A chegada do drúida
Acordei naquela manha ensolarada e Biertrus já havia partido. Abri a dispensa e encontrei um bilhete dele, lamentando a pressa e o sumiço de alguma comida. Não era nada que fosse importante e ele poderia ter ficado o quanto quisesse. Pelo jeito, ele parecia preocupado com a munição que tinha para suas armas, e queria melhorar suas habilidades de pontaria. Mandei-lhe uma mensagem telepática dizendo para ir ao Acampamento das Amazonas, já que suas lanças eram boas para melhoria da destreza.
Sentei-me à mesa e, comendo paezinhos, passei a pensar no que significava o beijo de Malu. Meus pensamentos foram interrompidos por batidas altas à minha porta.
- Quem está aí? - perguntei.
- Carta para o Mago Bierum, morador do quarto 34 do Palácio Papelão de Venore.
"Sinceramente, o nome desse alojamento me irrita!" - pensei e abri a porta.
O carteiro me entregou um envelope e entreguei-lhe uma moedinha, por mais que fosse apenas sua obrigação. A carta do envelope dizia:
"Caro Mago Bierum,
Estou sendo cuidado por um mago esclerosado, ao sul de Thais. Porém, ele insiste em me dizer que minha missão ao seu lado acabou. Poderia me buscar, assim como sua irmã disse que faria?
Agradeço por qualquer resposta.
Arthur Sam Scott"
Coloquei o envelope na mochila, vesti meu manto de mago e empunhei meu cajado. Bati na porta ao lado, onde Malu dormia. Ela me disse que não conseguiu dormir a noite inteira e que prefiria descansar. Eu disse que estava tudo bem e bati à porta de Andrezinho.
- Me dá um minuto, Bierum! Estou a caminho!
Ouvi o barulho do metal batendo nos encaixes da armadura, lá estava Andrezinho, abrindo a porta.
- Tomou café? - perguntou ele.
- Já! - respondi. - E você?
- Eu tomo no caminho... - disse isso e colocou pães e presunto na mochila.
Caminhamos até a Estrada Principal em passos largos, como se quiséssemos fugir de Venore. Nossa próxima parada: Thais. No caminho, expliquei a situação para Andrezinho.
- Que estúpido! Se ele queria um tutor, que viesse logo a Venore! - foi sua reação.
- Acalme-se... eu não posso ser tutor de todos os magos do continente... no fim das contas é melhor não precisar ensinar o básico. Além disso, Alys me disse que ele já conhecia magia antes, mas,misteriosamente, sua magia não funcionava neste planeta como funcionava no dele.
- Um drúida que sabe fogo? Isso não é possível... ou é?
- Não em Nebula, meu amigo.
A estrada tinha seus tijolos gastos e até alguns subterrados pelas tropas que já pisaram ali. Além disso, a Estrada Principal tinha alguns séculos de idade, era normal que sua pavimentação fosse débil de alguma forma. Quase na metade do caminho, uma pequena tropa de minotauros se dirigia na mesma direção em que nos destinávamos.
Um Minotauro-mago, dois cavaleiros-minotauros e dois minotauros arqueiros. Andrezinho e eu montamos uma emboscada para eles que obteve sucesso: corri o mais que pude em sua direção e desferi uma Onda de Fogo. Irritados, prepararam uma formação de combate que os trocou de posição muito lentamente. Quando os magos e arqueiros tomaram distância, os cavaleiros já estavam mortos e Andrezinho já havia surpreendido esses que não usam armaduras pesadas. Conseguimos pouco ouro, mas um pouco de metal das armaduras que vestiam os cavaleiros.
Seguimos viagem. Passamos ao lado da grande Montanha-Cyclope sem adentrar seus desfiladeiros. Passamos uma ponte feita com rochas, certamente produto do trabalho humano. Finalmente avistamos as torres das muralhas de Thais.
A passos do portão principal da cidade de Thais, lobos famintos tentaram nos cercar. Tentativa vã, pois Andrezinho e eu já havíamos até comido carne de lobo quando morávamos em Rookgard. Guardamos um pouco da carne e prosseguimos.
Para chegar à casa do velho mago era preciso atravessar Thais. E o que nos esperava nesse caminho, meu amigo, será revelado em nossa próxima noite.
muito boa bier! :D
ResponderExcluirestou ancioso pela continuação