quarta-feira, 23 de junho de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 30

O caminho para a fortaleza dos Elfos

Naquela manhã, acordei-me muito feliz com as novidades que Alys me contara na carta. Malu havia preparado três bifes (o terceiro era para Andrezinho). Tomado o café da manhã, julgamos que era hora de decidir novamente o que fazer para juntar economias.
Andrezinho teve contato com os Elfos do sul do continente, sugeriu que fôssemos até seus aposentos, pois os Elfos manipulavam ouro que encontravam em abundância.
- Minha preocupação – explicava Andrezinho – é que esses Elfos lutam com todas as forças contra humanos. Vamos precisar dos melhores armamentos para matá-los, se necessário.

- De fato. Elfos, segundo os livros, são bons em arquearia e magia. E sabe esgrima também. – Concordei.
- Sabem, isso eu mesmo vi. Mas não são tão bons com espadas nas mãos como são com arco. Portanto, preparemos bons escudos. – Disse Andrezinho.
Malu decidiu ir também.

O caminho era complicado. Rumamos ao sul do continente, pelo solo e pelo subsolo. Algumas cobras no caminho, mas nada que fizesse jus à preocupação de Andrezinho. A primeira caverna tinha uma profunda descida que nos levou a um poço de lodo esverdeado. Ele conhecia o caminho antes de nós dois, por isso ia à frente do grupo.

O caminho, no entanto, começou a ficar cada vez mais indecifrável... e logo compreendi o tenebroso motivo: o lodo estava vivo! Pequenas poças verdes manifestavam-se. E, com formas irregulares, cercavam-nos e atacavam. Eram tantas, que logo perdemos Andrezinho de vista. A espada de Malu repartiu algumas delas, mas seus pedaços não estavam mortos, apenas continuavam na atividade constante, procurando nos matar a todo o custo.

Estávamos, em instantes, completamente cercados. Malu juntou suas costas às minhas, e assim os ataques de retaguarda foram evitados. De repente, uma luz iluminou a cabeça de Malu, e uma corda desceu do teto.
- Peguem rápido! – gritou uma misteriosa voz.
Agarramo-nos à corda. Andrezinho também já estava lá em cima, cansado de uma luta interminável.

- Muito obrigado, Grazi! - Foi tudo que me ocorreu dizer depois da cena que presenciávamos.
[Gra]- Ah, Bierum... por que não usou o chicote de raio? Essas gosmas nojentas se esfumaçariam!
- Você já as matou? – Perguntou Malu.
[Gra]- Sim. Mas tive de me esconder aqui enquanto recupero meu poder mágico.
[B.W.]- Grazi, o que você faz aqui?
[Gra] – Eu estou aprendendo a matar mais dragões, pois quero acompanhar Sagal nas grandes caçadas. Fiquei sabendo que os Elfos possuem Dragões em algumas das celas de calabouços em sua fortaleza. Então eu pensei: “vou treinar com os Dragões aprisionados”. Além do mais...
[B.W.] – Você também está precisando de dinheiro, não é?
[Gra] – Acertou.
[B.W.] – Por que não passou nas nossas moradas em Venore?
[Gra] - Eu pretendia começar muito cedo, não queria perturbar nenhum de vocês.
Agora éramos um quarteto rumo à fortaleza dos Elfos. Recuperamos nossas forças na gruta-esconderijo que Grazi arranjara. Andrezinho deu algumas dicas a Malu para que os golpes de espada fossem mais eficientes.
[And.] – Corte-as do chão, tornam-se inúteis se não tocam o solo.

Descemos novamente e abrimos caminho entre as poças de lodo vivas. Após nossos ataques, viravam nuvens de gás venenoso. Quando muito gás nos cercou, Grazi leu as palavras místicas de uma pedra rúnica e a fumaça se dissipou. O caminho estava aberto.

Subimos em direção ao norte, onde a umidade deixava de ser lodosa e a caverna ficava mais escura. Ouvimos passos de patinhas pequeninas, que me recordavam as aranhas de Rookgard. Iluminei a palma de minha mão para avistar o que despertava minha curiosidade. Eram centopéias enormes! Não eram gigantescas, mas assim que viram a luz em minha mão, vieram em direção ao grupo. Uma delas picou o braço de Malu e a envenenou. Felizmente, Grazi e eu conseguimos tirar-lhe o veneno.

Chegamos ao nível do solo novamente. Os campos verdes estavam iluminados pelo sol da tarde. Passamos muito tempo no caminho. Talvez seja melhor contar-lhe o resto da jornada amanhã, meu amigo. Descanse, pois temos uma longa cainhada pela frente.

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