segunda-feira, 31 de maio de 2010
As Crônicas Tibianas - Cap. 28
A tumba que Milla havia mencionado se localizava a poucos degraus abaixo de onde estávamos. Desci na frente. Milla vinha atrás. Bryan em seguida. Encontramos seis sarcófagos em torno de uma sala retangular. Um sétimo sarcófago ficava na parede ao sul. Era dourado.
- Como cita a lenda - dizia Milla - este deve ser o sarcófago da primeira rainha das Amazonas!
Milla foi até a frente do sarcófago. Bryan e eu ficamos à sua direita e esquerda, respectivamente. Milla abriu a tumba, mas só encontrou um corpo mumificado. Tateou a tumba, atrás de algum mecanismo ou botão. Estranhamente, as tochas do lugar se acenderam. E as tumbas à nossa volta se abriram. Delas, mulheres zumbi se ergueram e iniciaram uma marcha em nossa direção.
- São mortos-vivos, Bryan... - eu disse - ...então o elemento que você deve usar é...
- O fogo! - respondeu ele num grito. E desferiu uma onda de fogo em três dos mortos que vinham em nossa direção.
Fiz o mesmo. Apesar da dor que deveriam ter sentido, não haviam se detido. E nossa concentração se limitou ainda mais após um grito de Milla. Ao olhar para trás, vi a múmia segurando-lhe pelos braços, sem que ela pudesse tocar no cajado.
Fui na direção dos dois, mas quase trombei com Bryan. Ele desferiu outra onda de fogo, assim que passei. seis mortos-vivos deitados no chão, mas fazendo força para reerguerem-se. Ao chegar perto de Milla em sua luta, abracei-lhe pelas costas e, juntando as mãos, fiz uma onda de fogo. A múmia recuou.
Agora que estávamos todos livres para a luta contra a múmia ela simplesmente adentrou uma das paredes da tumba por uma abertura que se fechou instantaneamente. Da sepultura onde ela estava, moedas de ouro caíam. Abrimos as mochilas. Começamos a carregá-las. Pouco depois, vi que os corpos dos mortos, vivos estavam se levantando.
- É hora de irmos. Não podemos ficar eternamente lutando. - Aconselhei.
E subimos de volta as escadas. Estávamos de volta nas cavernas subterrâneas do Acampamento das Amazonas.
Valkírias correram em nossa direção. Dessa vez, Bryan atacava com seu cajado de fogo. Milla e eu também reagimos, atrás dele. Milla abriu o mapa, mas estava escuro. Bryan conseguiu luz em um outro cajado. com uma pedra roxa na ponta.
- De onde tirou isso? - perguntei.
- Encontrei no meio das moedas, achei que seria útil. - Ele respondeu.
- Acertou. - Eu disse.
Milla leu o mapa e foi na frente. No caminho, algumas Amazonas, Valkírias e Bruxas. Passando disso, estávamos sobre a grama dos acampamentos. Adagas voavam em nossa direção, mas aparávamos com nossos escudos. Diferentes dos anões, elas não saíram de sua civilização atrás dos invasores. Estávamos livres para retornar.
- Sabe esta casa velha? - Perguntou Milla, quando estávamos passando pela velha casa abandonada que servia como ponte entre os campos das Amazonas e os de Venore. - Diziam as lendas que um velho barão morava aqui e enlouqueceu com a solidão.
- Mas isso há muito tempo? - Perguntei.
- Sim... mas seu fantasma aparece para levar as riquezas dos viajantes. Mantendo assim seu status de barão...
- ...e de ladrão... - eu disse. Bryan ria.
A noite chegou cedo. Precisamente, quando passávamos pela porta do porão da velha casa. Foi aí que vimos um mago com a barba negra, um monóculo e um manto branco. A escuridão não nos deixava enxergá-lo nitidamente. Temi que pudesse ser um ladrão.
- Para trás, vocês dois. - Eu disse a Milla e Bryan.
- Eeeeei! - gritei ao mago.
Não houve resposta. Nos aproximamos. Tentei parecer simpático:
- Amigo, andar sozinho à noite pode ser perigoso!
Porém, a resposta foi dada com ares de indignação:
- Louco, meu jovem? Você acredita que eu possa ter me tornado louco?
E com isso, ele levantou um machado grande. Disse as palavras mágicas de invocação para um Orc guerreiro. E jogaram-se os dois em nossa direção, com os machados reluzindo a lua.
- Eu não deixarei que eles os machuquem! - Eu disse, tentando tranquilizar meus dois companheiros. Mas eles não recuaram. - Fujam!
- Não vamos deixar! - Disse Milla.
- Ninguém vai ferir meus mestres! - Disse Bryan.
- Recuem!
Era tarde para fazê-los mudar de ideia. Apontei meu cajado para o Orc Guerreiro. Milla e Bryan fizeram o mesmo. Transformamos a criatura em cinzas, com fogo e raio dos cajados.
- O professor será o próximo! - Exclamei.
Mas ele já havia descido as escadas da casa abandonada.
[Mi] - Não acredito que estivemos pessoalmente na frente do Barão Louco!
[Bry] - E ele tentou nos matar!
[B.W.] - É assim que são feitas as lendas, meus queridos companheiros.
Voltamos a Venore sem maiores problemas. Me despedi da dupla e recebi a feliz notícia de que ficariam por algum tempo em Venore. Após tamanha aventura, certamente precisei descansar. Você também pode estar precisando.
