quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Drogada

Tudo começa com a noite, sabe de alguma forma a escuridão torna tudo possível.
O impensável vive no desconhecido, talvez por isso sempre fui da noite.
É madrugada.
Legião toca.
O resto é silencio.


As palavras chegam da minha mente tão obscura quanto o céu noturno e caem de alguma forma no papel,
entrelaçadas com rabiscos de pensamentos.
Fazem festa, e de mim chacota, pois os pensamentos sempre serão rabiscos riscados e pintados por elas.
Me escravizam, a necessidade de escrever vence o sono, necessidade que me faz agonizar. Então como boa serva faço o que mandam meus senhores.
Usem-me palavras, escravizem-me pensamentos, só não me amordacem, pois a garganta já é seca, do grito que morreu pela obrigação de calar minha própria fúria.

Pois boas garotas não gritam.
Sou uma garota de merda.
E por isso vomito essas palavras, de alguma forma sempre acho essa sujeira bonita.
De alguma forma valorizam minha insanidade, ou o pouco veem através da máscara.
Culpa eterna do verniz social,
Culpa da minha culpa,
Culpa de sentir culpa,
De não ser igual, não ser uma boa garota, e continuar a tentar mesmo contra mim.
Tudo o que sou hoje é um grito, por tudo o que não me deixam ser.
E nesse meio tempo minha alma escorre no esgoto em que descartaram seus sentimentos.
"No fim a tristeza e a mágoa só são bonitas nos versos."
Penso dando mais um sorriso irônico pelo triste bonito.,

2 comentários:

  1. Parece uma crise de identidade, amarrada com baixa autoestima...

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  2. Bom ponto de vista! A intenção foi mostrar o relacionamento com a arte no geral, pra mim a escrita sempre funcionou como um grito de desabafo, e foi isso que quis mostrar na segunda parte mesmo inconformada com o que faço, a escrita me permite ser o que meu meio não aceita, mas gostei Deia!

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