domingo, 21 de agosto de 2016

Street Fighter: o choque entre gerações

Se você chegou até este Street Fighter...

Longe desse papo de "Eu me acho!", mas eu tenho visto muito jogador novo sem uma certa essência... uma coisa que só buscamos nos tempos que eu chamo de Old School. Sendo mais direto: sim, estou falando de games, mais precisamente de Street Fighter II e sua herança para o mundo. Mas, como eu dizia, o que tá faltando é uns certos "anos de praia", especialmente se o jogador em questão é novo.

Você que ingressou há pouco nos jogos de luta:
Se sente à vontade pra começar pelo SFV?
Sabe o que são essas barrinhas em baixo dos lutadores?


 Não que eu seja "o bom dos jogos de luta". Longe disso. É que eu fico pensando se os jogadores atuais conseguem valorizar as inovações colocadas no Street Fighter IV, ou V; ou ainda no King of Fighters XIII... se eles realmente deveriam passar pelas limitações antes da invenção de um guard break ou parry defense... ou ainda um just defense...




"Tá jogando demais, Bier!" - Não! Não é isso... é uma questão de ter a cultura do que eu batizei, puxando a brasa pro meu lado, de "Oitava arte": os videogames. (Posteriormente, descobri que videogames são, de fato, a Décima Arte! Mas disso eu prometo que não falarei nunca mais.)



A primeira vez que um jogo de luta me impressionou foi em 1992, meses antes de eu conhecer Street Fighter. Embora fosse "monoplayer", eu me abismei com a quantidade de cores, detalhes e técnicas diferentes de "Yie-Ar Kung-Fu", da Konami... Eu soube muitos anos depois que houve a versão arcade... na época, era nos incríveis computadores MSX, que mais serviam de videogames. Sério mesmo. A bagaça funcionava via cartuchos. E se você quisesse colocar um disquete, tinha que inseri-lo em um driver que era ligado por uma fita cinza até o cartucho de conexão. E era muito doido.

Equipamento essencial para operar disquetes...

...pra jogar isso!

Mas voltando ao SF, a CAPCOM estava vindo com tudo... em 1987 tinham o não-despercebido Street Fighter (1). O jogo era bem casca-grossa. Mas não era exatamente popular... tava faltando algo... um certo carisma (e movimentação, e animação, e sprites, e tantas outras coisas) bastante difícil de explicar. O game não ficou tão famoso quanto o seu sucessor por um número de fatores que deixaria qualquer um cansado.

Como eu disse antes, ela estava vindo com tudo... e em 1991 a bagaça foi mais ousada. Enquanto a maioria do Brasil estava se contentando com Master Systems II com quase 64 cores diferentes, a elite gamemaníaca já jogava a mais fiel versão de jogos de luta do Arcade: Street Fighter II. Em 1992 degringolou. Fizeram a versão para o SuperNintendo.

Era quase impecável... pouquíssimos golpes do original não sairam nessa adaptação, um grande ponto para o SNES. Isso sem falar que eu não havia jogado um jogo de luta que permitia se defender do adversário (sim, eu demorei quase 20 anos pra jogar SF1). A inovação estava lançada... ainda me lembro do dia em que aprendi a soltar hadoukens. E mais ainda, do dia em que terminei SFII no nível máximo (7, na época), desferindo shoryukens e curtindo um final diferenciado... e merecido, devo acrescentar.

A SNK (concorrente direta da CAPCOM) veio com uma infinidade de jogos de luta, meses após a popularização de Street Fighter. É arriscado dizer que ela não conseguiu, mas é assunto pra outro post.

A era da inovação gráfica estava iniciando, Street Fighter II já tinha um número considerado de versões:
(Dee Jay e seu especial, carinhosamente apelidado
"Lula-coice-de-mula")

SF II - World Warriors (primeira versão de SFII)
SF II - Champion Edition (permitia selecionar os chefes e selecionar duas vezes o mesmo lutador)
SF II - Hyper Fighting (idem ao anterior)
SF II Turbo - (idem aos anteriores, mas com escolha da velocidade do jogo em até 10 níveis + golpes novos)
Super SF II - (quatro lutadores a mais e escolha de até 3 níveis de velocidade)
Super SF II Turbo - (o mesmo do anterior, mas com direito à barra de Super Power, que permitia um especial grosseiramente ladrão)

