segunda-feira, 5 de julho de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 32

Deixando a Fortaleza

A luz que saía de uma de minhas palmas estava prestes a se apagar. Naquela sala escura e subterrânea, apenas três Cajados de Energia Cósmica faziam um brilho azul e agradável. "Estarei morrendo?" - era o pensamento que me ocorria enquanto os cajados abaixavam-se em minha direção. O brilho azul aumentou. Uma gota de suor riscou-me a testa, como o último alento.

O brilho, no entanto, cessou antes que eu pudesse sentir dor. Ouvi um grito de um dos Elfos de capa vermelha. Meus olhos se abriram surpresos. Malu desencravava a espada de um deles. Os outros dois estavam boquiabertos com o golpe de Malu, e decidiram atacá-la pela frente e pelas costas. O ataque frontal foi amortecido pelo escudo que ela empunhava. O outro, de mesmo caso, mas pelo escudo de Grazi.

Fechei os olhos por mais um instante. Quando tornei a abri-los, havia três Elfos mortos com seus corpos envolvidos em suas capas vermelhas. Malu ergueu-me em seus braços e deu-me uma das poções de cura que trazia consigo. Grazi deu-me uma poção mágica, que estabilizou minha força mental.

Acendemos velas que se encontravam ali. Parecia ser uma velha sala de leitura para os Elfos sábios. Escadas levavam para um alçapão. Grazi desceu, pensando se tratar de um depósito de mais livros. E subiu de volta as escadas, com um sorriso enigmático.

[B.W.] - O que houve, Grazi?
[Gra] - Finalmente! Encontrei o Dragão!
[Ma] - Mas é perigoso! Não viu o que os Elfos fizeram com Bierum?
[B.W.] - São casos diferentes. E agora que estou recuperado, podemos pôr um plano em prática!

Minutos depois a fera verde olhou espantada para um feixe de luz que descia as escadas. Nada a menos que o mago Bierum Wizzard tocava o solo da sela do Dragão. ele preparou uma cuspida de puro fogo, que me fez escorrer suor da testa, mais uma vez. Escondi-me atrás de uma pilastra. O Dragão, irritado, foi cegamente em minha direção. Ao chegar ao lado da pilastra, não conseguia mais se aproximar de mim, já que suas patas trazeiras estavam congeladas. Grazi lia uma pedra rúnica de gelo, às suas costas, mas a fera estava tão enfurecida que se dera ao luxo de não olhar para suas costas.

Dessa vez, Grazi era seu alvo. Ele dolorosamente rompeu suas algemas de gelo e virou-se vorazmente para Grazi. Sua dor havia sido ainda maior do que a de antes, pois a partir dali, Malu encravara sua espada no pescoço do lagarto gigantesco. Apontei meu cajado para a fera, Grazi fez o mesmo. Subíamos então as escadas élficas com uma couraça verde enrolada dentro de uma de nossas mochilas.

Os Elfos prepararam resistência não mais para expulsão, mas para morte dos quatro invasores. Os pelotões de resistência eram muito numerosos, e tivemos muito trabalho em vencê-los. Foi nessa hora que invoquei Andrezinho, que veio ao nosso socorro e nos ajudou sem dificuldades.

[And] - Encontrei uma torre exatamente no meio da fortaleza! Deve ser lá que guardam os livros.
[Gra] - Todos os segredos dos Elfos poderão ser nossos...
[B.W.] - Eu não sei se devemos ir...
[And] - Embora os livros também seduzam minha curiosidade, não acho prudente passarmos por aquela área a essas horas.
[Ma] - Eu também acho melhor não. Eles já dobraram a guarda, os lugares mais importantes deve estar reforçados.

Com isso, a saída nos esperava. Com muitas moedas nos bolsos de nossas mochilas. Tropas de arqueiros preparavam flechas para ultrapassar as muralhas da fortaleza, tal qual fomos antes recebidos. Porém, fomos mais rápidos e prefirimos evitar confrontos com inimigos tão numerosos.

[Gra] - Eu sei que eles têm mais Dragões aprisionados...
[And] - Poderemos treinar contra eles dentro de alguns dias. Elfos são inteligentes, não irão relaxar sua vigilância tão cedo. Talvez depois de dias...
[Gra] - Como você sabe?
[Ma] - É que ele é o que mais estudou os Elfos em luta, estudando na prática.

O caminho de volta foi mais fácil, pois estávamos preparados para o que nos aguardava: Centopéias gigantes e Gosmas verdes. Meia hora de caminhada vencendo combates, afugentando morcegos e matando algumas dezenas de Cobras, e finalmente tocávamos as ruas suspensas de Venore novamente.

Fomos até o centro da cidade. Preparei uma mochila cheia de moedas para depositá-las no Banco de Venore. Malu e Andrezinho foram comigo Lá, para minha surpresa, encontramos um rosto do qual eu quase esquecera, vestindo uma capa negra e empunhando uma lança: era Moridos. Desta vez, ele nem ao menos representou um problema. Notei que havia em sua testa uma espécie de tatuagem vermelha no formato de caveira. Dentro do Banco, assim como no centro, não pode haver luta. Ele tentou nos chamar, mas prefirimos ignorá-lo. Sua imagem parecia triste.

Grazi decidiu ficar conosco e preparar-se para um novo treinamento. Andrezinho, Malu e eu havíamos feito planos de atacar novamente as vilas de Cyclops. Grazi concordou em partir conosco. Porém, antes do cair da noite, alguém batia à minha porta. Cheguei pelas costas do sujeito.

- Eu há tempos o esperava... - disse o rapaz, que parecia ser um paladino...

Ainda temos muito para conversar, meu amigo. Mas você deve estar exausto. Descanse por agora.

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