Olá caros amigos, trago a segunda parte do conto Desejo (depois de alguns pedidos por uma continuação vindos principalmente da musa deste conto).
Tenho uma regra adicional para este conto:
1. Você precisa iniciar essa canção e ouvi-la enquanto lê:
Aceitas todas as exigências prossiga com o conto, boa leitura.
O rádio relógio, assim como a maioria dos móveis do quarto,
pertencia ao apartamento que ele alugava. Quantas noites de amor e ódio
ele já havia testemunhado? - Pensava o rapaz sentado à beira da cama em
silêncio.
O
rádio possuía vida própria, ligava sozinho algumas vezes e outras vezes
não funcionava, mas isso não o incomodava pois para o rapaz isso dava
personalidade ao objeto. Apertou a lâmpada do abajur, acendendo-o por
que o botão estava quebrado. Abriu cuidadosamente a primeira gaveta do
criado e começou a revirá-la, havia um maço com alguns cigarros velhos,
um livro empoeirado, papel de carta, uma cartela de doce e lá no fundo
uma foto polaroid que ele pegou e ficou a observar calado.
"How
the thought of you does things to me never before has someone been
more..." (Como pensar em você me faz sentir coisas nunca antes, alguém
foi tanto para mim...)
Encontrava-se
imerso em lembranças daquele dia. Um dos poucos em que tiveram um
encontro "piegas" como ela costumava chamar. Marcaram o encontro em um parque de diversões que ficava a meio caminho da casa dos dois,
facilitando para que ele fosse buscá-la. Acabaram por dar uma volta por
lá, tinham tempo suficiente para uma maçã do amor. Ela mostrou-se uma
exímia atiradora ganhando um urso de pelúcia para ele na barraca de
tiros, um rapaz que os observava aproximou-se e perguntou se poderia
fotografá-los e aquela era, então, a única foto que possuíam juntos. Aquela foi também a única noite em que apenas dormiram abraçados.
"Unforgettable,
in every way. And forever more, that's how you'll stay..."
(Inesquecível, de todas as maneiras. E para sempre, é como você
ficará...)
Três
meses haviam transcorrido desde o último encontro sem qualquer tipo de
contato. Aquele momento ele percebeu o quanto sentia falta dela e que
nesse período buscou traços dela em todas as mulheres que conheceu.
Retirou o telefone do gancho e sua memória muscular tratou de discar
aquele número que era, como ele percebeu mais tarde, um dos poucos que
havia decorado.
Tum... Tum... Tum... Estava ocupado.
Ele
tentou novamente e mais uma e mais outra vez, sempre ocupado. Desistiu,
apagou o abajur e adormeceu sem saber que do outro lado da linha
desistia ela também de ligar para ele depois de tantas tentativas...
"That's
why, darling, it's incredible that someone so unforgettable thinks that
I am unforgettable too." (E é por isso, querida, que é incrível que
alguém tão inesquecível ache que eu sou inesquecível também).
A terceira parte pode ser lida aqui.
A terceira parte pode ser lida aqui.
Fez bem em continuar moço! não é todo dia que temos um bom romance
ResponderExcluirQue azar deles! OS dois procurando um pelo outro! Ficou muito bonito Henrique!
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