Oh, sim... em casa, outra carta de Alys. Ela me contava uma história muito curiosa. Durma agora. Eu lerei a carta no nosso próximo encontro.
sábado, 29 de maio de 2010
Definições
quinta-feira, 27 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
As Crônicas Tibianas - Cap. 27
Algumas horas após nossa saída de Venore, as Planícies do Sofrimento estavam banhadas com o sangue de ferozes Cyclopes. Impressionava-me o fato de seres fortes e estúpidos viverem em comunidade.
Grazi e eu havíamos encontrado uma caverna com alguns dragões, e cautelosamente os vencemos. O que nos fez fugir foi um Dragão maior, de escamas avermelhadas, no entanto àquela altura dos acontecimentos já havíamos reunido ouro suficiente nos primeiros Cyclopes... e carregados de bastante ouro (suficiente para mais alguns meses na hospedagem), que seria mais tarde dividido por nós dois.
Caminhamos ao norte, rumamos a Venore. Lá, fomos fazer a divisão do ouro e colocamos no banco a quantia necessária para nossas moradias.
- Sagal ficará orgulhoso. Três Dragões derrotados. Numa próxima oportunidade, irei caçar com ele. - Comemorava Grazi.
- Olha quanta sorte tivemos! - eu dizia - Com esse ouro, poderei me preocupar com outras necessidades. Inclusive em ampliar meu poder.
Grazi e eu nos despedimos. Ela voltava a Carlin, pela estrada principal. Em casa, encontrei um pergaminho ao pé da porta de meus aposentos. Era uma mensagem de Milla:
"Querido professor Bierum,
estarei em Venore o dia todo.
Se você puder me encontrar,
estou no correio de Venore com
novidades.
Um beijo!
Milla Cartezinni
Ps.: Será muito bom lembrarmos
os velhos tempos."
Também julguei muito boa a ideia de lembrar os velhos tempos. Empunhei meu Cajado de Energia Cósmica e saí. Após uma tranquila caminhada, avistei um mago medindo forças com Milla. Isso, em frente ao correio. Fui intervir imediatamente!
- O que pensa que está fazendo? - Ergui o Cajado em direção a ele, mas Milla se posicionou na minha frente.
- Fique calmo, mestre! - dizia ela - Este é meu aluno Bryan.
Baixei a guarda, envergonhando-me. Ele sorriu e se aproximou, tentando apertar minha mão. Desajeitado, o cumprimentei.
- Muito prazer, senhor Bierum. Minha mestra falou muito a seu respeito!
- Obrigado, meu jovem. Já conhecia Venore?
- Estou escolhendo uma cidade para viver. Venore me parece uma ótima opção.
- A melhor, meu amigo. A melhor.
Milla contou-me que estudara a magia enquanto esteve fora. Leu todo o livro de lendas que comprou quando saímos juntos. Que havia ampliado sua magia em Ab'Dendriel, uma cidade lotada de Elfos pacíficos, que toleravam humanos. Achei melhor nem ao menos comentar que Andrezinho foi ao encontro de um outro tipo de Elfos, os que rejeitam qualquer tipo de humano.
Parece que o Elfos entendem muito bem de magia: Milla estava procurando o tesouro da falecida rainha das Amazonas.
[B.W.] - Falecida? Engraçado, pensei que eu a conhecia... e estava muito viva quando eu a vi.
[Mi] - As Amazonas têm ainda uma rainha. Mas procuro pelo sarcófago da antiga rainha. Há algumas peças de tesouro valiosas por lá, eu só não tenho certeza disso, porque estava no livro de lendas.
[B.W.] - Parece que você estudou muito, não?
[Mi] - Li aquele livro da cabo a rabo. Mas hoje, Bierum, meu pupilo irá lutar com as Amazonas pela primeira vez. Sabia que elas têm um pequeno acampamento perto de Ab'Dendriel?
[B.W.] - Isso é novidade para mim. Diga-me, quer ajuda com as Amazonas?
[Bry] - Na verdade, acho que não poderemos ir ao sarcófago sem sua ajuda...
[Mi] - Bryan! Fique quieto. Eu poderia ir sozinha. Se ele vai conosco é porque eu quero que ele te proteja!
[B.W.] - Acalme-se. Como os meus dois companheiros de alojamento estão envolvidos em caçadas, parece que tenho bastante tempo.
[Mi]- Então?
[B.W] - Sim, irei com vocês.
Iniciamos uma lenta marcha até o Acampamento das Amazonas. Fomos recebidos, como sempre, à facadas pelas amazonas mais fracas. Milla e eu já éramos acotumados com as investidas, geralmente frustradas, das Amazonas. Bryan aprendeu rápido. Ele usava um escudo forjado pelos Anões, muito útil nesses casos.
No porão do acampamento, as Valkírias nos esperavam. Mostrei aos dois minha invocação da Tarântula. Eles gostaram. A Tarântula me obedecia, nos protegia, matava Valkírias rápida e impiedosamente. Paramos abaixo de uma tocha que iluminava o local, para que Milla abrisse seu mapa. Ali estava a planta do Acampamento, desenhada à mão.
- Como conseguiram um desses?
- É que minha mestra - respondeu Bryan - criou esse mapa partindo de uma cuidadosa leitura sobre as amazonas.
Milla fechou o mapa.
- Por aqui, garotos.
Ao final de um corredor, encontramos duas portas pesadas, fizemos os três muita força, mas nada adiantou. Bryan exclamou:
- Se olharem por este buraco, podem ver todo o tesouro!
De fato, ele tinha razão. Dentro da sala trancada estavam baús recheados de tesouros, armaduras indestrutíveis, pedras preciosas... mas nada ao nosso alcance.
