Uma conversa com o monge
- Eu irei na frente, com meu escudo. Bierfur e Bierum atrás de mim, quero luz e magias preparadas para o que vier. Biertrus, mão no arco e outra na aljava.
Descemos as escadas de pedra, rumo à escuridão. O corredor não era muito largo, levou-nos logo a uma porta de madeira bastante maciça.
- Anda logo, Bierdus! Atravessa essa porta com sua espada. O fio deve servir... - Sugeriu Biertrus.
- O quê? Ficaste maluco? Um cavaleiro não saca a espada sem ter um motivo digno de tal ato. - Respondeu Bierdus.
- Acalmem-se. Ao invés de reclamarmos, porque não experimentamos pressionar a maçaneta para baixo e empurrar a porta? - Sugeri.
Irritado, Bierdus empurrou a porta. estávamos dentro de uma sala com uma enorme mesa e várias pilastras e tochas nas paredes. Lá estava um monge em vestes negras. Ele aparentava muita calma e não nos disse uma só palavra.
Biertrus e Bierdus se aproximaram, deixando-nos para trás.
- Você é Adrenius, devoto de Fafnar? - Perguntou Biertrus.
Ele nada disse.
- Creio que estás sendo rude com ele. Deixe-o comigo. - O monge se afastava, enquanto Bierdus se preparava. - Olá, monge. Eu o saúdo.
- E Fafnar nos zela. O que querem aqui?
- Somos viajantes. Viemos descobrir o segredo da velha Biblioteca de Jakundaf.
- De que adianta? Muitos já tentaram, mas não voltam vivos... ou, por acaso, vieram testar suas vocações naquele que antes era meu templo?
- Na verdade, é justamente isso... - eu dizia, mas fui interrompido.
- Testar vocações? Não, não... Vês aqueles dois que se vestem como magos? - Disse Bierdus apontando para Bierfur e eu. - Serão vassalos de Fafnar!
Nessa hora comecei a pensar angustiadamente em todos os livros que eu lera até ali acerca dos deuses... lembrei-me de Estrella, na Ilha do Destino ensinando-me sobre as Divindades que construíram nosso mundo. Lembrei-me claramente da deusa Fafnar, enciumada pela beleza de Bastesh, arranhou-lhe o rosto e pôs-se a fugir de Suon, que a perseguia após esse ato. Bastesh tornou-se o Oceano Tibiano. Suon, a noite. E Fafnar tornou-se o Sol Tibiano.
Nessa hora comecei a pensar angustiadamente em todos os livros que eu lera até ali acerca dos deuses... lembrei-me de Estrella, na Ilha do Destino ensinando-me sobre as Divindades que construíram nosso mundo. Lembrei-me claramente da deusa Fafnar, enciumada pela beleza de Bastesh, arranhou-lhe o rosto e pôs-se a fugir de Suon, que a perseguia após esse ato. Bastesh tornou-se o Oceano Tibiano. Suon, a noite. E Fafnar tornou-se o Sol Tibiano.
Eu poderia estar em maus lençóis, mas temos de ser firmes nessas horas. Provações... quem não as teve? Anos vivendo no Continente e já era hora de mostrar porque os magos têm fama de sábios...
- Ah! Devotos de Fafnar? Vejamos... Quem é Fardos? Me diga você, que veste a toga preta. - Disse o sacerdote apontando para mim.
- Fardos é um dos Bons Criadores. O pai de nossa honorável Fafnar, filha do fogo.
Os quatro olharam para mim surpresos.
- Está bem... - prosseguiu o sacerdote - ...se vocês quatro não vieram até aqui atrás do ritual das vocações, por quais demônios estão aqui? Vieram prestar respeito grandeza de Fafnar? - e foi então que Bierfur tomou voz:
- Li seus livros! Você é Adrenius, aquele que escreveu uma crítica literária sobre os aventureiros e o sentido da jornada.
- Sim. E para aqueles que me trouxerem a resposta, será-lhes revelado meu tesouro. - o monge agora parecia ter se agradado - Não precisam mentir para mim, a verdade é que nunca vi um um grupo que realmente entendesse...
- Entendesse sobre o quê? - Questionei.
- Fardos é um dos Bons Criadores. O pai de nossa honorável Fafnar, filha do fogo.
Os quatro olharam para mim surpresos.
- Está bem... - prosseguiu o sacerdote - ...se vocês quatro não vieram até aqui atrás do ritual das vocações, por quais demônios estão aqui? Vieram prestar respeito grandeza de Fafnar? - e foi então que Bierfur tomou voz:
- Li seus livros! Você é Adrenius, aquele que escreveu uma crítica literária sobre os aventureiros e o sentido da jornada.
- Sim. E para aqueles que me trouxerem a resposta, será-lhes revelado meu tesouro. - o monge agora parecia ter se agradado - Não precisam mentir para mim, a verdade é que nunca vi um um grupo que realmente entendesse...
- Entendesse sobre o quê? - Questionei.
- Sobre o sentido da vida tibiana...
- Temos algo para ti... - disse Bierdus - mas só podemos entregar se nos revelar onde está sua biblioteca, se o que tu construíste for real.
- Ao norte e ao leste, senhores. Lá encontrarão minha biblioteca, abaixo de cinco pedras. Se são mesmo dignos do tesouro, terão parte dele.
Deixamos o templo e continuamos a jornada.
- Não deve ser longe. - Divaguei.
- Penso que esse monge era astuto, mas perdeu sua fé na humanidade. - Comentou Bierdus.
- Pudera, Bierdus. - disse o irmão Bierfur - Com essa natureza violenta e nociva, ferindo semelhantes e criaturas inferiores. O homem não respeita nada, é natural que se perca a fé.
- Eu discordo! - Pronunciou-se por último Biertrus - Um homem que perde sua fé, seja no que for, nunca a teve realmente.
Mudei de assunto, para que outra discussão não se fizesse:
- Bierdus, como foi que você soube desse monge e desse ritual?
- Ah, foi quando Bierfur me chamou para mostrar-me dois livros que encontrara, em uma biblioteca de Thais.
- E então?
- Dentro de um desses livros Biertrus encontrou uma chave antiga e uma anotação. Essa anotação era uma referência a uma carta escrita pelo próprio Adrenius abrindo mão da vida em sociedade, construindo um templo e uma biblioteca subterrânea. O resto, o povo das cidades principais já soubera e nos contara. Por isso estás aqui conosco.
- Porque esse riual...- Exatamente, exige que haja quatro aventureiros de estilos diferentes... e com visões diferentes sobre a vida.
Biertrus caminhava na frente e ergueu seu braço.
- Irmãos, aqui tem 5 pedras. Creio que no centro delas está a entrada que tanto procurávamos.
Biertrus tirou da mochila uma picareta e começou a bater no chão. Bierdus pegou uma pá em sua mochila e começava a jogar a areia para longe da abertura.
- Acenda sua mão novamente, Bierum! Nós vamos descer!
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