- Chegou tarde...o chá está pronto.
Estava frio naquele dia.
- Desculpe-me, eu tive que fazer um pequeno serviço.
Deixo minha espada de canto e me sento, a casa tinha um aroma de flores.
- Hihi...as vezes não sei porque lhe escolhi como meu protegido....
Ela se senta junto, sua pele branca como a neve, esconde anos de sofrimento, mas ela continua pura, intocável.
- Muito menos eu, minha...
Um dedo gélido, toca meus lábios, fazendo-me calar.
- O chá vai esfriar se você continuar conversando, vamos tome...esse é especial para você...
Tomei um gole, era doce, eu não gosto de chá doce, mas eu gostei desse. Provavelmente porque foi ela que fez.
- Você é muito devoto a mim, guerreiro, me lembra meu falecido marido...
- Você me acolheu do perigo minha dama, não há como não ser devoto...
- Você me ama?
Paralisei por alguns segundos, o que ela me perguntava, era difícil de pensar. Ela era como uma mã...não! Está tudo errado!
- Sim minha senhora, você é como uma mãe para mim!
- Hihi...
- Hihi...
Ela dá uma risada suave e me fita com aqueles lindos olhos roxos. Ela passa algo nos lábios e se aproxima de mim. Um sorriso aparece, o batom vermelho que ela colocou, brilhava no feixe de luz que entrava pelos buracos da madeira.
- Feche seus olhos agora e deixe-me entrar...
Algo na voz dela penetrou fundo na minha alma. Senti cinco dedos, longos e finos tocarem minha face, me acariciarem e a cada segundo eu sentia uma respiração quente se aproximar.
- Você acredita em anjos?...
Não respondi, ela não deixou, seus lábios tocaram nos meus e eu correspondi ao toque. Coloquei a minha mão firme atrás da nunca dela e a puxei para perto. Entrelaçava meus dedos nos longos cabelos negros. Eu estava beijando a minha dama. Um calor dentro de mim surgiu. Mas na mesma velocidade que surgiu, se apagou. Algo estava errado, estou perdendo a minha mente.
Está frio.
Está frio.
Está frio.
Frio.
Frio...
-Bom homem, você caiu como todo animal. Tive que fazer meu melhor veneno e mesmo assim aguentou, sorte que com o meu extra, a poção funcionou.
O empurro para baixo, animais não precisam de delicadeza. Olhei fundo nos olhos do garoto, mais um que caiu.
-Como todo bom servo, arrume toda a casa, comece pelo chão e depois de um jeito nos outros, o cheiro deles está começando a me irritar.
Ele responde com um sim e vai para as suas tarefas, andando de joelhos, sentindo apenas o amor eterno por mim.
Esse eu não sabia de quem era. Quando começou a complicar com veneno, morte e outros detalhes, se percebe claramente que é o Gabriel.
ResponderExcluirA poesia do Bier é diferente. Abstrata é a explicação, mas a diferença cedo ou tarde aparece.
Isso foi um pequeno conto, que me veio a mente após alguns deslizes, poemas são menos elaborados e mais curtos e diretos, mas espero que tenha gostado :)
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