sábado, 19 de janeiro de 2019

Cronicas de Nashtar- capitulo 4 Questão de Sobrevivencia


Ela era mais bonita do que eu poderia imaginar, pensei ao ver a imperatriz pela primeira vez. Como uma nobre, havia sido privilegiada com a honra de conhece-la, e o prazer de ter uma conversa amigável com a jovem que já era soberana do nosso reino.

Esse prazer logo se repetiu mais vezes... Muitas outras vezes.

O peso da coroa lhe tirava a leveza que sentia necessidade de ter nos seus recém completos 17 anos, poderia provar um pouco dela me tendo como sua companhia, uma garota com sua idade, e agradavelmente corajosa (ou talvez tola) o suficiente para expressar verdadeiramente o que sentia e pensava a vossa majestade, ao invés das nobres muito bem educadas, polidas e enfeitadas que costumavam lhe visitar.

Era incompreensível e desnorteante a lembrança da jovem soberana de minha primeira encarnação, diante da mesma alma que ameaçava a vida do meu amado no presente.
Ela é realmente um perigo? alguém pode mudar tanto em algumas dezenas de existências?

-Não roubamos ele por você. Mas podemos nos unir, já que aparentemente temos o mesmo proposito- eu disse, finalmente agindo.

- E o que você pensa que tenho em mente?

- Deixar a bela e corrupta cidade de Almíscar para trás.

-E agora que consegui isso o que lhe faz pensar que preciso de vocês?

-É impossível navegar com um navio do porte do Henry Morgan sozinho, são necessárias ao menos duas pessoas.

-Bom isso resolve metade dos meus problemas, e um de vocês ainda pode ir para a prancha e me divertir um pouco. - disse a imperatriz com um sorriso travesso.

- Não faça isso, ele é muito magrinho, nem uma sardinha ficaria satisfeita em ter a carne dele entre seus dentes, só vai irritar os tubarões, e o Senhor dos Mares vai devolver sua oferenda com muita fúria.

- Bem, nunca vou saber se não tentar... - disse ela com um sorriso irônico.

- Senhoritas, sejam um pouco mais gentis com esse assunto. vocês estão falando da minha vida. O que me leva a pensar que você tem preferencias um tanto incomuns - Disse Heitor olhando maliciosamente para a garota que se encontrava na outra ponta da espada.


- Não me parece uma coisa muito inteligente de se dizer na sua posição. Mas a verdade é que você seria mais fácil e confortável de matar. - disse a 

- Quer saber? pode matar ele. Mas assim que você tirar a espada dele vai sentir a minha perfurando até sua alma. E não vou ofertar nada ao senhor dos mares por você, sua alma vai vagar eternamente miserável pelo oceano assombrada por todos os horrores escondidos nas profundezas. Eu juro pela minha alma que não deixarei você viver o ir ao Moku Dalgalar*, enquanto minha alma ainda reviver neste mundo.

- Certo, você parece ser uma mulher de palavra. Não desafiarei sua fúria, contanto que por sua alma jure a mim aliança, não iram me matar ou prender, assim como não o farei a vocês. A partir de agora seremos companheiros de viagem, cada um seguirá seu próprio proposito. Mas fieis e leais a nossa palavra. Juro por minha alma.

- Eu Nolan de Almiscar. Juro por minha alma e meu nome que serei fiel e leal ao acordo - disse Heitor.
- Eu Hulda de Gilead. Juro por minha alma, e por meu nome que serei fiel e leal - disse.

As armas foram
baixadas e logo passamos a nos programar para nosso próximo destino.

E assim começou a nossa verdadeira jornada, com os mais nobres objetivos amor e vingança. Que seu coração te guie a nosso próximo encontro.

Nota 1: Moku Dalgalar significa Navio das Ondas é o mundo pós-morte para os que morreram de forma honrosa ou tinham natureza bondosa e entregaram suas moedas ao grande polvo Olum Vedaja que leva a alma a um dos 8 mundos pôs-morte marinhos.






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