- E se houver uma passagem secreta? - Perguntei.
- Não li nada a esse respeito. - Respondeu Milla, desanimada. - Mas, a tumba da rainha fica para lá! - apontou para o norte.
Iluminei com a palma de minha mão o caminho. Duas Bruxas pavorosas vestindo negro apareceram e correram em nossa direção. Elas tinham cajados vermelhos e pedras vermelhas (as runas) que liam e faziam chamas mortais. Em seu primeiro ataque, mataram minha Tarântula, mas uma delas havia sido envenenada. As duas vieram direto à mim. Os corredores das cavernas do Acampamento eram estreitos, mas pude passar correndo por Milla e Bryan, que juntos deram conta de derrotar as duas. Meu manto ficou chamuscado, mas pude notar que os frutos que plantei eram muito bons: Milla tornou-se uma magnífica maga. E agora tinha um bom discípulo. Os dois faziam Ondas de Fogo juntos. O jovem Bryan, quanto futuro! A jovem Milla, quanto poder!
Vencemos mais algumas guardas, às portas de um alçapão, praticamente no centro do Acampamento.
- Aqui deve ser a tumba... - divagava Milla.
Abaixei-me para verificar as escadas... E o que havia ali dentro eu prometo contar-lhe em nosso próximo encontro. Não se preocupe, meu amigo. O tempo passa mais rápido quando não se está ansioso.
sábado, 22 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
12° AnimeXtreme
Nesse último domingo (16/05/2010) o grupo Otakuara (Otakus de Taquara, o qual orgulhosamente faço parte) e alguns representantes de Igrejinha embarcaram no ônibus e rumaram a Canoas. (Sim, este post é meu diário sobre o 12° AnimeXtreme.)
O evento era um dos mais esperados pelo grupo, superando até o famosíssimo AnimeWorld em matéria de espectativa.
Eu peço, antes de citar nomes, que me perdoem quem não for mencionado. Realmente não tenho memória boa pra lembrar tantos detalhes. (O vídeo em que o Pi me entrevista, provará isso.)
O colégio La Salle estava simplesmente lotado! E cosplays muitíssimo bem elaborados. (Possivelmente eu voltarei a esse post e colocarei fotos, ou farei uma nova postagem... to decidindo).
Pra começar, um bom chá de cadeira na fila... depois, alguns ajustes nos cosplays e tudo virou festa. O único pô em todo o evento, pelo que presenciei, foi a falta de espaço nos estandes. Uma pena, pois a concentração de pessoas no início do evento sempre é alta nessa seção.
Tivemos ali um evento muito tranquilo. Diferente do que muitos blogs religiosos dizem por aí, os otakus são educados, bem-humorados e muito dispostos. Cosplays invejáveis, gente simpática, baderneiros de plantão... mas nada de baixo calão, aparentemente.
A velha brincadeira das plaquinhas continua fazendo sucesso. Você já leu aquela "Me dê prazer"? Você aperta a mão do carregador de plaquinha e lhe diz "muito prazer". Nesse evento, as plaquinhas eram um pouco mais ousadas... passei por uma que dizia "Quero beijar alguém que nunca vi." E a galera fazia fila.
Lembrando os cosplays do grupo, Neco vestiu-se de Lanterna Verde (Liga da Justiça), Rodrigo de Ryu (Shaman King), Ben-Hur de Cavaleiro de RPG (qual mesmo?), Núbia de Alice (no país das maravilhas), Cassiano de Sanji (é? Do One Piece), Vitor de... esqueci, mas era do Evangelion... Andrezinho de Yun e Bier de Yang (do Street Fighter).
Eu ando elogiando pacas os cosplays do evento, mas ainda não mencionei o que foi a emoção de ser reconhecido em meu cosplay. A maioria das fotos que tiraram de mim foi na companhia do Andrezinho (pois um cosplay complementa o outro), mas o Andrezinho chamou mais a atenção. Poucos tiraram fotos de mim estando sozinho, mas é tão legal quando isso acontece...
Andrezinho também me pilhou para participar do desfile Cosplay... e valeu a pena. Ganhei animados aplausos e, saibam, muito valorizados. Aliás, jurei ter ouvido a voz do Gabriel no meio da galera assim que coloquei um pé no palco. "Emoção sem preço", isso define bem aquele momento.
Outras coisas que valeram a pena no evento (não necessariamente por ordem de importância):
1) Estar com os amigos;
2) Reencontrar outros amigos;
3) Fazer novos amigos;
4) Fazer um videozinho ao lado da galera que eu simplesmente amo!
Isso é tudo, pessoal.
Abraços aos meus amigos Otakuaras de plantão! Valeu, galera!
segunda-feira, 17 de maio de 2010
As Crônicas Tibianas - Cap. 26
Malu e Andrezinho estavam curiosos a saber do que contava a carta.
- As notícias não poderiam ser melhores! - Exclamei - Meus irmãos, herdeiros do meu clã estão vindo ao continente tibiano.
- Que grande notícia! - Disse Malu.
- Por outro lado, é mais gente para cuidarmos, não? - Comentou Andrezinho.
- Ah, não se preocupe. Eles não ficarão conosco. Estão na Ilha do Destino. De lá, escolherão as cidades por onde viverão.
[And.] - A sua família não era só de magos?
[M] - E quantos irmãos você tem?
[B.W.] - Alys é minha irmã mais velha. É professora em Rookgard.
[And.] - E foi ela quem treinou Grazi e Malu, eu recordo.
[B.W] - Isso... Bom, eu tenho também mais três irmãos mais novos. Biertrus Plate, que é corajoso, Bierdus, que é perseverante, e Bierfur, que é pacifista...
