segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

As Crônicas tibianas - Cap. 4

Uma amizade muito além da Ilha

Você se lembra, meu amigo, da carta que minha irmã, a professora Alys, havia mandado a mim? Ao longo de nossas jornadas, frequentávamos o porto de Venore, que recebia barcos diretamente da Ilha do Destino, a mesma de onde formei-me mago e Andrezinho formou-se cavaleiro.

A carta de Alys dizia que deveríamos estar atentos aos próximos navios, pois recentemente, uma amiga de infância minha tinha deixado a Ilha de Rookgard, em direção à Ilha do Destino. Essa amiga, conto-lhe, passou parte da infância comigo. Lemos os mesmos livros, às vezes ao mesmo tempo. Seria a senhorita Grazi, de uma família de magos requintados do reino de Rook. Porém, uma disputa por poder na família havia feito com que ela deixasse o reino.

O fato que poderia tornar a notícia ainda pior, é que Grazi não queria que eu deixasse a Ilha antes dela. Mas alguns anos nos separavam... e eu acabei a deixando para trás, pois eu estava pronto. Como seria esse reencontro?

Quando a Senhorita Grazi chegou, estava formada em magia básica. Mas permita, amigo, contar sua chegada. Ela desceu da embarcação e abraçou-me. Também conhecia Andrezinho, abraçou-lhe também. Zago sorriu e se apresentou. Sagal ficou mudo por muito tempo, e seus lábios soltaram demoradamente um "olá".

Apresentamos a ela a cidade, mostramos a ela nossos aposentos, nossa sociedade dos 4, que agora seria 5...

Grazi finalmente contou-nos as novas. A professora Estrella mandou Grazi para Venore, e um cajado mágico para mim. Grazi me entregou o cajado e deu-me um recado da professora: "Continue lutando em nome da justiça." Conosco Grazi permaneceu. Caçamos, pescamos e lutamos pela sobrevivência juntos, como há de ser nosso mundo.

Certo dia, Zago teve uma idéia: um ritual de iniciação. Deu uma corda a Grazi e a levou até uma caverna de vermes gigantes. Andrezinho e eu estávamos na luta contra os elfos, que nos consideram destruidores da natureza. Acrescento mais... o cajado que a professora Estrella havia me mandado era chamado "Cajado do Dragão".

Sagal voltava de uma caçada no Vale dos Ciclopes, com uma lança cheia de bifes. "Jantar garantido!" - pensava ele. Quando chegou ao nosso aposento, estranhou a falta de todos. Chamou por telepatia cada um de nós. Grazi não respondeu, eram muitos vermes em luta. Zago, sim, respondeu e até comentou o paradeiro de Grazi.

Na opinião de Zago, Grazi poderia se virar sozinha. Sagal talvez concordasse, mas largou todo o lucro da luta e correu até a caverna dos vermes gigantes. Zago continuou tranquilo, Sagal entrou na caverna sem corda. Chegamos, Andrezinho e eu e preparamo-nos para ir até lá. Será que Zago e Sagal brigariam? Por que Sagal estava tão nervoso?

Sagal era mais rápido que nós dois. Zago estava no caminho de volta, tranquilamente. Sagal não havia falado com ele. Questionamos Zago:
[B.W.] - Viu Sagal pela estrada?
[Zago] - Passou quase voando... parecia com raiva.
[And] - Acredito que ele esteja preocupado com Grazi. Vamos?
[B.W.] - Imediatamente...
[Zago] - Hahaha, vocês não preferem deixar que o Sagal resolva?
[And] - Do que você está rindo? O pior pode acontecer a ela, vê?
[B.W.] - Acho que eu entendi, Andrezinho... Mas vamos até lá. Precaução.
Zago continuou rindo na estrada, sozinho. Andrezinho e eu continuamos o caminho.

Dentro da caverna dos vermes, Grazi enfrentava um ser maléfico de um olho só, chamado Beholder. Essa criatura pavorosa dava vidas temporárias aos corpos de suas vítimas e os usava na forma de soldados esqueletos contra os próximos. Grazi não conseguia mais se defender, eram muitos. Mas uma poderosa lança perfurou o olho do Beholder...

Quando Andrezinho e eu encontramos Grazi, ela estava sentada no chão, escorada na parede. Sagal puxava-lhe pelo braço para que ela se reerguesse. Não dizia uma palavra. Foi então que chegamos. Sagal finalmente disse: "Melhor saírmos daqui. Beholders revivem muito rápido, pois nem o inferno os quer!"

Não me assustou seu aviso. O cajado do Dragão me dava muita confiança. Mas tive de dar-lhe razão, pos ele era mais experiente que eu. Saimos da caverna dos vermes gigantes. Em casa, Sagal se zangou com Zago, mas sua raiva passou com o tempo. Grazi sorria para Zago. Andrezinho e eu estávamos felizes pela segurança do grupo.

Sagal comentou, então que nossas acomodações estavam pequenas para 5 membros. Um problema... enquanto isso, mais uma carta a mim chegou. Desta vez era urgente, e da professora Estrella. Abri o envelope... mas o que ali havia? Ah, meu amigo, você também se cansou? Tudo bem... eu prometo contar tudo a você amanhã.

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