11h00 da noite, BR 116. O Pneu fura em pleno KM158 (cerca de 200m do parque da Expointer). Sem iluminação. Apenas fluxo dos carros fazendo sentido interior-capital.
Meu FIAT Uno 2007, surradinho de tantas lutas, começa a apresentar problemas maiores que os habituais: Triângulo de segurança quebrado, peças de manutenção soltas no porta-malas e, finalmente, capô que não abre. Esse último impossibilita meu acesso ao estepe.
Está ficando tarde, há cada vez menos carros no fluxo. Dou alguns telefonemas: Posto de pedágio, Polícia Rodoviária, Tele-guincho. Passaram a responsabilidade para o Guincho, que me pediu duas horas para vir ao meu encontro.
Aí meu cunhado
Leonardo, o Leo, me deu a dica: "A roda do teu carro aguenta mais uns quilômetros. Vai na manha e se precisar, me liga. Vou pesquisar um socorro pra ti."
Respirei fundo e, tomado de uma coragem desesperada, me boto a andar pelo acostamento. No caminho, carros buzinam "avisando sobre o pneu furado". Ligo o pisca-alerta, os avisos diminuem.
Achei um posto na entrada de Canoas. Fechado. Mas o Biermóvel ficará bem, protegido e menos desamparado. Caminho mais uns metros... finalmente um posto aberto. Só com dois frentistas e o vigia. Um mendigo fica na volta, ele não me pede nada, mas dá pra saber o que ele quer. Um dos frentistas diz ao vigia: "Chama aquele cara que faz a mão pra ajudar o rapaz aí!"