[M] - Eu vejo um pouco de você em cada um deles...
[B.W.] - Obrigado, minha doce amada.
[And.] - Então vocês dois querem que eu saia?
[M] - Não. Eu estou de saída. Vou fazer o controle dos trolls.
[And.] - Vou até o forte dos Elfos, o qual li sobre em um livro.
[B.W.] - E eu vou ler mais sobre a magia.
Algumas horas depois de separados, alguém batia à porta do meu quarto. Fechei o livro e abri a porta. Tentei não mostrar mau humor... mas meus olhos me apresentaram um outro tipo de humor: à minha frente estava Grazi, vestindo um manto de maga e empunhando o cajado que lhe dei de presente.
- Vamos até o famoso Vale dos Cyclopes de Venore?
- É claro, Grazi...
- Sabe do que eu soube? Há alguns Dragões no subsolo do vale. E pagam muito bem pela couraça de Dragão... Além do mais, este cajado que você me deu é bom contra eles.
- Eu concordo, mas não sei se devemos atravessar aqueles Cyclopes para achar um perigo ainda maior. Na última vez que fui, Zago estava conosco e ele alegou que seríamos poucos...
- Ora, Bierum... e quanto à invocação? Criaremos uma vida para que nos auxilie na luta contra os Cyclopes.
- Está bem. Mas antes de irmos, gostaria de ir à Loja de Poções. Sabe que algumas delas tem propriedades mágicas?
- Sim... aprendi isso há tempos.
Fomos então ao mercado de Venore. Poções que aumentavam a fora física. Poções que aumentavam a estabilidade da magia. Pedras que manifestavam elementos. No meio de tantos artefatos e itens mágicos, decidimos comprar uma mochila com muitas poções. A invocação que Grazi pretendia fazer poderia nos exigir muito poder mágico.
Na saída do mercado, Grazi e eu, sem querer, esbarramos numa maga loira que vestia uma capa cor-de-rosa. Pedimos desculpas e ela nada disse. Quando viramos uma esquina em direção ao correio de Venore, pensei ter ouvido um resmungo do tipo "Esperem meu amado saber disso."
No correio de Venore, peparamos as mochilas para o combate pesado que seria a luta contra os Cyclopes. Porém, ao chegarmos à saída, a Maga vestindo rosa mais uma vez apareceu. Tentando não conseguir uma luta contra uma humana, ao invés de um Cyclope, eu tentei contornar aborrecimentos:
- Minha jovem, preste atenção, nós não queríamos...
- Quieto! Meu amado veio até aqui pra conversar com vocês dois. - Gritou ela, me interrompendo.
Descia, então, as escadas, rápido como um trovão negro, o homem que ela invocara. Meus olhos pareciam enganar-me: era o mestre mago que conheci no Templo das Planícies do Sofrimento.
[?] - Me diga, meu amor... esses dois tentaram algo contra você?
[B.W.] - Acalme-se, por favor...
[?] - Quieto! Com você, eu favo depois!
A maga, então, apontou seu indicador para mim e para Grazi.
- Esses dois não queriam me deixar entrar na Loja de Poções!
O mestre nos observava com uma feição um tanto zangada.
- Hum...
Ficamos em silêncio e aguardamos o que seria o fim certo. O cajado do mestre mago nos daria luz final. Não sobraria nem mesmo cinzas de nossos corpos, dependendo da aplicação de poder dele.
[?] - Escute aqui, mago: se eu o atacasse neste instante, você fugiria?
[B.W.] - Não. Eu aceitaria o meu destino. Se você acredita que seja justo que eu morra por esse mal-entendido, eu aceitarei.
[?] - E sua amiga?
[B.W.] - Eu prefiria estar morto do que vê-la sendo morta. Nesse caso, eu tentaria manter você numa luta comigo enquanto ela fugiria.
Grazi ouviu perfeitamente, e decidiu se pronunciar:
[Gra] - Só que eu não deixaria você matar o meu amigo sem antes uma luta!
Tanto eu quanto o mago voltamos os olhos a ela. Ele, retomando o tom de autoridade, voltou-se para nós:
[?] - Bierum Wizzard, não é? Pois bem, Bierum. Hoje, você vai morrer!
[B.W.] - Eu não aceito o seu julgamento. Mas peço que poupe minha amiga do mesmo destino.
A maga de rosa riu:
- Hahaha... vocês dois estão mortos e ainda têm um pedido?
[B.W.] - Insisto! Ela não vai fugir, mas poupem-na!
[?] - Você não dá importância para o fato de eu matá-lo?
[B.W.] - É claro? Mas valeria a pena eu estar vivo e sem amigos?
[Gra] - O mesmo digo eu!
O mestre olhou para a maga rosa e sorriu:
[?] - Hahaha... Olha, Nana! É esse o tipo de amizade que vale a pena!
[Nana] - É verdade! Admirável!
Grazi e eu estávamos sem entender.
[B.W.] - E o que isso significa?
[Nana] - Que estávamos somente brincando! Eu sou Nana, a maga. E esse é meu amado Trin Galord. Pode chamá-lo de Lorde Trin!
[T.G] - Não se preocupe, jovem mago. Não tenho a intenção de matar ninguém. A não ser que isso seja de seu interesse.
[Nana] - É um dos magos mais fortes da região. Trin treinou com os melhores magos dos continentes. E reconhecido em Venore como mestre...
[T.G.] - É uma satisfação conhecê-lo, valente mago.
[B.W.] - Obrigado. Acredite, a satisfação é toda minha.
