovação.
- Hehehe... não seja tola. Eu não interfiro no seu desejo.

- Na verdade, ele quem me pediu. Disse que queria me proteger para sempre. E eu gostei...
- Se é a vontade dos dois, não vejo problemas. Mas por que logo a minha permissão?
- Além de um mestre, você sempre foi um pai para mim. Meus pais vivem em Rookgard e não planejam me ver tão cedo.
- Oh, minha querida... - e cocei a barba, que já estava crescendo - ...se é de minha aprovação que precisam, vão em frente.
- Obrigada, mestre.
- Não me agradeça. Mas eu não sou mais seu mestre. Nós somos como magos irmãos.

- E por que vocês estão aqui no Vale dos Cyclopes? E por que tantos estão com você?
- Bom, é que a Grazi e eu queremos matar um Dragão que os Cyclopes escondem. Além disso, preciso do dinheiro para o aluguel e para...
Um grito interrompeu nossa conversa.

Descemos a rocha rapidamente.
[Gra] - Bierum, rápido! Um grupo de Minotauros passou pelo acampamento e levou nossas mochilas!
[B.W] - Onde estão os outros?
[Gra] - Malu e Bryan foi para o leste, atrás de uma parte do bando. Andrezinho foi para o norte.
[B.W.] - Ok, eu vou atrás dele. Uma de vocês fica aqui. A outra ajudará os outros!

E corri para o norte da planície. Cascos faziam um sutil rastro. Eu consegui segui-los. Em uma clareira entre arbustos, vários Minotauros. Alguns me lembravam a lendária fera de Rookgard. Outros carregavam Cajados Drúidicos. E dois deles tinha bestas nas mãos e bolsas com dardos nas costas. Mas onde estava Andrezinho?

Não demorei muito para entender o que se passava. Andrezinho devolveu na mesma moeda o que os Minotauros nos deram, ou melhor, tiraram: Pegou duas das mochilas que haviam sido por eles roubadas. Andrezinho agora corria deles, em uma cena que poderia ser até engraçada, se não me fosse tão preocupante. Vencer os Minotauros pelas costas não foi difícil. Porém, os Minotauros Arqueiros atiraram em uma perna de Andrezinho e o imobilizaram. Ver Andrezinho cair me descarregou pura adrenalina contra os dois. Corri em direção a eles e desferi uma onda de choque, magia que eu não havia dominado direito, mas que os mandou para o outro mundo instantaneamente.

Abri os corpos dos saqueadores e encontrei nossas fortunas em sacos. Andrezinho sangrava pela perna ferida. Eu dei-lhe uma poção de cura e ele conseguiu se recompor.
[And.] - Bierum, talvez eu conseguisse com eles, se eu tivesse mais tempo para uma estratégia. Mesmo assim, agradeço por você ter vindo.
[B.W.] - Você venceria, sem dúvidas. Mas que tipo de amigo eu seria se deixasse você carregar esse fardo sozinho?
[And.] - Vamos voltar?

O caminho até o acampamento foi tranquilo. A noite chegou e todos nos esperavam em torno da fogueira. Por segurança, subimos um rochedo e preparamos para dormir às escondidas, sem que os Cyclopes desconfiassem de nossa presença. Montamos horários de sentinela, revesando entre duplas os membros do grupo.

Nosso sono foi, de um modo geral, muito tranquilo. Assim como você deve estar necessitando por agora. Durma, meu amigo. Amanhã, contarei-lhe as modificações que o grupo precisou sofrer. Uma fantástica luta nos aguardava.

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