segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 45

Entre Assassinos e Monges

Gritos ao fundo dos corredores escuros faziam com que andássemos cada vez mais rápido pelos corredores da Catedral Negra. Não reparei, mas a luz que minha palma emanava estava cada vez mais fraca. adentrei uma antessala que tinha pequenas velas sobre um altar, que parecia vazia.

Ouvi um baixo som na altura do meu pescoço. Virei a cabeça para uma das paredes e me assustei com raízes que se entrelaçavam por entre os tijolos. Mas nada justificava o som ouvido. Então, girei meu corpo para ver o que estaria nas minhas costas, torcendo para que fosse apenas Sam Scott. No entanto, eu estava errado.

A figura que vi era realmente meu companheiro, mas em seu escudo, uma estrela metálica encravada furiosamente. O som que eu havia ouvido era o daquele objeto procurando um alvo ao vento, minha cabeça, possivelmente, era esse alvo. Sam ergueu sua mão e a acendeu, repetindo o movimento que eu fizera minutos atrás. Mas não havia nada na sala. Nada que pudéssemos ver.

- Onda de Gelo! - Foi o grito de Sam Scott em direção às paredes solitárias. E tão breve quanto seu golpe repentino, ouvimos o som de um homem tombando. Ele vestia uma roupa preta dos pés à cabeça. E assim que levantou, tornou-se invisível novamente. Do local onde ele estava, uma partícula verde que parecia úmida foi arremessada contra mim, mas Sam usou novamente seu escudo para defender-me daquela investida. Quando o escudo baixou, minha Onda de Fogo acertou nosso adversário que tornou-se visível e caiu agonizante.

Tentei segurá-lo nos braços mas ele estava hostil demais. Olhamos à sua volta Iluminamos com nossas mãos mais um pouco da sala. Não avistamos mais ninguém. Voltamos ao corpo do adversário agonizante:
- O que vocês fizeram com meu amigo?
- Huhuhuhuhuhu... este templo está cheio de Assassinos como eu... seu amigo será um deles... ou...
- Ou o quê?
- Ou faremos um sacrifício... pelas almas negras!
- Fale-me mais sobre isso!
- ...

Meu adversário morrera, com semblante dotado de um sorriso prazeroso. Isso me deixou furioso. Sam me pediu que me acalmasse para continuarmos a procura.
- Este lugar parece enorme! - Eu gritei com ele. Mas tocando a boca com uma das mãos, voltei atrás - Me desculpe.
- Tudo bem, Mestre Bierum. Será que existe algo naquele altar?

Nos aproximamos e vimos um alçapão para mais um piso subterrâneo. Desci as escadas, com Sam logo atrás de mim. Erguemos nossas iluminantes mãos em direção ao teto para aproveitarmos melhor a luz. Cinco homens vestindo togas marrons nos observavam. Um deles tinha o rosto negro, pelo que eu pude ver. Esse mesmo gritou:
- Punam os pecadores! - E todos eles correram em nossa direção.

Eu esperava poderes mágicos. Invocações, magias, luzes fortes e muitas dores. Mas fiquei apenas com o último item dessa coleção de possibilidades. Aqueles monges lutavam contra nós com punhos e com os pés, desferindo socos e chutes muito bem treinados.

Com a pouca distância requerida para esses ataques fez com que chegassem muito perto, ataquei um deles com meu Cajado da Energia Cósmica. Mas assim que um deles se feriu, disse algo como "Punição" e voltou à lutar como se não tivesse sido ferido.

Meu corpo todo começou a doer, pois, como Mago, eu não possuía grande treinamento físico, tampouco conhecia bem o combate corpo-a-corpo. Meu escudo defendia poucas de suas investidas e eu já não via mais as energias de Sam Scott, nem seus ataques. Comecei a sentir tonturas enquanto os furiosos monges não cessavam ataques.

Finalmente, comecei a sentir muito frio. "Magos são dominadores do fogo... seria este o frio da morte?" - eu pensara, até ver que Scott, fazendo a volta nas escadarias os enganou, apagou a luz de sua mão e desferiu uma onda de gelo, que até me acertou, mas fez danos piores neles. Viraram-se todos ao mesmo tempo em direção a meu companheiro de luta, mas desta vez eu havia preparado uma onda de fogo ainda mais forte que a que havia desferido no Assassino do piso anterior. O gelo da magia de Sam derreteu, dando lugar ao fogo mais agônico que consegui realizar.

Verificamos as armas dos monges. Lutavam com as mãos nuas e calçavam sandálias. Tomamos algumas garrafas de Poção da Cura e de Magia e então seguimos em frente.

O silêncio e a escuridão estavam tomando conta do lugar, novamente. Os gritos também haviam cessado, mas eu ouvia murmúrios. Decididos a segui-los, Sam e eu adentramos um corredor estreito novamente. O final dele era iluminado por uma imensa fogueira.

No entanto, meu amigo, não é porque minha luta não teve cessar, nem tempo de descanso, que a sua gentileza em me ouvir precise ser assim também. Quando você voltar eu estarei esperando. E contarei o que nos aguardava dentro daquela antessala.

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