Mãos e tochas acesas! Subimos a escada espantando a escuridão. Nos deparamos com uma nova porta. Dessa vez, eu mesmo abaixei a maçaneta. Sem sucesso.
- Biertrus, a chave. Use a chave que encontrou no livro! - exclamei.
Ansiosos, aguardamos pela abertura da porta, mas Biertrus não conseguiu abri-la.
- Eu tento! - Disse Bierdus. Eu senti um tom de arrogância em sua voz, mas eu poderia estar errado, depois da conversa que tivemos. Talvez fosse o jeito de ele lidar com as pessoas. Mas na ocasião, aquilo escapuliu de minha mente.
- Nada feito! A maldita chave não se ajusta à maçaneta. - Lamentou ele.
- Que tal voltarmos por onde viemos? - Sugeriu Bierfur.
Olhamos uns para os outros, mas o que mais poderíamos fazer? A porta era maciça para se abrir à força. Tinha outro jeito? Olhamos para a porta que nos separava do inferno. E por azar, havia nos cantos mais sinistros da caverna aberturas de onde novos Demônios do Fogo já haviam visto os corpos dos irmãos, uniram-se aos restantes e agora queriam queimar os nossos corpos.
Ah, Sam, que sorte a minha! Leitura da Pedra Rúnica de Gelo, uma após outra, e os malditos, que já estavam conjurando uma grande magia de fogo, reagiam com aparente dor. Sim, eu queria congelar-lhes as almas! Biertrus jogava flecha atrás de flecha com seu arco, sem dificuldade em acertá-los. A passagem foi rápida, pois naquele momento sabíamos o caminho. Como Biertrus parecia ser o mais hábil, formamos uma parede com nossos livros de magia (Bierfur e eu) e com o escudo de Bierdus. Logo, Biertrus conseguiu nos resgatar do buraco por onde entramos.
Tirando a areia de nossas roupas, percebi certa empolgação do grupo. A missão estava indo bem, finalmente! Talvez o ritual estivesse à apenas uma porta... talvez fosse apenas uma parte do início da aventura. Mas agora não importava! O que tínhamos certeza é de que venceríamos!
- Odeio areia! Não passa de terra morta! - Resmungou Bierfur.
- Eu também prefiro uma boa floresta! - Concordou Biertrus.
- Finalmente vocês dois... - Comecei, tão logo percebi que estava divagando em voz alta.
- O que foi, Bierum? - perguntou Bierdus.
- Nada, desculpe. - Encerrei. Mas logo, diminuindo o passo, tomei uma distância segura dos dois primeiros e chamei Bierdus: - ...é que finalmente esses dois estão se dando bem. - concluí baixinho.
Entramos novamente ao templo de Fafnar, onde Adrenius nos esperava, andando em volta de sua mesa. Consegui ver em seu olhar que ele não tinha fé nas respostas que trazíamos. Mas isso, hei de perdoá-lo. Eu poderia apostar que ele já recebeu muitos aventureiros que tentaram extrair dele o segredos do ritual da invocação.
- Vejo que voltaram... - comentou Adrenius.
- Vedes! Eu estou cansado de enrolações! - Exclamou Bierdus. - Tu nos mandaste à morte por aqueles demônios!
- Desta vez eu falo! - Eu disse em tom de voz firme. - Adrenius, não queremos desrespeitar mais à tua casa, nem à Deusa Fafnar. Essa peregrinação toda só terá sentido se nos disser o que há atrás daquela porta...
- Completaram a coleção? - Interrompeu-me ele.
- Todos os livros estão no lugar. - Retruquei.
- Receio que queiram falar sobre o passo seguinte... Mas não será fácil assim! Meu tempo lhes custará 500 moedas de ouro. Considere que eu estive orando por seu retorno.
- Eu tenho o seu dinheiro! - Disse Bierfur. - Mas não da forma como você está dizendo. Eu tenho 5 moedas de platina!
- Isso deve servir... - Comentei.
Adrenius pegou as moedas rapidamente e as fez sumir em suas roupas avidamente:
- Obrigado, rapazes. Agora me deem o nome da primeira pessoa citada por Netlios naqueles livros, sua idade, seu destino, e quanto durou a sua jornada.
Olhei para meus irmãos e comecei a lembrar-me do volume 1...
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