segunda-feira, 7 de junho de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 29

A carta de Alys

Sem maiores introduções, quero ler a você em voz alta tudo que dizia a carta de Alys. Permita-me:

"Meu querido irmão Bierum,
Tantas histórias a lhe contar, tantas coisas acontecendo nesta ilha. Mas antes de tais fatos, me diga: por que tem me escrito tão pouco? A vida no continente tibiano é tão monótona?

Eu vou, então, dar-lhe sua recompensa: minhas novas. 'Monótona' é uma palavra que descreve bem a vida em Rookgard. Eu tenho me esforçado bastante como caçadora, já que ser mercenária nesta ilha não representa grande futuro. Eu tenho muito dinheiro poupado, mas graças ao capitão Gaivota, da Ilha do Destino, ninguém mais dá grande valor às moedas de ouro, desde que ele começou a alertar as pessoas pelos perigosos piratas.

E do banqueiro Paulie, você se lembra? Na última vez que fui ao banco depositar minhas moedas, ele disse que eu já havia ultrapassado a cota de moedas da minha 'Conta Jr'. Ora, como continuarei sendo mercenária? Mas sabe que eu encontrei a resposta? Quando você me contou das amizades que fez aí, meu querido irmão, vontades fortes de atravessar as fronteiras marítimas e de viver ao seu lado apertaram-me o coração. E com todas essas amizades, entendi que existem coisas mais valiosas que o dinheiro!

Mas, voltando às novas... outro dia encontrei um jovem no meio da cidade. Misteriosamente, ele me contou que acordara ali. Perguntei sobre suas memórias anteriores, e eis o mistério: ele me disse que 'no seu mundo' ele era um poderoso drúida, dominante dos quatro elementos. Ele falava com convicção, ao ponto que não consegui achar que ele estivesse mentindo. Você já ouviu falar de algum caso assim aí no continente? Um drúida que domina os elementos... conversa estranha, não?

Resolvi provocá-lo, desafiando-o a fazer magia aqui em Rookgard. Eu esperava pelo seu fracasso, pois humanos não podem fazer magia aqui. Mas para a minha surpresa, ele disse que havia uma ilha muito semelhante a esta no lugar de onde ele veio, e lá também valiam essas regras. Perguntei como poderia ajudá-lo e ele me pediu gentilmentepara ajudá-lo a sair daqui, destinado a um local onde ele pudesse praticar magia.

O melhor caminho, você sabe, é através da experiência em luta. Não demorou mais de um mês para que eu o ajudasse a falar com o Oráculo em pessoa. Ele aprovou meu amigo, que desejava de coração me agradecer. Dei-lhe instruções para que ele encontrasse com você em Venore. A essa hora, ele deve estar treinando sua magia na Ilha do Destino, provavelmente como drúida.

Eu peço carinhosamente, Bierum, que o receba como um irmão, pois apesar de ser um ex-poderoso, ele é humilde e aceitou as regras do nosso mundo sem nenhuma indignação. Ele apenas se decepcionou quando lhe contei sobre os drúidas não dominarem o fogo e o raio em Nebula. Mesmo assim, partiu com coragem e determinado a encontrá-lo. Por isso eu faço esse pedido.

Ah, sim... seu nome é Arthur Sam Scott. Acredito que ele prefira ser chamado pelo último nome.
Cuide bem dele. Ele será um companheiro valoroso, eu posso sentir isso.

Estou treinando atualmente um outro rapaz, de passado misterioso, mas não poderei falar-lhe mais desse nesta carta. Está tarde, e o treinamento desse outro rapaz será muito duro. Prometo mandar-lhe mais notícias assim que eu o entregar ao sagrado Oráculo.

Por agora, me despeço.
Cuide-se, meu irmão. E escreva-me sempre que puder.
Sua irmã Alys!"

Retome o fôlego, meu amigo. No outro dia, os ventos sopraram a favor de meu grupo. Mas, chega de me ouvir por hoje.

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