segunda-feira, 22 de novembro de 2010

As Crônicas Tibianas - Cap. 47

Converta-me, se for capaz

Andrezinho, Sam e eu fomos até os corpos das Bruxas que havíamos vencido. Ali, encontramos pedras rúnicas vermelhas, algumas já sem brilho, pois foram usadas contra nosso grupo. Andrezinho só tinha a roupa do corpo, uma Katana e um livro de magia como escudo. Propus a ele que trocássemos, apenas por aquele momento.



Empunhei o livro, Andrezinho com meu escudo, mas nada serviria de armadura improvisada para ele. O próximo corredor estava mais escuro do que os anteriores. Sam acendeu sua mão, Andrezinho e eu pusemo-nos à frente.

Dois Monges nos viram e correram em nossa direção. O primeiro deles caiu ob pena de meu Chicote de Raio. O segundo trocou alguns golpes com Andrezinho, que embora não meditasse nem treinasse nas mesmas condições que o Monge, sabia usar aquela espada como ninguém mais naquele templo macabro, e o venceu sem grandes dificuldades.

Ao fim do corredor, mais uma porta. Um reflexo prateado passou pela frente de minha testa e parou  numa das paredes do corredor.
- I-is-isso é uma... - Gaguejei.
- Um shuriken! - gritou Andrezinho, abalado.
- Afastem-se! - gritou também Sam, e ao passo que recuamos, ele desferiu uma onda de Gelo.

Dois Assassinos sairam das sombras. Silenciosos, com olhos pequenos, vestindo negro, quase invisíveis. Algo nos olhos deles me indicava sua missão: matar-nos. Andrezinho ergueu o meu escudo e segurou as espadas deles. Recuperado de coragem, li uma das pedras que recolhemos. Logo depois que li as palavras rúnicas, a pedra esquentou e brilhou como magma, o brilho direcionou-se para os Assassinos que ali estavam, os cercou e transformou-se em uma labareda. Andrezinho já havia dado golpes de espada também. Em seus corpos, pequenos objetos em forma de estrela de quatro pontas.
- Shurikens. Precisa ter boa pontaria para se usar um desses... - disse Andrezinho.
Recolhi alguns, pensando em meu irmão paladino.

A próxima porta aberta levou-nos a um salão de armas. Mas nada muito útil: Katanas novas, armaduras de bronze e escudos de ferro puro. Andrezinho devolveu meu escudo e eu decidi largar o livro ali. Olhamos para o altar daquele salão, Andrezinho recolheu sua armadura, seu elmo, seu escudo e sua verdadeira espada.
- A história agora será outra... - disse ele, já triunfante.

Um grito de mulher interrompeu-nos. Voltamos nossos olhos à porta de entrada e lá estava mais uma bruxa. Rápido como um raio, Andrezinho no ultrapassou e acertou-lhe um golpe violento. O corpo da Bruxa amoleceu na parede do corredor que passáramos.
- Eu não gosto de usar violência contra mulheres, mas esse lugar abusou de mim...
- Está tudo bem, amigo. - Foi tudo que pude dizer.

Decidimos que a missão precisava de uma "chave de ouro": sairmos com vida. Fomos até a sala onde Andrezinho estivera sendo sacrificado. Todo o caminho estava vazio. Depois dela, outros Monges apareceram, mas nenhuma luta muito peocupante. Especialmente porque Andrezinho dava o melhor de si. E os Monges também sentiam nossos ataques mais fracos.

À medida em que se luta, fica-se mais forte. Esse é um fato confirmadíssimo.

Subimos até a escada que ficava atrás do altar do primeiro piso subterrâneo. Ali, alguns homens comuns, semelhantes a cavaleiros em armaduras de bronze atacavam-nos usando Maças. Porém, seus ataques nem ao menos arranhavam nossos escudos.

Ao longo do caminho, bebemos algumas poções de cura. Por fim, vimos a luz do Sol acima da escada da saída. Luz esa que nos doía nos olhos. Já era manhã. Usamos o galpão de Lorpas para nos recompormos. Depois, no Acampamento Fora-da-lei, a passagem foi tensa, porque eu tinha certeza de que estávamos sendo observados. Mas nada nem ninguém pôs-se em nosso caminho.

Passamos o Deserto de Takundaf, nos escondemos na floresta de um exército de minotauros, encontramos um rochedo, que serviu de esconderijo, para o caso de perseguições.
Senti as pernas doendo. Aquela jornada parecia interminável, até avistarmos as escadarias de Venore. Quando abri a porta de meu aposento, ancioso pela cama, Grazi estava lá.
- Bierum...
- Agora não, Grazi...
A luz do dia se apagou diante dos meus olhos. O chão se aproximou de mim. A voz dela ecoou em minha cabeça:
- Você precisa saber...

E a exaustão durou muito tempo, meu amigo. Mas eu despertarei e contarei-lhe o que ainda vinha pela frente.

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