Quer saber em que A VILA do CHAVES votou?

Só tô levantando uma hipótese aqui: se a vila do Chaves fosse brasileira e estivesse vivendo os tempos atuais (ou nem tanto, porque a eleição foi em 2018), em quem os personagens votariam?

Dona Florinda:

De classe média e almejando tornar-se parte da elite, provavelmente seu voto pertenceria a Jair Bolsonaro.

Dona Florinda é representante daquela parcela do povo que acha que as classes abaixo da classe dela são vagabundos, e que "os arreios da classe operária deveriam ser mais apertados, para que dessem mais valor ao trabalho que tem".

Além disso, a previdência social não é problema dela, ela é pensionista, viúva de militar, o que mergulha ela em um relacionamento empacado com o prof. Girafales.

Sr. Barriga:

Em defesa dos interesses dos grandes empresários, votaria em Geraldo Alckmin.

Não posso culpá-lo, pelo menos não diretamente. A situação do país está caindo pelas tabelas, e está ficando difícil para os empreendedores manterem os direitos trabalhistas em dia, já que o governo não dá uma banana por eles. Aliás, a única coisa que pode ajudar os empresários é o corte das leis trabalhistas (no atual governo).

Obviamente, se o governo federal incentivasse os produtores, empresários e empreendedores, a indústria estaria forte e a taxa de desemprego cairia. No lugar do Sr. Barriga, o que você faria?

Bruxa do 71, digo, senhorita Clotilde:

Apesar da feiura, é bem-intencionada, votaria em Ciro Gomes.

A senhorita Clotilde tenta ser uma pessoa zen no meio das intrigas da galera que mora na vila, mesmo que às vezes (muitas) ela puxe a brasa para o lado do assado do seu Madruga.

Mas, mesmo abaixo da discriminação, ela tenta dar um pouco mais de voz à imparcialidade, ao diálogo e jamais recorre à violência.

Sr. Furtado:

A favor dos menos privilegiados, o Sr. Furtado votaria em Guilherme Boulos.

O que temos aqui é um caso de Identidade Eleitoral. Funciona da seguinte forma: um eleitor é propenso a votar no candidato que mais se assemelha a ele de alguma forma.

Para o Sr. Furtado, nada mais justo do que um representante favorável à igualdade social a qualquer preço, desde que ele não precise pagar por isso.

Dona Neves:

Caquética, gritona e chegada em um bom protestinho, ela se sentiria melhor representada com Marina Silva no poder.

E a melhor parte é que ela nem precisa, necessariamente, saber do que está falando. Lembre-se de um episódio em que ela descobre que Chaves está sendo explorado pela Dona Florinda, recebendo apenas as gorjetas que os clientes lhe deixam.

Na ocasião, Dona Neves ativa todos os órgãos que tem ao seu alcance, inclusive um de defesa das mulheres.

Professor Girafales:

Com seu conhecimento profundo em história, provavelmente arriscaria seu voto em João Goulart Filho.

Isso porque ele lembraria, com lágrimas no olhos, sobre os tempos áureos dos professores: respeitados por pais e alunos, admirados pelo povo e protegidos pelo governo.

Infelizmente, aos poucos, a profissão foi marginalizada pelo governo, e hoje o professor pode escolher entre carreiras mais rentáveis como diarista,  lavador de carros ou camelô.

Seu Madruga:

Pretendendo deixar tudo (tudo mesmo) como está, ele votaria em Fernando Haddad, mas com sérias tendências a voltar em Guilherme Boulos, considerando que é quase um desabrigado.

O fato é que o seu Madruga tem uma dívida acumulada com o Sr. Barriga, mas talvez a melhor solução seja "que ele deixe pra lá". Me diz se isso não é a cara do PT quando o assunto é corrupção?

De toda a forma, governo é governo e crise é crise. O que é que você pode fazer?

O Carteiro Jaiminho:

Ficaria surpreso por não encontrar Eduardo Jorge entre os candidatos. Votaria em no Cabo Daciolo. Ou em Branco, já que é só apertar uma tecla e depois "confirma"... o que é ideal para evitar a fadiga.

Se você parar pra pensar, Jaiminho é um cidadão bastante alienado e, certamente, acreditaria firmemente em fake news. (Ele seria um eleitor prato cheio também para Jair Bolsonaro, nesse caso.)

Mas como um homem acostumado com as coisas à moda antiga, provavelmente ele seria seduzido pelo jogrão: "Glória à Deux!"

Claro, pessoal, estou evitando ao máximo falar de política neste blog. E se tenho um arrependimento na vida é de não ter feito essa análise antes.

Não gostou porque falei do seu candidato ou do seu partido? Antes que você me chame de gado, só tenho duas considerações:

1) Gado é a senhora sua mãe.

2) Eu preferi pagar a multa do que votar em certos boçais!

De toda a forma, o que podemos fazer é rir um pouco da situação atual do País. Eu fiz esse blog pra isso: pra rir e falar de nerdice. Não gostou? Pega senha.

Quem sabe nas próximas eleições eu faço uma versão atualizada, né?

Abraço pra quem fica.