[Gra] - Mas quem planejou tudo isso?
[Nana] - Fui eu mesma, após nosso encontro. Trin me falou que conheceu Bierum no templo dos mortos, nas Planícies do Sofrimento. Porém, Bierum não o conheceu. Aproveitei o esbarrão, o reconheci pela descrição que Trin me deu, e aqui estamos.
[T.G.] - Mas agora vamos embora. Tenho afazeres pendentes.
[Nana] - Também irei. Trin me levará para conhecer a Cathedral Negra...
[Gra] - Boa sorte a vocês!
[Nana] - Obrigada!
E juntos subiram as escadarias para o centro de Venore. Grazi e eu retornamos ao correio. Parecia mentira: o grande mestre mago de Venore era nosso amigo, e não nosso caçador. Não podemos deixar de escapar um grande suspiro:
- Ufa...
O Sol da tarde estava ficando forte. Mas é tarde para que eu conte a segunda parte do dia. Deixaremos isso para nosso próximo encontro.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Atualmente...
Com emprego novo, cidade nova, e, infelizmente, sem internet por algusn tempos.
Poucos sabem, mas este blog continua com publicações graças à eficiência do agendamento do blogger. Eu deixei tudo encaminhado, desde as mais fracas piadas até as trabalhosas crônicas tibianas.
Mas é fato... o arquivo do blog está acabando lentamente. Semana a pós semana eu até tenho perdido o sono: "Isso ia dar uam boa postagem...", "que saudade de publicar uma ideia", "E a próxima crônica tibiana, vai ser com...". Pois é...
É fato que estou triste por algumas coisas que têm acontecido. Mas faz parte da mudança.
O meu pedido a vcs, meus leitores que raramente se manifestam, é que não abandonem este blog como eu tenho sido forçado a abandonar.
Agradeço a todos que, sabendo ou não sabendo da minha ausência, continuam vindo até aqui pra achar algo pra rir. Saibam que eu não pretendo decepcioná-los.
Um abraço!
terça-feira, 11 de maio de 2010
A torre de Marfim (1ª parte)
Fazia um belo verão na região que um dia fora chamada França. Mas devemos lembrar que estamos em outros tempos. A combinação química dos céus europeus fazem com que o astro maior pareça uma esfera cinza luminosa. Sua luz, agora acizentada, iluminava as vidraças blindadas da "Torre de Marfim", lar dos estudiosos do mundo todo. Pelo menos um deles. O Dr. Aki, grande reitor da torre recebe em seu escritório uma mensagem sobre o carregamento que estava atrasado. Sobe as escadas até o porto, o campo aberto sobre a torre. Dali, avista o veículo de navegação aérea, referido na mensagem.
O veículo larga delicadamente, por cabos, uma caixa grande, metálica, com um símbolo amarelo e uma figura caricata com forma humana. Dr. Aki coloca o cartão no identificador da caixa. Os "carregadores" abrem as portas e começam a abrir as cápsulas. Nelas estavam os sonolentos "novos estudantes".
- Para a câmara de temperatura, rápido. - gritou o doutor. E todos seguiram para a câmera.
Ali estavam 16 jovens. A câmara já havia os escanerizado. Estavam limpos. Eram humanos, não sub-raça. Dentre os jovens que ali estavam, o doutor centrou os olhos em um certo Chris. Chega, finalmente a parte da entrevista particular. Após a identificação de cada membro do grupo, Dr. Aki faz questão de entrevistar o jovem primeiro.
- Bem, meu jovem - inicia o Dr. - de onde veio mesmo seu carregamento?
- Dr. Aki, não é? Imaginei que a Torre soubesse de onde eles vêm.
- Desculpe... é da Torre de Bronze, não? Você sabe como era o nome do país onde hoje está a Torre de Bronze?
- Eu até gosto de estudar história, doutor... Mas pra falar a verdade, não tenho certeza. Me disseram que era um tal "Brasil"... ou "Peru"... eu simplesmente não sei. Não devo ser tão inteligente quanto pareço.
- Me conte mais uma coisa... e isso é sério! Você sabe porque uma região como aquela precisou de uma Torre? Será que foi o mesmo motivo desta região?
- Doutor, decerto todas foram. O que eu sei é que os museus viraram ruínas. As escolas viraram presídios para menores. Nossas músicas, nossa arte, nossa cultura... tudo foi destruído pelos... pelos...
- "Primatas"? - arriscou completar o doutor.
- Serve. E, pra fugir desse sistema, o Professor Arquimedes usou uma outra Torre como base. Eu tive de passar no exame de aptidão para ser aceito. Mas sabe que não havia muita concorrência? Fiz o exame certo de que passaria.
- Ótimo, meu jovem. Me fale sobre as coisas que gostava de fazer lá.
- Rock, doutor. Nunca me vendi ao controle da mídia no meu país. Eu vi aqueles primatas se armando... todos tinham televisão na cabeça. Bisbilhotavam a vida dos outros pela televisão. deixavam de viver suas vidas por isso. Eu nunca fui assim. Ouvia meu rock sozinho... ou com uma garota que eu simplesmente adorava. Nós falávamos de arte, de poesia, das coisas que sentíamos.
- Isso antes da Torre?
- Não... ela já estava construída.
- E as coisas fugiram do controle?
- Como em todo o mundo, doutor. Eu cheguei em casa e não havia ninguém... ela estava destruída por dentro. Nem minha mãe, nem minha irmã... Papai já estava na Torre do norte e não havia previsão de retornar. Foi aí que cheguei à conclusão... elas foram levadas por aqueles animais!
