Bem-vindo, atirador
- Aqueles que me procuram são bem-vindos. - Eu disse.
- Você não me reconhece mesmo, não é? - O dono dessa voz tinha os cabelos longos e não era um estranho. Porém, minha memória parecia pregar-me peças.
- Sua face é familiar à minha mente. De onde nos conhecemos?
- Rookgard...
- Um guerreiro desse porte, provindo de Rookgard? Não... você teria de ser o Andrezinho.
- Ou um jovem que cresceu...
O silêncio no corredor. Malu e Andrezinho se entreolharam.
- Biertrus! Seu grande rato de Rookgard! - Gritei.
- Meu caro irmão!
Um abraço selou emocionantemente nosso encontro.
- Mas - dizia durante o abraço e se afastando - não sou mais um rato de Rookgard. Sou um rato de Venore.
- Há quanto tempo está aqui? - Perguntei.
- Cheguei ontem. Ainda estou procurando uma hospedaria. Andei por muitas partes do continente tibiano.
Malu e Andrezinho se apresentaram e foram se deitar, cada qual em seu quarto. Consegui um quarto para Biertrus, não era grande coisa, mas melhor do que os acampamentos que ele realizara desde que chegou no continente.
Biertrus me contou que seu barco até o continente se perdeu por uma rota fantasma, na qual suas armas foram inúteis, mas outros componentes do barco sabiam magia e o salvaram. Depois piratas tentaram sacar a embarcação, ali o jovem foi útil: tinha destreza aperfeiçoada na Ilha do Destino, acertava os adversários de longe. Conseguiu arrancar de um pirata uma besta, carregou-a com dardos e vencia os adversários antes que tocassem seu barco.
Ali, Biertrus mostrara que tinha valor para seu grupo. Mas as avarias na embarcação o colocaram no extremo sul tibiano. Lá, aprendeu um pouco de magia com um velho mago solitário (talvez eu já tenha falado sobre ele), e cabaleou durante dias, foi socorrido por viajantes, assaltado por malfeitores, acampou em campos enfestados de lobos, conseguiu lanças roubando tribos subterrâneas de trolls, roubou também flechas e um arco élfico dos Elfos que tinham um acampamento próximo a Thais. Mais tarde, fez amizade com alguns Elfos de Ab'dendriel, os quais eram dóceis aos costumes humanos.
Estava cansado da vida que tinha até chegar a Venore. Qualquer lugar seria melhor do que as florestas enfestadas de lobos e ursos, as planícies com Cyclops e os vales com Elfos que repudiam a humanidade. E é claro que eu o convidei a ficar. Num aposento no porão da pousada onde Malu, Andrezinho e eu nos instaláramos, num quartinho sujo, com uma só cama e sem janelas, mas era o que eu tinha conseguido alugar, tarde da noite.
Ele aceitou sem reclamar e adormeceu rapidamente. Assim como teremos de fazer agora. Exaustos, guardávamos forças para o Vale dos Cyclops. Eu contarei o que aconteceu após o nascer do Sol tibiano, naquele vale, muito em breve.
Boa :P
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