Em 1995, a Capcom colocou em prática a série Alpha, uma espécie de "re-boot" na história e em alguns dos golpes dos lutadores. Alcançou um sucesso considerável. Fãs da série Alpha até hoje discutem qual a melhor versão entre Alpha - Alpha 2 e Alpha 3. As três versões mantiveram a barra de especial, mas o último merece destaque, já que poderia ser modificado o estilo da barra de especial. Além disso, SF ALPHA3 tinha a condecorada guard bar, evitando o conforto de lutadores retranqueiros. Tá certo que guard brakers já existiam, mas não havia um medidor antes de SFA3.
Ah! As versões Alpha eram mesmo bonitas... cores, contornos... barras de Power diferenciadas. Historyline bem trabalhada, especialmente pra quem gosta de traduzir os finais. Ali, a galera viu que Street Fighter sempre será o que é... um jogo de luta muito bala!

Ainda deram um jeito de superar o sistema ataque X defesa. Se o seu oponente ataca demasiadamente bem, existe o Alpha Counter, que serve para contra-atacar (jura?) com uma porrada mais forte que o convencional, "absorvendo" o ataque adversário.
Ganhar dinheiro no mundo dos games é complicado. Daqui a pouco vem outra empresa, no mesmo ramo de jogos que você investiu tempo dinheiro e dedicação e... pimba! O jogo deles é melhor que o seu...

Fazendo uma pausa para recaptulação:
Kung-Fu - Ataque (e ataques nos projéteis que são jogados, como defesa)
SF 1 e 2 - Ataque e defesa
Super SF2 Turbo- Ataque, defesa e barra de Power
SF Alpha (1 e 2) - Ataque, defesa, Alpha Counter e barra de Power
SFAlpha 3 - Ataque, defesa, barras de power diferentes, guard bar e Alpha Counter

Continuando...
Em 1997, a Capcom tenta uma nova técnica de animação. Acirrou com animações de GAROU, da SNK... E apresentou uma técnica melhor que a Alpha Counter, a chamada Parry Defense.

O Street Fighter III foi polêmico. Muita gente criticou o game por questões de limitação. Particularmente, é um dos que mais gosto. Tá certo que investiu em personagens inusitados e inumanos... e a sensação de que, quando tudo estiver perdido, existe o Especial da Esperança, que talvez não ganhe a luta, mas dá uma boa recuperada.


A volta de um bônus em que você destrói um carro (UP)



Após duas versões de Street Fighter III, foi lançada a versão definitiva: Third Strike, com mais personagens que as versões anteriores e uma historyline... média... Nesse jogo, foi apresentada a barra de resistência, mas não vingou muito, nem chegou a ser uma preocupação para muitos jogadores.

Sem contar que o jogo dá uma impressão de ter pego carona com alguns dos Dark Stalkers.

Que outra explicação você daria para um cara assim?
Um super soldado russo que deu errado, é claro!

Por algum fator que não consigo explicar, desandei a falar mal do jogo... onde eu queria chegar com esse texto, mesmo?

Ah, sim! Se você chegou a jogar Street Fighter IV, seria bom você ter parte do currículo acima, pra entender o que levou a Capcom a chegar a esse ponto... Além do Especial, o Ultra Move.

Além de inovações gráficas e técnicas, os personagens Old School voltaram, o que me leva a crer que o game foi feito para alegria das gerações que têm currículo em SF... e para introduzir os novos jogadores ao universo Street Fighter.

"Todo mundo deveria jogar toda essa caralhada de jogos que você jogou aí, Bier? É isso?"
- Não é bem assim, mas convenhamos que seria bem mais divertido se você conhecer melhor o lutador que vai levar você à vitória. A sensação de inovação é maior de acordo com a intimidade retroativa que você tem com o personagem.


Acabei de reparar que eu adoro pagar de intelectual com vocabulário extenso. Pelo menos eu não uso termos em inglês para ressaltar meus argumentos. Acho que ficaria meio gay.

É claro que este texto é uma adaptação do que publiquei no Nerd Way Of Life...
Estou preparando vocês porque estou jogando SF V e pretendo relatar algumas coisas pra vocês por este blog.

Abraço pra quem fica.
 Nós vamos ao encontro do mais forte!

Um comentário:

  1. Eu gostava do animê de Street Fighter. Até desanimei um pouco quando vi que tu não ia falar dele. Esse jogo no super nintendo eu joguei um pouco, mas eu mais via meu irmão e meu primo jogarem até enjoar.
    Bier, esses jogos não tem história? Por que não faz um texto sobre isso?

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