- Você não precisa falar disso se não quiser. Se preferir, pode me contar o que pretende fazer aqui. Tem algo especial que gostaria de aprender? Sabe de quantas academias estou falando, não?
- Eu queria aprender esgrima.
- Esgrima? Mas eu pensava que você era um admirador das artes...? Você sabe que para isso terá de tentar o alistamento?
- Tem que haver outro jeito, doutor. Sem alistamento. Na Torre de onde vim, não havia esgrima. Aqui não é onde um dia foi a França? Eu quero aprender a lutar isso.
- Não pretende um tipo de arte marcial? Temos bons professores...
- Sem ofensa, mas o doutor me ouviu muito bem. Nunca se sabe quando vou precisar lutar.
- Oh, não, não fique preocupado. Este Torre é muito segura. Bem, o tempo que eu tinha para entrevistá-lo acabou. Suas aulas começam amanhã. Espero que goste da Torre de Marfim.
- Está certo, doutor. Vou tentar dormir.
Chris levantou-se, apertou a mão do Dr. Aki com firmeza e dirigiu-se ao alojamento masculino para alunos. A próxima nova aluna era Julia. Ela passou com a cabeça baixa por Chris. Ele gostou do que viu: uma moça morena, de cabelos longos e lisos. Seus olhos eram de um castanho muito claro. A porta da sala do Dr. Aki abriu. Ela entrou sem olhar para trás, bem diferente do jovem, que quase tocava com o nariz na parede final do corredor. Desajeitado, mas sem perder a pose, ele se recompõe e continua seu caminho para o alojamento. Olhou por uma das janelas do corredor e sentiu saudades do Sol vermelho. Ali, ele era cinza.
(Continua, é claro.)
segunda-feira, 10 de maio de 2010
As Crônicas Tibianas - Cap. 25
[?]- Que diabos estão fazendo? Lutando contra uma Aranha Gigante?
[And.]- Se você visse o que ela fez com a gente, retiraria a segunda pergunta.
[?]- Muito bem... São mil moedas de cada um!
[Z.V.]- O quê? Mas isso é uma exploração!
[B.W.]- Caro viajante, peço desculpas pela exaltação do meu amigo... mas não traríamos essa quantia em dinheiro para um lugar inóspito com este.
[?]- Matei seu predador... e o que ganharei?
[B.W.]- Tem nossa gratidão, meu bom homem.
[?]- Hahaha! Porque ainda estão aqui?
[B.W.]- Os Cyclopes ao norte não nos deixarão.
[?]- Calma, rapaz! Eu darei um jeito. Como você se chama?
[B.W.] - Eu sou Bierum Wizzard! E esses são Malu, Andrezinho e Zago. Mas não podemos lhe pagar.
[?]- Relaxe! Eu não sou o mercenário que tentei aparentar. Apenas quis testá-los.
[Z.V.]- Ei! Eu sei quem é você, você é o líder dos...
[?]- Silêncio!
[B.W.]- Qual seu nome?
[?]- Não o diga, Zago Verandus! Você, mago rapazote, ainda ouvirá o meu nome. E ainda me verá. Por agora, sigam-me.
Descemos as escadas do templo. Os mortos do cemitério levantaram-se e vieram em nossa direção.
[?]- Afastem-se!
Seguramos nossos passos... o guerreiro que não sabíamos o nome se infiltrou no meio do cemitério. Os mortos babavam cheios de apetite ante seu corpo. Quando prepararam um bote unificado, o guerreiro leu a inscrição de uma pedra antiga e um espetáculo de fogo iluminou todo o cemitério.
[And.]- Isso seria letal até para a gente, não?
[B.W.]- Nunca havia visto isso antes... - eu respondi pasmo.
[Z.V.]- É um dos encantos mais fortes dele. Mas não falarei mais que isso.
Seguimos nosso guia até as Planícies do Sofrimento. Vinte e cinco Cyclopes estavam à nossa espera. Marcharam na direção do guerreiro desconhecido, mas seus socos eram aparados por um campo de força que saía de seu livro. Os Cyclopes voltaram-se a nós, mas cruzes feitas de fogo saíram de suas cabeças e eles desabaram, todos juntos.
[?]- Vale livre, meus amigos!
[And.]- Podemos saber o seu nome?
[?]- Não ainda. Mas sinto-me recompensado com sua gratidão.
[B.W.]- Muito obrigado, meu poderoso amigo!
Na saída das Planícies, mais três Cyclopes apareceram. Depois de tudo que havíamos visto, os três Cyclopes foram derrotados facilmente. Zago mostrou-nos também onde havia um acampamento de Minotauros, que deram um pouco de trabalho, mas também foram vencidos.
Depois, Zago mostrou-nos onde havia um templo subterrâneo no meio do Deserto de Venore. No Deserto, leões tentaram nos devorar, mas, ao fim dessa luta, acabamos voltando para casa com bifes exóticos.
- Conta a lenda...-dizia Zago - que quando quatro guerreiros provam suas virtudes no coração do deserto, os deuses os recompensam.
- Me parece interessante. Quaisquer guerreiros? - perguntei.
- Um paladino, um druida, um mago e um cavaleiro devem fazer um ritual... um dia eu contarei-lhe toda a lenda, meu amigo.
- Certo.
A noite chegou, cobriu o azul do céu de um tom negro. Acendi a palma de minha mão para iluminar o nosso caminho de volta para casa. Em Venore, Zago subiu abordo da embarcação do Capitão Minafre, pedindo retorno a Carlin. Despedimo-nos de nosso amigo druida:
- Volte para mais caçadas! - gritei do porto.
