Os Strikers
Coberto pela luz azulada, abri meus olhos e me encontrei em uma sala de pedra toda branca. À minha frente estava um baú e mais adiante, uma porta. Desta vez, eu estava sozinho e, obviamente, minha curiosidade me atentava a saber o conteúdo do baú. Ali tinha nada menos que cem moedas de platina! Uma quantia considerável, que rapidamente fez parte de minha bagagem.
Coberto pela luz azulada, abri meus olhos e me encontrei em uma sala de pedra toda branca. À minha frente estava um baú e mais adiante, uma porta. Desta vez, eu estava sozinho e, obviamente, minha curiosidade me atentava a saber o conteúdo do baú. Ali tinha nada menos que cem moedas de platina! Uma quantia considerável, que rapidamente fez parte de minha bagagem.
Por fim, a porta. Ao abri-la, encontrei um corredor subterrâneo. Ao lado da câmera onde eu havia enriquecido, outras três câmaras idênticas, das quais saíram Bierdus, Biertrus e Bierfur, todos sorrindo, provavelmente com um resultado muito parecido com o meu.
Havia uma luz ao longe, no corredor. Bierdus acendeu uma tocha e eu acendi a palma de minha mão.
- Irmãos, há mais uma coisa que não lhes contei. - disse Bierdus - Lembram-se de que lhes pedi sigilo sobre esta jornada?
- Sim, recordo. - Disse Biertrus, já com uma das mãos na aljava enquanto caminhava, enquanto Bierdus continuava:
- Acontece, irmãos, que poucos conhecem o ritual que acabamos de fazer, mas a fortuna e o ponto onde deixaremos este lugar é muito famoso.
- E então? - Quis eu saber.
- Então, os Strikers podem estar nos aguardando.
Bierfur, nosso mais novo irmão, mostrou receio:
- Quem são eles, Bierdus?
- São saqueadores que ficam pelo deserto esperando quartetos entrarem na caverna. Depois ficam na saída preparando para um assalto. Esperam dias, acampam perto da saída, pois sabem que os aventureiros mais corajosos saem daqui com as mochilas repletas de platina.
- Então seremos assaltados? - Perguntei.
- Sim, e depois de todas as provações, não sabemos bem se é dia ou noite lá fora. Mas, se meus cálculos estavam corretos, é madrugada. Ficamos dois dias fora, entre caminhadas, lutas, escuridão, leituras e enigmas. Sei que não estamos totalmente dispostos a passar por mais uma luta dessa dimensão, mas faz parte do ritual.
Automaticamente, paramos os três de caminhar, deixando Bierdus à frente do grupo, que se virou rapidamente:
- O que foi? Vocês vieram pelo ritual, e o que ganharam? Não foi apenas dinheiro! Bierfur, não se sente mais corajoso? Biertrus, não está valorizando mais o trabalho do grupo? Bierum, não se sente mais preparado para a luta?
Então, coloquei a mão na mochila e retirei dela uma garrafa de poção de cura.
- Ainda tenho algumas. Querem?
Bierfur foi o único que aceitou. Tomou uma garrafa de poção mágica. Mais adiante víamos a escadaria, com pouca luz vindo de cima. Provavelmente Bierdus estava certo: era mesmo madrugada, e ganhamos mais do que moedas de platina, como também mais coragem e sagacidade, além de nossa confiança fraternal renovada.
Alcançamos a escada. Estava tudo certo, subimos lentamente os degraus de pedra e alcançamos uma plataforma de perda arenosa, coberta, mas totalmente aberta nos lados. Em nossos horizontes, não havia ninguém. Mas as dunas poderiam estar escondendo algo.
Sim, fazia tempo que eu não sentia medo. Eu acabara de lutar contra demônios, mas a areia poderia estar escondendo coisas piores: humanos. Aquela conversa que tivemos nos corredores do altar do ritual havia me aberto os olhos para muita coisa.
- Venore fica pra lá! - Disse Bierdus. E assim que ele pisou na areia, começaram a brotar cabeças por trás das dunas.
Eram uma, duas. Três, quatro, cinco. Seis, sete, oito. Nove. Todos vestiam preto. Vinham em nossa direção em marcha acelerada. Biertrus puxou uma flecha da aljava, pôs na corda do arco e acertou o ombro do primeiro, que estava montado em um corcel. Levou a flecha, mas continuou vindo.
- Não adianta! - Falei, sentindo que o fim se aproximava junto àquela mortal marcha.
- Só não adiantou se aquele homem tiver veneno ao invés de sangue! - respondeu Biertrus e piscou um olho para mim. E, rapidamente jogou uma nova flecha que tocou no cavaleiro, mas explodiu acertando os demais que vinham com esse também.
- Flechas explosivas! Você estava mesmo preparado! - Eu disse sorrindo.
- Ao invés de ficar elogiando o combate à distância, porque não usa uma daquelas pedras rúnicas que tens aí contigo? - Quis saber Bierdus.
E ele estava certo. Eu estava carregando pedras muito pesadas e não havia usado quase nenhuma. Sam havia me dado algumas com uma caveira em sua inscrição, outras eram avermelhadas, outras ainda, com uma figura de um cristal de neve. Apontei minha mão para um dos homens que vinham correndo. Li a runa, dela saiu uma nuvem negra e rápida que foi diretamente ao peito dele. E ele parou de correr, como se houvesse levado um choque.
Mas eles eram nove. E passaram por esse que acertei, que logo se juntou ao ataque novamente. Os segundos se passavam e nossa distância estava cada vez menor. Bierfur pegou uma pedra rúnica em sua mochila, Bierdus desembainhou a espada. Éramos apenas quarto. A batalha era iminente.
Agora descanse, meu amigo.Você precisará de energia para imaginar tudo o que aconteceu depois disso.
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Você já conhece as Crônicas Tibianas?
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