quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Muita história pra contar

Fazia um sol escaldante na calçada.
O tempo não passava, mas finalmente a hora chegou.
Ocorreu-me uma ideia, já ia pô-la no caderno.
Mas um vulto iluminou meu horizonte.

Aí, aquele momento raro.
O azul dos olhos cruzou os meus castanhos.
O coração treme, fazia tempo que não rolava isso.
Um abraço e o tempo muda.

Uma caminhada curta, pra ajudar a hora a passar.
O barco pelo rio, pra a gente se conhecer melhor.
Um sorvete no outro lado, pra a gente a vontade matar.
E muita história pra contar.


De repente, o sol dá espaço para a chuva,
Parece que é para incomodar,
Mas tudo me diz que é pra nos divertir,
Pra rir e começar a brincar.

Aquela hora que não passava agora segue passos largos.
A tarde já tinha dado o ar da graça, saiu sem cerimônia.
O caminho era longo, mais ideias apareceram.
Voltamos para o lado certo.
Matamos a fome, matamos vontades.
Assuntos não cessaram, só aumentaram.

E à noite, a chuva nos abraçou.
Molhou cabelos, nos fez senti-la,
E a brincadeira não cessava.
E a maior de todas elas,
Era quem se renderia primeiro.

No meio de tanta coisa boa acontecendo simultaneamente,
Abri meu coração, sob o risco de comprometer a noite.
Mas ela agiu normalmente.
(Acho que nem acreditou.)
E história após história,
O sol voltou.

E finalmente ela larga a espada,
Ela havia desafiado um budista.
Firme como a rocha da montanha,
Comemorei a façanha,
Achando que ela  irritada ficaria,
Errado eu, mas bela ela sorria.

A deixei em casa
Sorrindo e bem alimentada,
Esqueci que fazendo tudo o que fiz,
também a deixei cansada.

Acho que o erro foi dela,
Ao brincar com minha paciência de aço.
Pior agora é que ela só me desculpa,
Se eu fizer 20 flexões de braço!

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