- Voltarei sim! E vocês, fiquem fortes e consigam mais dinheiro! A próxima aventura pode ser ainda mais arriscada! Vão precisar de mais equipamentos!
De volta ao meu quarto, encontrei uma carta de Alys endereçada a mim. Acendi um lampião e comecei a leitura. Andrezinho e Malú já estavam em seus quartos. Ele ainda lia algum livro, arrisco dizer por avistar uma luz fraca abaixo da sua porta, provavelmente de uma vela. Ela, pelo que percebo, estava dormindo com os anjos.
Na manhã seguinte, contei a Andrezinho e a Malú o que havia na carta. Mas isso, meu amigo, também contarei-lhe no dia seguinte. Descansemos.
domingo, 9 de maio de 2010
Formspring.me/robertobier
Era segredo, não é mais!
Sempre gostei de responder publicamente à certas perguntas, então criei o meu formspring.
Vez que outra eu trarei pra cá alguma pergunta, se é que alguém vai me fazer alguma. Mas o plano A é responder a todas, e trazer até a resposta para este espaço.
http://www.formspring.me/robertobier
Valeu!
sábado, 8 de maio de 2010
Separados ao nascer #05
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Shenmue
A historyline trata da vida de Ryo Hazuki, filho e aluno de um mestre de Karatê tradicional, mesmo vivendo em pleno Japão do século XX. Ryo testemunha o assassinato de seu pai pelas mãos de um especialista em Kung Fu que também o derrotou sem grandes dificuldades. Dias depois, nosso herói acorda em sua cama. Com energias retomadas, ele promete investigar a causa do assassinato do pai e, com ajuda dos amigos, dos vizinhos e personagens secundários, encontrar "o assassino do carro preto" para ter direito a sua revanche.
A imagem aqui lembra o clássico da Rockstar GTA 3 e derivados, né? E isso, de certo, dá uma vontade de dizer "Ah, não viaja, Bier... é tudo cópia uma coisa da outra."
Mas Shenmue tem mais a oferecer do que pânico e vandalismos generalizados. Embora a questão da pancadaria seja um dos objetivos do jogo, o protagonista Ryo é um jovem de respeito no seu bairro, disposto a ajudar a quem precisa (pequenas quests pra fazer), tem pavor a drogas e barbaridades. Seus vícios são refrigerantes, videogames, garotas bonitas, educação, artes marciais honradas, amigos, e outras coisas que nem os elfos de Tolkien seriam tão bonzinhos.
Ao longo de sua caminhada, O jovem Ryo Sakaza... digo, Hazuki irá interagir com quase 100% do cenário e dos personagens; isso vai desde encontrar suas meias favoritas em uma gaveta até cumprimentar garotas desconhecidas na rua e puxar um papo. Tá certo que na maioria das vezes termina em um "Er... nada, não", mas tem uns brotinhos japoneses que valem a pena o risco!
O jogo é tão bem-feito e tão interativo, que você até se esquece dos objetivos principais (investigação e vingança). Pra isso, a SEGA conseguiu uma solução bastante prática: Ryo carrega um caderninho de anotações com suas sub-missões e com perguntas que ele pretende achar a resposta. Dentro da primeira hora de jogo, você já terá alimentado gatinhos, comprado um chaveirinho ou brinde da Sega, bebido refrigerante, jogado fliperama, ajudado uma velhinha perdida, treinado seu karatê e investigado um pouco sobre o dia da morte do Takuma, quero dizer, do pai de Ryo. E o cara é responsável, sempre chega em casa antes das 11h da noite, pra não preocupar a velha governanta da casa.
Eu recomendo o jogo pelas horas de entretenimento. Na verdade, estava até jogando ele por emulador, mas tive complicações sem resolução com relação aos Memory Cards, e, por enquanto, está arquivado o CD desse verdadeiro clássico.
E já que eu falei de entretenimento...
[É, a letra é pequena mesmo. Então clique na imagem para vê-la de modo legível.]
Até a próxima, amigos gamers!
(Parênteses)
(Em primeiríssimo lugar, um salve pro Cid! Ele já torrou algumas horas da vida dele neste jogo!)
(Em segundo, mas não menos importante, pro Arth, já que ele não me arrebentou pela brincadeira do Separados ao nascer e ainda por cima, me ouviu falando desse jogo!)
(E pro pessoal que um dia ainda vai comentar minhas postagens, aquele abraço!)
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 3 de maio de 2010
As Crônicas Tibianas - Cap. 24
Dentro da pequena caverna, que nos serviu de esconderijo, Zago tirou algumas garrafas da mochila e começou a misturar. Um líquido vermelho escuro multiplicou-se dentro da garrafa.
- Beba isso, Andrezinho. - Ordenou Zago.
Depois, o drúida misturou mais duas garrafas, até que um líquido roxo se formou na garrafa.
- Este é pra você, Bierum.
E eu o bebi. Zago preparou mais duas poções para Malu e outra para ele.
- Sinto como se tivesse acordado recentemente. Estou recuperado! - Comemorou Andrezinho.
- Sinto o mesmo. - Concordei.
- Eu também. - Disse Malu.
- Eu lhes disse que curaria o grupo todo. Mas a próxima luta poderá ser mais séria! Por isso o grupo está recuperado.
- O que aconteceu com as aranhas que nos ajudaram? - Perguntou Malu.
No instante seguinte, uma delas voou contra a parede que fazia o fundo da caverna. Trêmulo, perguntei:
- Estava falando daquela ali?
E no instante seguinte, olhava-nos outro Cyclope, furioso.
