sexta-feira, 20 de março de 2015

Eu vou cuidar.


Se eu lembrar do inferno que cheguei;
Das dores que passei;
Das rosas que matei;
Mas me despeço das mágoas;

Sigo o meu caminho;
Na estrada de gira-sois vermelhos;
Eu vou cuidar;
Eu vou cuidar do meu amor;
Vou cuidar das sementes;
Que eu irei plantar;
Nessa caminhada;

A rua é longa;
A luz é fraca;
Mas vamos ficar alegres;
Muitos morrem no caminho;
Mas nós ainda não morremos;

Manterei o que eu acredito vivo;
Mesmo sendo deixado por tantos;
Abandonado por todo mundo;
Na escuridão do abismo;

É nos segundos finais;
Quando cada passo seu;
Você morre um pouco;
De cada vez;
É lá onde se encontra a vitoria;

É assim;
Eu não vou mais mentir;
Cada cicatriz minha é uma vitoria;
Sem sacrificios nunca vai existir liberdade;
Sem guerra, nunca haverá paz.
Gabriel Borges A. Vargas

Um comentário:

  1. Esse uso de contrastes do Gabriel é fascinante!
    Um elemento x avesso do elemento.
    É vida, é morte, é luz, é escuridão.
    Continua um ótimo poeta!

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