segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 7

A rainha das amazonas

O dia havia amanhecido com um preguiçoso sol, no entanto, já estávamos os quatro de pé, prontos para um novo reconhecimento. Andrezinho conhecera a rainha das amazonas, e sobreviveu ao cativeiro. Sua armadura e sua espada refletiam a luz do dia, ele amarrou os cabelos azuis numa trança e fez questão de trancar a porta do alojamento.

- Ao final desta expedição, irei até Carlin. Parece que os garotos querem falar comigo... - disse Grazi, dessa vez munida do Cajado do Dragão.
- Todos prontos? - perguntei. - Então podemos ir.

Andrezinho fez questão de ir na frente do grupo. A caminhada até o acampamento não demorou. Como Andrezinho e eu éramos mais experientes no grupo, deixamos Milla e Grazi cuidando das sentinelas e adentramos o porão.

Confesso que eu esperava mais escuridão, mas as amazonas tinham feito uma civilização subterrânea, cercada de tochas nas paredes. Ali embaixo, fomos recebidos com lanças das Valkírias (amazonas mais treinadas), mas que caíam aos golpes de Andrezinho.
- Bierum... foi por ali que começaram os problemas... há uma Valkíria poderosa aqui embaixo. - disse Andrezinho apontando para uma passagem mais escura.

Ao nos aproximarmos, deparamo-nos com uma mesa de jantar enorme. Sentadas, estavam amazonas, valkírias e uma bruxa. O amigo deve lembrar que elas eram imunes ao cajado Vórtex, mas deve também lembrar que eu usava o cajado da morte. Não levamos mais de um minuto para derrotá-las. Seguimos adiante, passamos por um corredor enfestado de valkírias. Após isso, eu estava cansado... mas Andrezinho mantinha o fôlego. Nossas mochilas começavam a pesar, devido ao ouro obtido.
- Falta pouco agora. - disse Andrezinho, ao que chegamos a uma sala maior onde sentada no trono estava ela... uma valkíria com olhos perversos.

- Onde estão as cabeças dos quatro invasores? - perguntou ela.
- Nos desculpe, majestade, mas eles são poderosos! - disse uma valkiria. Segundos depois, ela foi morta com uma lança. A própria rainha a havia matado.
- Tola... esse humanos impuros devem ser exterminados.
- Vou dar-lhe mais que a minha cabeça... - disse Andrezinho num salto - ...eu darei-lhe a lâmina desta espada. - e seu golpe faiscou sobre a lâmina da espada da rainha.
- Quem é você? - disse ela.
- Eu sou o cavaleiro Andrezinho. E você? Você é uma mulher morta!
- Impuro! Você desafiou Musli, a rainha das amazonas!

Eu estava distante demais para ajudá-lo. Além disso, valkírias ouviram o som da luta e correram em nossa direção. Fiz o que pude para segurá-las... de repente, senti uma dor em minha cabeça... a luz apagou depressa...

Não sabendo quanto tempo havia se passado, ouvi a voz de Andrezinho:
- Bierum! Acorde!
- Onde estou?
- Sinto muito. Não vencemos... elas estavam em maior número.

Estávamos na prisão das amazonas. Na cela ao lado da minha, um ladrão das terras selvagens gritava "Seu dinheiro ou sua vida", como se estivesse alucinado. Na cela vizinha a de Andrezinho, um esqueleto estava deitado em uma cama de palha.

- Talvez fosse melhor sairmos daqui. - disse Andrezinho em tom irônico. - Veja, há uma placa em frente a sua cela. Vire-a para que pudéssemos ler:
"Não alimentem esses homens. É uma raça que não merece isso!"
- Oh, morreremos assim, então? - disse Andrezinho, mantendo o tom.
- Eu não creio - disse eu, tentando me concentrar numa telepatia.

"Milla, fuja. Leve Grazi com você. Andrezinho e eu ficaremos bem."
Não houve resposta.
- Agora já posso me preocupar com elas... - eu pensava em voz alta.
- Preocupe-se com você! - disse uma valkíria sentinela, fazendo calar-me.

Repentinamente, um grito de mulher interrompe minha repreensão. A sentinela levantou a lança e foi até lá. Um clarão forte vermelho, seguido de um azul iluminaram a escuridão da passagem. Andrezinho apenas olhava para sua espada, poucos metros distante de sua cela. Eu permaneci em silêncio.
Uma luz semelhante à do fogo se aproximava. Sons de passos me atormentavam...

Aguarde, meu amigo. Logo, contarei o resultado do susto que estava por vir.

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