- Meus irmão! - ele começou a gritar! - ...
Mas antes de que continuasse sua invocação, Zago congelou sua boca. Andrezinho e Malu, em seguida, cortaram-lhe as pernas. E eu desferi o chicote de raio. O gigante tombou.
- Bierum... não use raios! Eles são mais fracos para o fogo!
- Então eu tenho um plano! - Respondi animado e comecei os ritos de invocação...
- O que você pretende?
Eu sorria triunfante, enquanto os três arregalavam os olhos visando o meu novo Demônio do Fogo.
[Z.V.]- Péssimo plano!
[M] - Me pareceu brilhante!
[Z.V.] - Esse bicho vai nos atacar junto aos Cyclopes e vamos virar batatas de um mesmo assado!
[M] - Ele é feio e burro, por acaso?
[Z.V.] Você está falando do Demônio ou do Bierum?
[M] - Ora!...
[And.] - Melhor ouvirmos o plano de Bierum antes de tomar partido!
[B.W.] - Obrigado, Andrezinho.
[B.W.] - Como bem alguns de vocês sabem, Demônios do Fogo não são muito rápidos nem inteligentes, mas isso é inversamente proporcional a seu poder de fogo...
[Z.V.] - Tem razão. Continue.
[B.W.] - Se há alguma inteligência nos Cyclopes, eles deverão se apavorar com a presença do Demônio, e partirão preferivelmente para cima dele...
[And.] - Faz sentido.
[B.W.] - Por isso, ordenarei a ele que enfrente os Cyclopes e fuja. Quando os Cyclopes rumarem a buscá-lo, atacaremos pelas costas e sairemos vitoriosos.
[Z.V.] - Tudo bem... mas se falharmos, aquele que sobreviver acenderá a vela para os que ficarem para trás.
[B.W.] - Não acontecerá! Vamos.
Meu Demônio do Fogo fez o que eu disse. Mas nossos adversários dessa vez era nada menos do que catorze Cyclopes. Ele correu para o lado oeste, mas os Cyclopes o cercaram. Saíamos da caverna enquanto isso, tomando o rumo leste. No seu último alento, o Demônio explodiu alguns metros à sua volta, diferente do que eu havia calculado.
Os onze Cyclopes restantes marcharam em nossa direção.
- Esmaga humanos! Pisa! - Berravam.
E em nosso caminho, mas Cyclopes se aproximaram. Mais seis. Zago, como estava à frente, fez uma parede de veneno entre nós e eles. Rumamos, assim, ao Sul.
Durante nossa descida, mais Cyclopes saíam de suas casas e partiam na marcha em nossa direção. O chão da planície dançava a dança da morte. Correndo, passamos por um cemitério. Os Cyclopes estavam pequenos dentro de nossos olhos... mas à frente uma mancha grande e verde cobriu-nos o horizonte.
- Aranha Gigante! - Gritou Zago. - Eu vou segurá-la, corram para aquela capela! Rápido.
O medo tomou conta de minhas pernas, mas elas me obedeciam. As escadas da capela pareciam apenas um degrau diante da minha velocidade. Ao topo, apenas um monge me olhava. Malu subiu as escadas também.
- Onde está Andrezinho? - perguntei a ela.
- Ele... está vindo! Eu não sei...
Andrezinho subiu as escadas tossindo. Sua pele estava esbranquiçada. Finalmente Zago também subiu.
[Z.V.]- É melhor viver para uma nova batalha do que morrer na primeira.
[And.]- Eu prefiro...
A voz de andrezinho silenciara.
[B.W.]- Fale comigo, Andrezinho! Olhe pra mim!
[And.]- É só uma dorzinha...
[Z.V.]- Ele aspirou o veneno da Aranha Gigante. Afastem-se.
Assim o fizemos.
[Z.V.]- Eu desfaço o veneno! - Gritou Zago.
E Andrezinho ganhou de volta sua cor original, mas pareceu estar dormindo.
[Z.V.] Dentro de alguns minutos ele estará bem.
O monge estava andando de um lado para outro no templo. Malu resolveu falar com ele:
- Você pode nos ajudar?
- Não, minha filha! Ninguém pode nos ajudar! - respondeu desesperadamente o monge. - É o fim dos tempos! Os mortos voltarão à vida! E a natureza matará seu câncer: o pecaminoso humano!
- Ah, é apenas um charlatão, Malu. Esqueça-o. - Disse o recém-acordado Andrezinho.
- Para falar desse jeito, percebo que a magia de Zago fez você voltar ao normal. - Eu disse recuperando a tranquilidade.
Olhamos, os quatro (pois o monge estava impassível daquela situação) a Aranha Gigante aos pés da escada. Nos olhava de modo triunfante.
[Z.V.]- Nojenta! Espere o resultado do meu treinamento e transformarei você em adubo!
[B.W.]- Acalme-se. Pensaremos em algo antes de amanhã...
Repentinamente, as pernas da Aranha Gigante começaram a queimar. A criatura começou a olhar para os lados e expressar dor abrindo a boca em demasia. Depois, uma caveira de fumaça saiu de seu corpo e suas pernas encolheram... sangue verde irrigou o gramado em frente ao templo.
Subiu as escadas, então, um homem com cabelos dourados carregando um cajado roxo em uma das mãos e um livro antigo na outra. Ele usava um chapéu e um casaco negros como a noite sem estrelas. Aproximou-se de nós quatro e tomou fôlego para dizer-nos algo.
Mas esse foi um episódio muito longo, meu companheiro. Peço que me deixe descansar para contar-lhe o restante.